Não é surpresa que reter os melhores talentos é, hoje, um dos grandes desafios do RH e da liderança. Segundo um estudo realizado no ano passado, por exemplo, pela consultoria McKinsey & Company, não mais do que 3% das empresas brasileiras acreditam que, de fato, possuem o que é necessário para ter sucesso em suas estratégias de retenção.

Ao mesmo tempo, porém, que a missão de motivar os colaboradores na “criação de raízes” é um árduo desafio para a grande maioria das organizações, na Motocana, marca especializada em tecnologia agrícola e florestal, os colaboradores atuam, em média, 12 anos. Um case de sucesso quando o assunto é engajar a equipe – um dos colaboradores está há 46 anos na empresa.

Não é preciso inventar a roda

De acordo com Renato Campos (capa), Diretor Geral na Motocana, o segredo para alcançar um índice de permanência tão chamativo está na simplicidade das ações. A principal, segundo ele, é tornar hábito a escuta ativa e fazer com que os colaboradores se sintam sempre acolhidos.

“A Motocana é uma empresa de mais de 60 anos. Nós escolhemos as pessoas por profissionalismo e conduta. De 2015 para cá, começamos a fazer um trabalho diferenciado. Escolhemos pessoas, não simplesmente um ‘funcionário a mais’. Nesse quesito, sempre trabalhamos com sinceridade e transparência. As pessoas sempre podem contar com as lideranças e a diretoria”, pontua o executivo. “Passamos a fazer uma integração entre os departamentos. Realizamos um trabalho no qual todos os departamentos dependem um do outro e somos uma engrenagem”, acrescenta.

Outro ponto destacado por Campos é a reunião diária feita todas as manhãs com as lideranças. O intuito da prática é não apenas reforçar a dinâmica de trabalho entre as diferentes áreas da empresa, como também realizar em conjunto ações para minimizar conflitos, apoiar funcionários em suas necessidades, fortalecer iniciativas de engajamento, entre outros pontos.

“Gostamos de conversar, ajustar as coisas da melhor maneira possível. Sempre é procurado transmitir essa mensagem às lideranças e aos liderados. Buscamos flexibilidade com o colaborador”, pontua.

Colab:
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Pesquisa de clima

Em fevereiro, a Motocana conduziu uma pesquisa interna realizada com cerca de 80% do seu quadro de colaboradores. Os 34 respondentes enfatizaram os principais aspectos positivos do negócio e também os que carecem de melhorias.

Entre os destaques mais favoráveis estão:

  • Recursos para desempenhar bem o trabalho (88%);
  • Liderança Sênior (84%)
  • Colaboração e apoio dos colegas de trabalho (82%);
  • Sentimento de valorização (79%);
  • Benefícios (79%);
  • Ambiente de trabalho positivo e incluso (76%);
  • Gestão individual (74%).

Além disso, o executivo salienta que o RH é um dos principais expoentes para que os índices de satisfação, produtividade e engajamento sejam cada vez mais fortalecidos.

“Se há alguma situação como um atraso ou falta, nosso RH questiona o porquê, mas não para julgar ou punir e sim para acolher, entender se há necessidade de algum apoio. Há humanização. O RH deve participar [das ações]. O funcionário precisa ter a liberdade de poder conversar”, finaliza Campos.

Por Bruno Piai