No Brasil, a adoção da tecnologia da Inteligência Artificial (IA) tem sido notável, posicionando o país em destaque no cenário global. Independentemente de qualquer resistência tecnológica que possa existir, a onda da Inteligência Artificial já está fazendo ondas tanto na vida pessoal, quanto no âmbito empresarial. Mas não há motivo para alarme, essa “epidemia” traz consigo um potencial transformador, prometendo inovações significativas em nosso cotidiano.

Desde o dia 20 de novembro de 2022, a tecnologia global passou por uma reviravolta com a introdução do ChatGPT pela OpenAI, marcando o início de uma era. Em menos de um ano, presenciamos o surgimento de milhares de aplicações de IA em variados setores, como atendimento ao cliente, medicina, educação, entretenimento e segurança.

Mas, o que o futuro nos reserva com a IA? A verdade é que o amanhã é uma incógnita. Todos os dias somos surpreendidos por inovações, obrigando indivíduos e empresas a se adaptarem rapidamente. Pesquisas indicam que 32% das empresas brasileiras já incorporam a IA generativa em suas operações e 37% dos profissionais pretendem adotá-la em breve. Notavelmente, 81% dos usuários relatam um aumento de produtividade graças à IA.

No mercado de trabalho, a competência em IA não abre apenas portas para melhores salários, mas também traz satisfação profissional para 71% dos profissionais consultados.

Surpreendentemente, 64% acreditam que suas habilidades serão mais valorizadas, destacando-se que as estatísticas brasileiras superam as médias globais.

Mas, como os empregos poderão ser afetados daqui para frente?

À medida que avançamos em direção a um futuro dominado pela tecnologia, a relevância da inteligência artificial (IA) em moldar os empregos e habilidades necessárias se torna cada vez mais evidente.

Inteligencia artificial

O “Relatório sobre o Futuro dos Empregos 2023”, do Fórum Econômico Mundial, destaca uma transformação significativa nos mercados de trabalho, impulsionada por macrotendências, como a transição verde, a digitalização e a localização das cadeias de fornecimento.

Estima-se que cerca de 23% dos empregos mudem nos próximos 5 anos, com a criação de 69 milhões de novos empregos e a eliminação de 83 milhões, refletindo um dinamismo que tanto cria, quanto desloca oportunidades de trabalho.

Especialistas em IA, aprendizado de máquina, sustentabilidade e segurança da informação estão entre as profissões com crescimento mais rápido, evidenciando a crescente demanda por habilidades tecnológicas e ambientais. Ainda assim, enfrentamos desafios, como a inflação e a escassez de suprimentos que podem ameaçar o crescimento do emprego. No entanto, o relatório oferece uma perspectiva otimista, ressaltando que a adoção acelerada da tecnologia e os esforços de requalificação podem mitigar esses riscos com um saldo positivo geral na criação de empregos.

Esta análise sugere uma urgência crescente para os empregadores e governos investirem em educação e treinamento, garantindo que os trabalhadores estejam equipados para navegar pela complexidade do mercado de trabalho moderno.

Além disso, a capacitação em novas tecnologias e práticas sustentáveis é fundamental para atender às demandas futuras e aproveitar as oportunidades que surgem com a evolução do trabalho.

Profissões mais afetadas x menos afetadas

Em uma análise aprofundada do impacto da IA nas diferentes esferas profissionais, observa-se que setores como Tecnologia da Informação (TI), Finanças e Vendas estão na vanguarda das transformações.

Segundo dados recentes, 73% das funções de TI poderão ser automatizadas ou significativamente alteradas pela IA, o que reflete o alto grau de influência tecnológica neste campo.

O setor de Finanças segue com 70% das tarefas sujeitas a grandes mudanças devido à capacidade da IA em processar e analisar grandes volumes de dados financeiros com precisão e velocidade superiores.

Vendas e Operações não ficam muito atrás, com 67% e 65% respectivamente, sinalizando uma grande automação e reinvenção de processos nestes setores. Curiosamente, áreas como Gestão de Pessoas e Marketing, que tradicionalmente dependem de um toque humano, também se preparam para uma nova realidade onde 57% e 56% das suas tarefas serão impactadas pela IA.

O campo jurídico e o gerenciamento da cadeia de suprimentos (Supply Chain) mostram uma divisão mais equilibrada entre grandes impactos e pequenas mudanças, com 46% e 43% das suas tarefas previstas para serem influenciadas pela IA, respectivamente. Esta transformação apresenta tanto desafios, quanto oportunidades para profissionais se adaptarem e se requalificarem para o futuro digital.

O entendimento destas mudanças é crucial para que as organizações possam antecipar as necessidades de treinamento e desenvolvimento de habilidades, alinhando sua força de trabalho com as demandas emergentes de um mercado em constante evolução.

Para as empresas, independentemente de seu tamanho, é crucial embarcar na nova jornada, começando pela capacitação de seus colaboradores. A implementação de sistemas de IA sem o devido suporte e treinamento à equipe pode não ser a estratégia mais assertiva.

Inteligência Artificial: a minha empresa utiliza e a sua?

Por Eduardo Sona, especialista em Inteligência Artificial.

 

 

Ouça o episódio 158 do RH Pra Você Cast, “IA: a preocupação deve mesmo existir?“. Em março de 2023, veio a público a informação que cerca de 2.600 líderes e pesquisadores do setor de tecnologia assinaram uma carta aberta solicitando uma pausa temporária no desenvolvimento das inteligências artificiais. Sob o argumento de que elas podem ser um “risco para a sociedade e a humanidade”, até mesmo Elon Musk, um dos maiores entusiastas quando o assunto é tecnologia, assinou o documento.

Por sua vez, Jhonata Emerick, CEO da Datarisk, não faria parte do movimento que busca frear as IAs. Para o doutor em Inteligência Artificial, a evolução das IAs é tão natural quanto o crescimento que ela pode ajudar a impulsionar. Mas será que, mesmo com o olhar otimista, as preocupações em torno das IAs (como a perda de empregos ao redor do mundo) são legítimas? O que elas podem fazer por nós que ainda não compreendemos tão bem?

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Capa: Depositphotos