Qualquer que seja seu momento presente, em um futuro que será presente partiremos para uma nova viagem, bem provavelmente estelar ou simplesmente viraremos pó, de onde viemos, a fluir da crença de cada um. Em outras palavras, a vida é finita, deixaremos, em algum dia, este mundo que nos acolheu.

Nada melhor do que termos uma jornada limitada de tempo para servir de base para aproveitar melhor o momento presente e, apesar de parecer tão lógico e claro, quantas vezes nos observamos vivendo como se pudéssemos resgatar ou reviver momentos do nosso passado ou, ainda pior, projetamos a nossa vida para o futuro, imaginando que quando atingirmos determinada meta ou realizarmos algum sonho, seremos por fim, felizes.

Lembro bem de um livro que gostava de ler, quando era menino, que falava sobre um presente precioso que receberia no natal, como se fosse o maior presente do mundo e o autor Spencer Johnson, de maneira simples e impactante, com otimismo nos inspira, mesmo nos momentos mais complicados e desafiadores, a encontrar a felicidade em nós mesmos, pois o “Presente Precioso”, o nome do livro, é uma metáfora da história do próprio autor, um homem triste durante anos, mas descobriu a chave para a verdadeira alegria de viver. Trata, o autor, da consciência do momento presente como o maior presente que um ser humano pode ter.

É o mesmo princípio dos estudos de Georges Ivanovitch Gurdjieff, citado no livro de Piotr Demianovich Ounspensky, chamado “Fragmentos de um Ensinamento Desconhecido”, que sintetiza a escola do Quarto Caminho, no qual conclui que as adversidades nas quais o homem vive geram a condição de viver em um nível de consciência muito abaixo da sua capacidade potencial. A essa condição, chamou de “estar adormecido” e a busca por mudar esse estado, tornou-se a pedra fundamental de todo o seu trabalho. O quarto caminho é descrito como a integração das três dimensões fundamentais do ser humano, o pensamento, as emoções e o corpo em uma única proposta de desenvolvimento.

Um dos seus mais ricos ensinamentos é a prática do Estado de Presença, que tem como objetivo tirar as pessoas dos seus estados mais comuns, que são caracterizados por um sono acordado, onde o devaneio e a fantasia são a regra e, desse modo, fica distante do momento presente, vivendo como máquinas, em uma vida mecânica e repetitiva e propõe a liberdade da própria identidade dos condicionamentos da personalidade, gerando assim uma nova possibilidade de uma vida plena. (material extraído do site www.imagomundi.com.br).

Não menos importante, abordando esse tema sobre tempo, é o livro “Quatro Mil Semanas”, de Oliver Burkeman, que escreveu sobre como melhor utilizar o tempo. Parte de ideias fundamentais:

  • A expectativa do ser humano é viver 80 anos, em média – que sugere o nome do livro, cerca de 4.000 semanas.
  • A percepção das pessoas sobre o tempo mudou radicalmente com o início da Revolução Industrial.
  • Aceitar que vamos morrer nos leva a aproveitar melhor o momento presente.
  • Tempo de dinheiro não são análogos. Não podemos controlar o tempo.
  • Pessoas impacientes não reconhecem as limitações que o tempo impõe.
  • Não existe um único caminho para todos, cada um deve encontrar sua própria forma de viver melhor.

Diante desse contexto, os principais geradores de frustrações e infelicidade relacionadas ao tempo são:

– Viver a vida como se ela fosse ilimitada, deixando para depois o que poderia ser feito hoje ou ontem, ou na semana passada e assim, procrastinando decisões e ações para melhor aproveitar a vida, desfrutando-a com as pessoas queridas, fazendo aquela viagem tão sonhada, convivendo efetiva e conscientemente com as pessoas amadas, divertindo-se, servindo a outras pessoas, realizando o que deseja realizar, cuidando de si, da sua saúde, tendo disposição e vontade para fazer o que quer.

Há diversos estudos sobre controle do tempo, sobre como produzir mais e melhor, em menos tempo e com o menor esforço, evitar interrupções no trabalho, saber dizer não, focar no assunto mais urgente e importante e priorizando o que deve ser realizado em primeiro lugar. São válidos, claro, mas não substituem os momentos de deleite, de prazer, de desfrutar das pessoas queridas, de participar de uma festa, de estar conectado profundamente com o que para você a vida ganha uma dimensão mais profunda. O risco de produzir mais e melhor pode tornar você uma máquina de produção e quanto mais produz mais é esperado que aumente sua performance para produzir mais.

Não existe respostas prontas a essa indagação: O que fazer então? Deixar de trabalhar, de estudar, fazer como fazem alguns jovens da atualidade, chamados “Nem-Nem”, ou seja, nem trabalha, nem estuda e nada querem com a vida, a não ser deixar o tempo passar, até que se finde. Para isso, algo que você pode fazer por você mesmo é tomar consciência de que cabe a você decidir o que deve fazer da sua vida e vive-la intensamente, realizando seus sonhos, edificando, praticando o bem, contribuindo para o mundo ficar melhor do que o encontrou, sentindo, o máximo de tempo possível, o sabor de fazer escolhas e tomar decisões conscientes, por você mesmo, sem o objetivo ou a intenção de agradar a alguém, segurando firmemente as rédeas de sua vida e vivendo em estado de presença, a exemplo de uma máxima que sintetiza os estudos da Análise Transacional, que diz que “O importante da vida é viver o aqui e agora, sentindo emoções autênticas e tendo consciência dessas emoções”.

Rejeite a necessidade de ser bem-sucedido em todos os aspectos de sua vida, alegre-se e celebre suas conquistas já conseguidas, aprimore o que puder, esteja em paz com Deus ou como você concebe a divindade ou, se preferir, a espiritualidade; celebre cada momento de evolução pessoal e das pessoas queridas, esteja do lado de quem necessita, zelando pelo planeta, nossa casa e crescendo como pessoa e como espírito pela prática do bem comum.

Creio que essa é a melhor forma de viver a vida e uma última sugestão, procure, diante desse contexto, é fazer aquilo que gosta ou aprender a gostar daquilo que você faz, com consciência e responsabilidade.

Reinaldo Passadori, Professor de Oratória e Escritor, Mentor, fundador e CEO da Passadori Comunicação, Liderança e Negociação. Adaptação do seu livro ‘Quem Não Comunica Não Lidera’ – Ed. Passadori. É um dos colunista do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.