Pensar numa dinâmica flexível de trabalho, seja ela em relação à carga horária, ao modelo remoto, híbrido ou presencial, ou à possibilidade de ter mais de uma ocupação, ainda é ponderar sobre a jornada do colaborador ou, no máximo, das lideranças menos hierárquicas do negócio.

Por mais que o conceito da flexibilidade no trabalho tenha sido tão discutido e expandido nos últimos anos, ainda são poucos os olhares que se desprendem de determinadas limitações. Um destes olhares é o da Ollo, pioneira na implementação do Open Talent no Brasil, que traz ao mercado uma dinâmica ainda não tão conhecida, mas que só tende a crescer e que mostra que a flexibilidade também é realidade para a alta gestão: o C-Level as a Service.

Segundo Karina Rehavia, fundadora e CEO da Ollo, o C-Level as a Service é a possibilidade de alocação de profissionais da alta liderança (CFOs, CEOs, COOs, CMOs, entre outros) em mais de uma companhia.

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A solução não apenas é uma facilitadora para as empresas – seja qual for o seu porte – poderem contar com a expertise dos ‘Cs’, como também é um apoio para equilibrar as finanças, uma vez que nem todas as organizações têm a estrutura e a economia necessárias para ter profissionais C-Level em tempo integral. Além disso, a executiva ressalta que o mecanismo não deve ser confundido com uma consultoria.

“Diferente, por exemplo, de uma consultoria, o C-Level as a Service envolve a execução. O consultor diagnostica e recomenda. O C-level, por sua vez, faz. Internamente, nós temos um CMO as a Service e ele trabalha de forma fracionada. E isso, inclusive, pode criar pontes. Quando se atua em mais de uma empresa, o olhar é expandido”, diz.

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Novidade que pode empolgar?

Uma das palavras do momento na lista dos recrutadores de alta performance é o match. Diante de um mercado tão acelerado e competitivo, as organizações fazem da tecnologia uma aliada para tornar o processo de contratação mais rápido e, principalmente, mais assertivo, buscando colaboradores que não apenas tenham as skills desejadas, mas também valores semelhantes ao do negócio.

A lógica não é diferente quando se fala da inserção de um C-Level ao time de profissionais. Para acertar nessa contratação, Karina pontua que a Ollo soma à tecnologia a inteligência humana, ponto fundamental de curadoria para os RHs serem ainda mais certeiros na tomada de decisão.

“Entramos com toda a nossa experiência para fazer esse match. A tecnologia nos traz agilidade, mas a nossa metodologia é humana. Quando se fala de recrutamento, a máquina ainda não consegue fazer o match cultural. Há sutilezas comportamentais que não são percebidas por elas. No C-Level as a Service, o match vai além do currículo”, elucida. “A ideia de compartilhar o CEO, o CMO, ainda soa um pouco estranha, mas empresas mais flexíveis em sua forma de pensar, de criar seus processos, têm aderido mais rápido a esse modelo”, acrescenta.

Karina Rehavia, fundadora e CEO da Ollo

Karina Rehavia, fundadora e CEO da Ollo

De acordo com relatório da empresa de pesquisa Future Market Insights, o Talent as a service deve atingir US$ 1,1 bilhão (R$ 5,7 bilhões) até 2032, com uma taxa de crescimento anual de 11,7% de seu valor estimado de US$ 387 milhões (R$ 2 bilhões) em 2022. No mercado brasileiro, 69% das empresas creem que a Open Talent Economy deve se tornar relevante no país, indicando uma grande oportunidade para a modalidade

Karina esclarece que o C-Level as a Service, entre todas as verticais da Ollo, traciona de forma diferente, pois a novidade em relação ao tópico exige um trabalho diferente com as empresas clientes. Por mais que exista ainda uma certa resistência, a execução vem ganhando pontos pelo sucesso identificado nas marcas que utilizam a dinâmica.

“Se a empresa compartilhar o CMO, ela vai tê-lo por uma fração de tempo, mas também pagará uma fração de sua remuneração. E poderá tê-lo à sua disposição pelo tempo que for necessário. O C-Level as a Service pode ser constante. Mesmo com as empresas amadurecendo e conseguindo se organizar para ter um C-Level fixo em seu quadro, é muito comum que esses prestadores, que nem sempre querem uma posição fixa, continuem oferecendo suporte ao negócio. A autonomia e a flexibilidade são muito buscadas por esses profissionais”, explica.

Na atuação C-Level as a Service, os executivos se beneficiam de diversas formas: sua rede de contatos profissionais aumenta, ficam mais abertos à oportunidades de negócios disruptivas, se envolvem em diversas decisões estratégicas – visto que podem atuar como diretores em mais de uma empresa – e também compartilham conhecimentos e experiências com outros diretores.

Por Bruno Piai