De acordo com os dados populacionais do IBGE, cerca de 12% da população adulta do Brasil (19 milhões de pessoas) se declara LGBTQIAP+. Apesar do dado expressivo e do fortalecimento da causa nos últimos anos, ainda é comum que o mercado de trabalho tenha dificuldades – ou até mesmo mostre resistência – para promover não apenas a diversidade dentro das empresas, mas principalmente a inclusão. Um estudo recente do Infojobs, por exemplo, revela que para 93,3% dos entrevistados os preconceitos velados impedem o crescimento profissional desse público.

Na contramão de uma realidade que ainda precisa ser mudada, a TransUnion, empresa global de informações e insights, tem a diversidade e a inclusão como pilares de seu desenvolvimento. Por meio de incentivos profissionais e benefícios ainda pouco explorados por outras companhias, a organização visa acolher, humanizar e oferecer um ambiente de trabalho saudável aos colaboradores LGBTQIAP+.

“Somos uma multinacional de informações e insights e temos como propósito ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas, e isso começa dentro de casa, onde buscamos trazer um olhar diferenciado para as nossas pessoas colaboradoras. Nesse contexto, implementamos globalmente e no Brasil algumas formas de tornar mais acessível às nossas pessoas a realização de seus sonhos tanto profissionais como pessoais”, diz Laura Cerdeira, Vice-presidente e CFO da TransUnion Brasil.

Destacam-se entre os benefícios a facilitação do processo de modificação corporal para pessoas trans e auxílio à reprodução assistida, incluindo casais homoafetivos. “Para a criação do benefício [da modificação corporal] contamos com a ajuda e revisão de pessoas trans que trabalham na empresa para que elas nos ajudassem em pontos importantes. Desta forma construímos uma política robusta e acolhedora”, pontua Alfredo Ribeiro, diretor de RH da TransUnion.

Alfredo Ribeiro, diretor de RH da TransUnion

Alfredo Ribeiro, diretor de RH da TransUnion

Ainda sobre a população trans – e também as pessoas que se declaram travestis –, dados da Intra revelam que 90% desse público depende do subemprego para ter uma fonte de renda. Diante da estatística, Laura salienta que é urgente o mercado reforçar o seu olhar para a pluralidade, pois grandes talentos passam despercebidos por conta de vieses preconceituosos e estereotipados.

“Por esse motivo, é importante a criação de cada vez mais políticas públicas que apoiem o acesso à qualificações profissionais variadas e ao mercado de trabalho como um todo. Com cada vez mais pessoas qualificadas para diferentes setores especializados, maior será a possibilidade de contratação e carreira. Além disso, é muito importante um trabalho interno dentro das empresas, de modo a mitigar situações de preconceito e discriminação; promovendo a inclusão em todo o sentido da palavra e não apenas a inserção ou alocação de pessoas, de modo que as mesmas possam crescer e se desenvolver de forma saudável”, elucida.

Laura Cerdeira, Vice-presidente e CFO da TransUnion Brasil

Laura Cerdeira, Vice-presidente e CFO da TransUnion Brasil

Missão global

Para o diretor de RH, é fundamental que em qualquer ambiente de trabalho as pessoas possam ser quem elas são, pois assim “se sentirão mais motivadas e incentivadas a se desenvolverem profissionalmente”. Na TransUnion, há também, como explica Laura, o compromisso com a CEO Action for Diversity e Inclusion, iniciativa global que reúne mais de mil empresas para pensar em estratégias que fortaleçam a diversidade e a inclusão tanto no mercado de trabalho quanto socialmente.

“Como parte dessa iniciativa, a TransUnion se comprometeu a aumentar a representação em todos os níveis executivos (cargos a partir da vice-presidência) para grupos sub-representados e, assim, alcançar a equidade de gênero nos cargos de liderança até 2030”, finaliza.

Por Bruno Piai