A pressão por resultados e a correria diária estão deixando o ambiente de trabalho cada vez mais estressante e, muitas vezes, tóxico, o que impacta negativamente na saúde e no equilíbrio emocional de muitos profissionais.
Seja por escolher uma carreira que garanta mais oportunidade de trabalho – mas que foge do que realmente gostaria de fazer- ou por falta de propósitos claros na vida, alguns profissionais às vezes começam a operar no “piloto automático”, sem ter prazer pelo que fazem, e, consequentemente, ficam ansiosos e desmotivados no trabalho.
Por outro lado, algumas empresas ainda insistem em manter modelos de gestão ultrapassados, que geram ambientes corporativos nocivos e levam a um grande risco de estabelecer um clima de insatisfação geral entre os colaboradores da empresa.
“O mercado de trabalho está mudando, e as empresas que inovaram no seu modelo de gestão estão atingindo melhores resultados e atraindo bons profissionais. Principalmente a geração X, que começou a despontar no mercado de trabalho, espera mais da empresa do que apenas o salário. É preciso ficar atento a este momento”, explica Susanne Andrade, especialista em desenvolvimento humano e autora do best-seller “O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil”.
A especialista aponta 5 dicas para gestores e profissionais construírem um ambiente corporativo mais agradável, com menos ansiedade e mais satisfação:
Trabalho no modo mecânico
Há pessoas que escolhem a carreira em virtude do desejo do outro, ou pela quantidade de vagas no mercado, esquecendo seu verdadeiro propósito. Quanto mais aprofundam o conhecimento em uma área de que não gostam, mais infelizes ficam, pois não estão fazendo o que gostam.
Com isso, acabam entrando no “piloto automático” na hora de trabalhar, cumprindo apenas o necessário, sem um sentido maior. O trabalho vira apenas um meio de ganhar o salário no fim do mês. A sobrevivência é o principal foco desses profissionais.
“Para que o trabalho tenha um significado maior, a escolha de sua carreira deve levar em consideração as habilidades, os sonhos, aquilo que desperta o brilho nos olhos. Caso contrário, o cansaço, a falta de energia e a ansiedade tomarão conta não só do lado profissional, mas da vida como um todo”, diz Susanne.
Definir o propósito de vida
Levar a vida de forma mais leve e tranquila, definindo sempre qual o seu propósito na vida e na carreira, é uma forma de cultivar a “leveza na seriedade”. “A leveza deve ser pautada pelo propósito de cada um. O problema é que alguns deixam o propósito de lado e outros nem sequer sabem identificá-los”, comenta a especialista.
A especialista cita um exemplo: “É comum, na área de tecnologia, os profissionais assumirem o caminho da gestão enquanto o seu propósito consiste em ser um especialista, aprofundando o conhecimento em tecnologias específicas. Se eles fazem essa escolha errada, passam a trabalhar de maneira mecânica, e então são tomados pela ansiedade e pela apatia. Falta-lhes energia para desenvolver seu time, e as entregas não ocorrem. Sem contar que o ambiente de trabalho começa a pesar, e esse é o momento em que o clima de angústia e incerteza se instala”, avalia.
Competição de forma destrutiva
Muitas empresas tradicionais ainda atuam com o modelo de gestão por conflito, considerado o grande responsável pela causa da apatia e da ansiedade. Nesse modelo, é instigada a competitividade destrutiva entre profissionais e áreas, como caminho para os resultados acontecerem.
“É importante entender que competitividade desenfreada é diferente de competição. Ao analisarmos o conceito de competição, percebemos que é simplesmente insustentável a noção de aniquilar o outro. A palavra competição remete a algo positivo e construtivo, uma vez que é derivada da palavra latina competere, que significa ‘empenhar-se junto”.
“Infelizmente, porém, não é isso que tem acontecido nas organizações mais tradicionais, que muitas vezes são controladas por pessoas com perfil de ‘general, construídas para o combate, e que operam sob o lema da competitividade. O custo para trazer resultados e lucros é a destruição das pessoas no meio do caminho.”
De acordo com a especialista, a realidade tem mostrado que esse tipo de gestão não funciona mais, porque os profissionais estão mudando e buscam mais qualidade de vida e leveza na sua vida, embora nem todos os gestores tenham se dado conta disso.
Crença no “eu mando, você obedece”
Apesar de ainda ser predominante em muitas empresas, o modo de liderança do tipo “comando e controle” está ultrapassado e não atende à nova realidade do mercado. “As pessoas mudaram e o ritmo de trabalho também precisa se modificar, ficar preso ao modo antigo resulta em fracasso”, avalia Susanne.
“Não se pode mais gritar com as pessoas ou ordenar que elas sejam de um jeito ou de outro. A motivação para a mudança e o desenvolvimento de novas habilidades têm de vir de dentro. Para isso, a liderança precisa mudar o estilo de comando e controle para uma liderança servidora, que inspira”, enfatiza.
A mudança está dentro de cada um
Muitas pessoas se queixam, mas não fazem nada para mudar a situação. “Claro que nem tudo depende de nós, mas é preciso compreender também que há sempre um passo que podemos dar, nem que seja, em última instância, mudar de empresa”, afirma a autora.
Para Susanne, é possível mudar a nossa mentalidade e conquistar o que desejamos, melhorando os resultados na empresa, aumentando a produtividade e a felicidade profissional. “Profissionais satisfeitos e bem-resolvidos não são ansiosos”, finaliza.
Por Redação