Chegamos no Mês das Mães, mas ao invés de falar sobre maternidade gostaria de ampliar o debate para a parentalidade no contexto corporativo. Nos últimos anos, tenho testemunhado um crescente reconhecimento da relevância deste tema para além de uma questão social, mas sim como um diferencial competitivo para as empresas.

A equidade de gênero tem sido um dos principais impulsionadores desse movimento. Historicamente, as mulheres enfrentaram vieses de maternidade que as colocaram em desvantagem no mercado de trabalho. Contudo, é fundamental entender que a parentalidade não é somente uma responsabilidade feminina. Devemos incluir os pais e outros cuidadores nessa conversa, reconhecendo que a jornada da parentalidade é compartilhada por todos.

Acredito firmemente que a parentalidade é mais que uma questão pessoal. É também fator determinante no ambiente de trabalho, sendo possível conciliar os diversos papéis que desempenhamos. Por isso, muitas organizações criam grupos específicos para acolher as figuras parentais, permitindo que troquem experiências e se sintam pertencentes dentro da empresa.

Um ambiente de trabalho que apoia a parentalidade deve oferecer políticas e benefícios adequados, mas também licenças estendidas e jornadas flexíveis com uma cultura inclusiva e acolhedora. Líderes empáticos desempenham papel importante nesse processo, garantindo que todos se sintam valorizados e apoiados em sua jornada parental.

Além de considerar as necessidades de mães, pais e cuidadores, as empresas também precisam estar atentas às necessidades das famílias com crianças com deficiências e ao fato de que nem toda a parentalidade acontece por meio de uma gravidez, como o caso das famílias adotivas. A flexibilização dos benefícios e políticas é essencial para garantir que todas as figuras parentais se sintam incluídas e apoiadas.

Investir em políticas e práticas de parentalidade vai além da responsabilidade social, pode trazer diversos benefícios para as empresas, desde a promoção da equidade de gênero e inclusão até a redução do turnover e o aumento da produtividade.

Ao criar um ambiente que valoriza a parentalidade, as empresas investem no desenvolvimento das habilidades socioemocionais dos colaboradores e colaboradores, que têm impacto positivo a longo prazo nos negócios.

Ao criar ambientes que apoiam e valorizam as figuras parentais, as empresas promovem uma cultura de equidade, inclusão e bem-estar para todos. Investir em parentalidade pode ser um diferencial competitivo poderoso para as empresas que desejam se destacar em um mercado cada vez mais consciente e diversificado.

Por meio dessas reflexões, reforço meu compromisso com a construção de organizações mais justas e inclusivas, onde todas as pessoas sintam-se valorizadas e respeitadas.

Equidade de gênero nas corporações e empreendedorismoPor Letícia Rodrigues, especialista em ESG e Diversidade e Inclusão e sócia-fundadora da consultoria Tree Diversidade.

 

 

Ouça o episódio 185 do podcast RH Pra Você Cast, “A relação do mercado de trabalho com as mulheres está mesmo evoluindo?“. Segundo dados de um estudo realizado pela Think Olga, 86% das mulheres sentem que sua carga de responsabilidade é muito alta, enquanto quase 60% têm a responsabilidade de cuidar de alguém. Diante de um mercado de trabalho já desafiador para o público feminino, uma vez que muitos tabus ainda estão distantes de serem quebrados em algumas empresas, a jornada dupla de trabalho se soma como mais um enfrentamento para as profissionais brasileiras. o RH Pra Você Cast convidou duas grandes referências em inclusão para debater ações que o RH pode tomar para garantir o bem-estar das mulheres em ambiente de trabalho. Jorgete Lemos, sócia fundadora da Jorgete Lemos Pesquisas e Serviços, e Maíra Liguori, Diretora das organizações da Think Eva, trouxeram uma importante discussão sobre as melhorias que podem ser promovidas. Confira!

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Foto: Depositphotos