Engajar pessoas é, seguramente, um dos assuntos mais em alta no ambiente corporativo. Gestores, líderes, e RHs são diariamente munidos de estudos e cases que só reforçam o quanto um trabalho voltado ao engajamento, à motivação e ao bem-estar aumentam os índices de produtividade dos colaboradores. Prova disso, só para dar um exemplo, é uma pesquisa da Bain & Company que revela que os empregados verdadeiramente engajados são 44% mais produtivos do que aqueles que estão meramente satisfeitos.

Mas é claro que, na prática, nem tudo é tão simples quanto apenas levantar números e debater possíveis ações. De acordo com um levantamento da Férias & Co, empresa criadora de um sistema de benefícios de viagens para colaboradores, por mais que 60% dos gestores encarem a atração e a retenção de talentos como uma das questões mais importantes do RH atual, ela está também entre um de seus maiores desafios, pois a mesma parcela sofre para conseguir cumprir as expectativas de seus times. Portanto, conclui-se que a maioria ainda não identificou a melhor estratégia para engajar as pessoas.

Outro ponto de preocupação levantado pelos gestores de RH tem ligação com a saúde mental. 57% das respostas tiveram este tema como foco, que ganhou destaque e passou a ser mais debatido em todos os níveis gerenciais nos últimos anos, principalmente com as mudanças nas relações de trabalho, com a adoção por muitas empresas do modelo remoto, e agora a possibilidade de voltar aos escritórios.

A saúde mental passou a chamar mais atenção nas empresas após o crescimento do número de casos de profissionais ficando dias afastados do trabalho. A pandemia da Covid-19 só fez crescer os casos de enfermidades como Burnout, depressão, ansiedade, estresse, entre outras. Assim, o assunto passou a ser alvo de ações nas companhias, para diminuir a incidência e permitir às pessoas terem mais qualidade de vida.

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Na visão de Bruno Carone, cofundador do Férias & Co., para mudar tal panorama a grande missão para as organizações em 2023 deve ser a de inovar, mas não apenas em tecnologia, e sim em práticas fora da caixa para promover bem-estar, saúde – ocupacional e emocional -, felicidade e valorização das pessoas, aspectos que bem trabalhados contribuirão para o engajamento ser fortalecido.

“A inovação é o ponto mais importante para os gestores de RH em 2023. Os colaboradores têm ciência da grande oferta de benefícios corporativos diferenciados que estão à disposição no mercado, e ficam na expectativa de ter as melhores opções nas empresas em que trabalham. Boa parte destes novos benefícios tem foco no bem-estar e saúde mental dos colaboradores. Passamos por momentos complicados nos últimos anos, e as pessoas ainda se habituam às novidades e mudanças que foram necessárias nas companhias”, diz.

Mais um tema importante na visão dos gestores de RH é a rotatividade no trabalho, citada por 53% dos respondentes como um ponto preocupante para as companhias. Para 85% dos entrevistados, o pacote de benefícios, ponto levantado acima por Carone, é um fator decisivo, que pode fazer a diferença na hora de optar por permanecer no emprego ou partir em busca de uma nova oportunidade.

Cada vez mais, os benefícios diferenciados têm feito parte dos desejos dos colaboradores. No levantamento, 84% dos respondentes mencionaram que o benefício de viagens é um dos preferidos para fazer parte do pacote das empresas, embora ele ainda não seja tão difundido nas organizações.

“Uma das vantagens para a empresa que contrata é que o benefício de viagens é a simples implementação e administração. Após a negociação dos detalhes com a empresa, dos valores a serem pagos para cada colaborador que aderir ao benefício, e assinatura do contrato, nós fazemos uma apresentação para todos os funcionários, explicando como funciona e os pormenores da operação. Depois, com a adesão deles ao benefício, e inclusão no sistema do Férias, a empresa só precisa programar os pagamentos mensais. Toda a administração é feita pela plataforma do benefício, e pelos colaboradores. Assim, eles já podem aproveitar os créditos de viagens, e os gestores do RH não terão mais trabalho na administração do benefício”, explica o executivo.

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Carone enfatiza que benefícios que fogem do tradicional, como o auxílio empresarial ao lazer dos colaboradores, são determinantes para que as organizações participem ativamente em dois dos maiores catalisadores atuais de engajamento: propósito e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

“A competição entre diversas empresas do mesmo segmento para contratação de colaboradores está muito apertada. Assim, não é somente com salário que as companhias estão convencendo os profissionais a ficarem em seus empregos ou a virem para suas fileiras”, salienta.

A pesquisa foi realizada com mais de 160 profissionais, de empresas de diversos segmentos, sendo a maior parte dos participantes profissionais das áreas de RH e TI.

Por Bruno Piai