Apesar do progresso e dos esforços internacionais em diversidade e inclusão, a indústria de tecnologia continua sendo um espaço dominado pelos homens. Ainda vemos desequilíbrios desde a admissão de graduados até executivos experientes — e isso é uma tendência que ainda não mudou significativamente.

Segundo a pesquisa Woman in Technology, menos de 20% dos cargos das áreas de tecnologia no Brasil são ocupados por mulheres. Em toda a América Latina, elas ocupam menos de 30% dos cargos de liderança no setor.

As mulheres que optam por seguir uma carreira na indústria de tecnologia podem enfrentar uma série de desafios: desde a desigualdade salarial e a falta de representatividade, até o preconceito de gênero e a inevitável missão de equilibrar a carreira com a família. Infelizmente, para muitas mulheres, alguns destes desafios vão muito além da área de tecnologia.

Algumas medidas para reduzir a diferença vêm sendo tomadas, mas o progresso significativo está acontecendo a passos de formiga. Segundo o Fórum Econômico Mundial, serão necessários mais de 150 anos para equalizar a disparidade econômica global entre homens e mulheres.


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O mundo está atualmente perdendo aproximadamente 12 trilhões de dólares do PIB global e, honestamente, não podemos esperar mais de um século para diminuir as disparidades econômicas de gênero enquanto ainda convocamos mais mulheres para se juntarem à força de trabalho de tecnologia.

É crucial que a indústria de tecnologia assuma mais responsabilidade para promover uma cultura inclusiva, em que as mulheres e outros talentos sub-representados sejam apoiados e empoderados.

Estratégias para assumir o controle e impulsionar o progresso

Não basta apenas que as mulheres considerem o que é melhor para elas, precisamos fazer parte de uma indústria que faça o mesmo. A natureza progressista da indústria de tecnologia significa que já foram feitos progressos para permitir um ambiente mais inclusivo, mas ainda há muito espaço para crescer. A cultura da empresa desempenha um papel importante nisso.

Como participante global na indústria de fintech, nossa equipe sente não só a responsabilidade — mas também o desejo — de garantir que estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para resolver quaisquer barreiras.

É importante que os empregadores não se contentem com práticas padrão: eles precisam quebrar barreiras e ir além das normas tradicionais para promover um ambiente inclusivo. Por exemplo, um local de trabalho que valoriza os funcionários deveria ir além da política governamental de licença parental com salário mínimo e oferecer algo mais substancial.

Aqui na Wise, oferecemos 18 semanas totalmente remuneradas de licença parental inclusiva de gênero para nascimento ou adoção. Também oferecemos três ‘me days‘ pagos por ano para funcionários que precisam de alguns dias dedicados para organizar sua vida pessoal.

Mas a promoção de uma cultura inclusiva envolve mais do que apenas benefícios de licença. O trabalho é uma parte importante de nossas vidas, mas o equilíbrio entre vida pessoal e profissional continua sendo um desafio fundamental para muitas pessoas, mas especialmente para as mulheres que assumem frequentemente mais responsabilidades no cuidado dos filhos.

Tendo trabalhado num modelo flexível durante muitos anos, vi em primeira mão o valor que isso traz para ajudar as mulheres a equilibrar as responsabilidades pessoais e profissionais — além de melhorar o bem-estar e a produtividade de maneira geral.

Também não é segredo que as mulheres continuam sub-representadas em cargos de nível executivo. Nosso Conselho é composto por 44% de mulheres e 45% dos líderes da organização são mulheres – mas nem todas as empresas de tecnologia conseguem dizer o mesmo.

É por isso que somos apaixonados por iniciativas que atuam diretamente para elevar e capacitar as mulheres. O Wise Women Code é um bom exemplo disso: todos os anos recebemos mulheres cisgêneras, pessoas não binárias e mulheres trans em nossos escritórios para três dias de compartilhamento de conhecimento, sessões de codificação lado a lado e networking para fornecer uma visão sobre a indústria fintech. Esse é apenas um exemplo de como estamos tentando incentivar mais mulheres a ingressarem neste setor.

É também crucial que as empresas revejam os dados sobre sua própria lacuna salarial entre homens e mulheres, para poderem enfrentar o problema de frente e implementar táticas para reduzi-lo.

Promovendo a diversidade: mulheres impulsionam inovação e crescimento no setor de tecnologia

Como diretora de People, sei que as empresas simplesmente não conseguem alcançar o que desejam sem seu time. A indústria de tecnologia é conhecida por ser progressista, inovadora e focada no futuro — mas isto geralmente é visto por meio de produtos, e não pela lente das pessoas. Equipes diversas projetam melhor para clientes diversos e todos têm um papel a desempenhar na construção de uma indústria mais forte, resiliente e diversificada.

A economia se beneficia da diversidade: ter mulheres na força de trabalho não só fontes de mão-de-obra novas ou inexploradas, como também traz novas perspectivas, conjuntos de competências valiosos e ajuda as empresas a crescer exponencialmente.

A indústria está mudando para melhor e houve um forte progresso nos últimos anos, mas não devemos confundir progresso com sucesso. Estamos em 2024 e ainda falando sobre mulheres no local de trabalho. É hora de mudar. Somente assim a indústria de tecnologia será verdadeiramente capaz de se destacar.

Quebrando barreiras para abrir caminho para as mulheres na tecnologia

Por Isabel Naidoo, diretora de People da Wise.

 

 

Ouça o RHPraVocê Cast, episódio 138, “O poder das ações em prol do protagonismo feminino” com Edna Vasselo Goldoni, presidente do Instituto Vasselo Goldoni (IVG). Fala sobre difundir o o protagonismo feminino, a sororidade, a equidade de gênero, a diversidade e a reintegração. Criado em 2017, esses são os principais pilares da organização sem fins lucrativos. Durante a pandemia, e com o forte impacto que ela teve na carreira da mulher, nasceu o Programa de Mentoria Para Mulheres “Nós por Elas”. Já em sua 15ª edição, mais de quatro mil mulheres foram beneficiadas no mundo todo. Clique no app abaixo:

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Capa: Deposithphotos