Camaradagem nas empresas como indicador de produtividade e bem-estar. Um dos maiores desafios atuais no qual as equipes de recursos humanos têm de lidar, trata-se do desenvolvimento de senso de camaradagem. Em uma sociedade cada vez mais preocupada com individualismo e um sentido de competição norteado pela recompensa, valorizar e promover companheirismo parece uma tarefa muito complicada.
Esse panorama não é algo com o qual podemos mudar impondo a força ou com coerção, muito pelo contrário, altos níveis de camaradagem ocorrerão naturalmente quando houver uma cultura saudável no local de trabalho, onde os funcionários são tratados como indivíduos e a comunicação aberta é celebrada.
Veja mais: 5 recomendações para você recuperar a autoestima no trabalho
Primeiramente, para que isso ocorra é necessário entender o que realmente significa esse conceito. Camaradagem, ou Camaraderie tem sua origem na língua francesa, sendo uma palavra relativamente nova em inglês, adicionada apenas em 1840. O termo “Camarada” é usado para significar amigo, colega ou aliado, seu significado deriva do latim ‘Camera’ que representa câmara ou quarto, portanto, pode ser entendido no sentido literal como ‘Companheiro de Câmara’ – ou seja, ele inquestionavelmente denota uma conexão muito próxima e pessoal entre duas ou mais pessoas.
Em um ambiente de negócios, a camaradagem geralmente se refere à relação de amizade e comunidade, à compreensão, lealdade e confiança criadas entre os colegas de trabalho. É tudo sobre ser capaz de trabalhar suavemente juntos. O ato na prática pode ser visto quando as pessoas acreditam que seus colegas os veem como indivíduos completos, com famílias, hobbies e paixões fora do trabalho, quando se divertem, e celebram marcos pessoais e da empresa.
Veja mais: Síndrome do Impostor não é “coisa de muher”
Inclusive, é a camaradagem no local de trabalho que mantém os funcionários em boas condições durante tarefas de trabalho desafiadoras. Qualquer equipe que passe muito tempo buscando um objetivo comum pode cultivar a qualidade da camaradagem, não só quando comemora uma vitória, mas também derrotas e reveses, dos quais podem aproximar um time ainda mais.
De acordo com o Great Place to Work, os funcionários classificam um lugar como um ótimo local de trabalho quando eles consistentemente:
∙ Confiam nas pessoas para quem trabalha – seu relacionamento com a gestão (fomentado pela credibilidade, respeito e justiça);
∙ Levam o orgulho no que eles fazem – seus sentimentos sobre seu trabalho ou papel;
∙ Experimentam a camaradagem com seus colegas – o tipo de amizade e os sentimentos que os funcionários têm em relação aos seus colegas de trabalho.
Isso de certo modo, reverbera na tarefa central de uma liderança eficaz que é gerir pessoas. Desse modo, focando-se nas relações entre os colaboradores e seus superiores, entre funcionários e seus empregos, e claro entre si. Esses são os principais indicadores para avaliar grandes locais de trabalho.
Um exemplo disso ocorreu no mês de setembro/2022, quando a própria consultoria global que apoia organizações a obterem melhores resultados por meio de uma cultura de confiança, alto desempenho e inovação, certificou o Cabana Burger com seu selo de reconhecimento Internacional. A certificação da organização serve como padrão no mercado para empresas que alcançam um grau elevado no quesito harmonia no ambiente corporativo.
Nesse aspecto, o registro entra como uma validação da estrutura coletiva de uma organização e serve como um fator de retenção e atração de novos profissionais. Isso significa, que quando a pessoa entra em contato com uma vaga em determinada corporação e identifica esse selo, as chances de querer fazer parte aumentam significativamente, visto que, uma instituição renomada reconhece seu valor cultural.
No caso da hamburgueria, a expectativa é que agora possa se consolidar ainda mais como um ambiente colaborativo, inclusivo e acolhedor. “Através dos feedbacks podemos constatar que a nossa cultura é realmente muito forte”, afirmou recentemente o Head de Pessoas e Cultura do Cabana Burger, Mário Kuwahara. Essa busca pela melhora constante dentro do espaço de trabalho é o que na prática, desenvolve e preenche um grupo de pessoas através do companheirismo.
Nesse aspecto, constata-se a importância de se ter essa cultura de camaradagem intrinsecamente alinhado ao local de trabalho e sempre mantê-la ativa. Esse é um elemento-chave dos melhores locais de trabalho – como é o caso do Cabana – e um termômetro para os gestores de pessoas, que devem se atentar nesses sinais como formas de maximizar o engajamento dos funcionários.
Outro ponto é que a camaradagem está intimamente relacionada com a moral dos funcionários, a emoção geral e o estado mental dos colegas em uma equipe. A moral elevada significa que os indivíduos estão se sentindo bem e felizes. Essa sensação tem enorme impacto no desempenho dos negócios, porque traz maior voluntariedade dos funcionários, melhor retenção de colaboradores e ajuda a lapidar jovens talentos.
Por isso, a pesquisa também aponta que a camaradagem está intimamente associada ao bem-estar dos funcionários devido ao seu impacto positivo na saúde mental deles. Os funcionários que trabalham em um ambiente perfeitamente traçado com seus interesses pessoais e estilo de vida, caracterizados pela amizade, não só estarão mais engajados e criativos, mas também menos estressados.
Além disso, esses laços fortes no local de trabalho podem ser muito proveitosos para as organizações, porque conversas amigáveis podem se desenvolver positivamente em discussões de inovação para ajudar a equipe e, consequentemente, engrandecer a nível cultural as empresas.
Por outro lado, se a camaradagem está ausente, é provável que a moral esteja baixa e isso representa indicadores ruins. Os baixos níveis de camaradagem enfraquecem a capacidade de trabalhar em equipe, trazem altas taxas de atrito, custos de recrutamento caros e mais tempo para que os papéis sejam preenchidos de maneira integral.
Ou seja, o melhor trabalho acontece quando os funcionários estão se divertindo. Com o trabalho ocupando uma grande parte da vida das pessoas e a pressão constante para produzir resultados, como líder de negócios, é preciso injetar uma dose de alegria, transparência e confiança e colocar as pessoas no centro da discussão.
Por Adriano da Silva Santos, jornalista e escritor. Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina.
Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 87, “Faz sentido falar em meritocracia na gestão de RH?” com Gustavo Mançanares Leme, Sócio Diretor da Tailor | Headhunter & Estrategista de RH e Renata Meireles, Gerente Sênior Pessoas & Performance da Cyrela, ambos colunistas do RH Pra Você. Clique no app abaixo:
Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:
Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube
Capa: Depositphotos