Estamos vendo globalmente grandes transformações chegarem às “Big Techs”.  Segundo apurou a revista “The Economist”, nos últimos doze meses a Alphabet, Amazon, Apple e Microsoft perderam coletivamente 2 trilhões de dólares nos preços das ações comercializadas nas bolsas de valores.

O mesmo periódico publicou que grandes conglomerados, como por exemplo a 3M, Siemens, Toshiba, GE, Thyssenkrupp, Johnson & Johnson, entre outros, também passam por fortes transformações para otimizar seus resultados.

Enquanto isso, a Meta, empresa mãe do Facebook, Instagram e WhatsApp já iniciou o processo que dispensará 11.000 colaboradores, ou 13% de seu total. Elon Musk, o novo dono do Twitter, está eliminando metade de sua força de trabalho. A Amazon acaba de anunciar que fará um corte de 10.000 posições, mundialmente.


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Somam-se a isso as turbulências de eventos globais, como a guerra da Ucrânia, os solavancos políticos e econômicos que sofrem países do tão prestigioso grupo dos G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido). Nosso ambiente interno, além de receber todas essas influências, também tem seus desafios.  

Quando vamos para um ambiente mais “micro”, temos hoje no mercado de trabalho, uma geração de profissionais que busca um crescimento mais rápido, com uma rotatividade de emprego, posições e projetos pessoais como nunca vista, ao mesmo tempo em que há mais atenção para o bem-estar pessoal.

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Nesse sentido, os efeitos da pandemia trouxeram grandes transformações nas prioridades, valores e rotinas pessoais.

O foco deste artigo não é o de traçar efeitos econômicos ou de mercado. Porém pode-se dizer com toda a segurança que uma nova realidade vai se refletir no seu dia a dia:

  • mudanças muito mais rápidas e constantes dos organogramas,
  • trocas de gestores,
  • promoções,
  • mudanças e transferências para outros países,
  • fusões e aquisições,
  • chegada de agentes externos de mudanças etc.

Ou seja, seu gestor vai mudar mais rápido do que você imagina…e mais vezes! Isso sem nenhum demérito para eles. Simplesmente é a nova dinâmica que veio para ficar! Não se trata de uma “onda” ou até mesmo de uma “tempestade”, é o seu novo mundo, não importando em que nível da organização você esteja, pois vai afetar toda a cadeia, de cima a baixo.

Você tem assim, um desafio em sua carreira com o qual muitos não contavam, e que não está nos currículos das faculdades e dos MBAs: a capacidade de adaptar-se rapidamente a novas chefias. Ao mesmo tempo, você deve manter uma entrega constante e de alta qualidade de seus resultados.

Sem essa competência, seu futuro profissional poderá estar comprometido. Se trabalhar no velho adágio de “cair nas graças do chefe” não terá tempo para isso, e, se estiver conseguindo, virá outra pessoa mais cedo do que você contava e completamente diferente.

Além de todo o seu esforço individual para fortalecer essa competência e adaptar-se ao novo cenário, aqui vão algumas dicas muito práticas.

Não se desespere se você tem muitos aborrecimentos com a sua supervisão atual, nem se apegue demais se você gosta muito de quem faz a sua gestão hoje. Ambos são passageiros. Vão mudar. Desenvolva uma resiliência emocional. A diferença é que no primeiro caso, o tempo parece andar muito mais devagar.

Ao receber uma nova chefia, aja como se todo o esforço de adaptação dependesse única e exclusivamente de você. Não espere nada do outro lado e se vier é “lucro”. Preocupe-se em fazer perguntas e pesquisas para saber como você se adapta à pessoa, ao invés de insistir em falar nas suas qualidades e realizações. Busque sempre entender claramente o que é esperado como seu desempenho.

Muita gente nessa situação usa o “copiar e colar na mente” as práticas da antiga gestão para a nova. Há obviamente a base ética e profissional de cada um, mas em como fazer sob a nova direção, importante é usar a “tecla deletar” e iniciar uma “nova tela”, com a mente aberta e preparada para se quebrar paradigmas. Pode ser uma atitude difícil, mas essa é uma das importantes chaves da adaptação.

O acima descrito é uma atitude mental, mas ainda assim você pode cair na armadilha de expressar comparações com a gestão anterior. Isso é “mortal”!

Só o faça se for pedido. Sempre apresente fatos e dados puramente como o são hoje, sem as famosas alusões ao “era assim que me era pedido” ou “sempre deu certo assim”.

Se você sofrer questionamentos, prepare-se para defendê-los com a sua própria convicção…ou é hora de usar a tecla do “deletar”, reconhecer que não é o ideal e seguir o novo caminho. 

O oposto também é válido.

Se você tem a convicção de que fazendo algo diferente do que era feito com a antiga gestão, e que uma mudança realmente agregue valor (ao negócio e não a você), fale logo pois é melhor que a notícia venha por você mesmo. Sempre que houver uma oportunidade como essa, nunca critique a pessoa anterior, mas limite-se a fatos, estatísticas, benefícios e resultados.

Essa é sempre uma boa prática, a de não atacar pessoalmente o antecessor, nem mesmo com ironias. Por outro lado, carregar em elogios também pode ser um território duvidoso. Tenha cautela e sinta o ambiente.

A insegurança que as mudanças trazem, fazem com que cheguem perguntas à sua mente como:

“E minha carreira agora?” ou então

“O que será que essa nova pessoa poderá fazer por mim?”.

A pergunta, na realidade, deve ser o oposto e com toda a sinceridade:

“O que eu posso fazer para o sucesso dela?”

Examinar bem a nova situação e perguntar-se: “Como será que ela se” sai bem na foto” com os seus superiores? E o meu papel nisso?”

Coloque todo o seu foco e esforço nessa direção e os benefícios em sua própria carreira serão mera consequência.

Como último ponto, seja sempre a mesma pessoa, agindo com autenticidade, transparência e autoconfiança. Não vai ser difícil para o outro lado detectar se você estiver na defensiva e pondo os seus próprios interesses em primeiro lugar.

Esse é apenas um “check-list” inicial, o qual você pode completar com muitos outros itens e práticas bem-sucedidas. Tenha-o sempre à mão, pois irá usá-lo com muito mais frequência do que hoje você imagina.

O mundo mudou drasticamente e continuará mudando.

Esse é agora o seu modo de vida!

Tem novo chefe?

Tire o “check-list” da gaveta, coloque-o em cima da mesa e… mãos à obra!

Tenho um novo chefe...E agora?

Por Danilo Talanskas, autor do livro “Lições de Guerra – Vencendo as Batalhas de Sua Carreira“, foi o CEO de três multinacionais: GE Healthcare, Rockwell Automation e Elevadores Otis. Em paralelo à sua carreira como executivo, atuou como palestrante e professor em cursos de pós-graduação nas áreas de Estratégia, Ética e Negócios Internacionais. É formado em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com MBA pela Universidade de Brigham Young (EUA) e é mestre em Administração pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Saiba mais sobre vida pessoal ouvindo o episódio 75 do programa “Vida Pessoal e Profissional: há limites?” do PodCast do RHPraVocê. Nesse episódio, o CEO do Grupo TopRH, Daniel Consani, e a editora do RH Pra Você, Gabriela Ferigato, conversaram com Tiago Petreca, diretor fundador e curador chefe da Kuratore – consultoria de educação corporativa, Country Manager da getAbstract Brasil e autor do Livro “Do Mindset ao Mindflow”, sobre as principais descobertas da pesquisa. Acompanhe clicando no app abaixo:

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