Venho falando bastante sobre a felicidade no trabalho, até porque estou em uma empresa que fala e prega isso há mais de 20 anos.
Na minha função, e pela natureza do meu negócio, converso com dezenas de executivos e quase sempre, por curiosidade e até mesmo pelo tema estar em alta, pergunto sobre o que essas lideranças estão fazendo para transformar o ambiente de trabalho ou quais ações as empresas estão adotando para promover felicidade no trabalho.
Tem muitas ações interessantes e as empresas estão, de fato, seguindo fortemente os modelos híbridos de trabalho, ambientes corporativos reformados e mais adaptados a serem um centro de integração, convivência e de trocas, além da oferta de benefícios flexíveis, ações de descompressão focadas na saúde mental, academias e por aí vai. A lista é enorme.
Mas como não me convenço fácil, vou um pouco mais a fundo no coração deste tema. Na minha modesta opinião, ações como essas, obviamente que são benéficas e mostram muito a preocupação e o avanço das empresas frente ao tema. Porém me pergunto algumas coisas:
- Essas ações são suficientes para garantir um ambiente corporativo de felicidade?
- Quem é o responsável pela felicidade do colaborador?
- Como mensuro essa tal “felicidade” e, mais ainda,
- Como mensuro o retorno sobre o investimento destas ações?
Sem querer complicar a já desafiadora agenda de recursos humanos, entendo que este novo momento tem exigido que nós repensemos sobre as tendências e fórmulas consideradas “magicas” de gestão. E é daí que vem minha maior provocação: Será que precisamos amarrar tanto o colaborador com ações de encantamento e não mais de engajamento?
Defendo que tudo começa pelo propósito e pelos valores da empresa. Como em qualquer relação, se não houver alinhamento de propósito e de valores, a chance de dar errado é enorme. Vejo ainda empresas com medo ou, no mínimo, receio de investir tempo e dinheiro em estimular seus colaboradores a se conhecerem e buscarem seus sonhos.
Já ouvi de diversos executivos que tem receio de fazer um processo de Assessment e Coaching ou Mentoria em suas equipes, com receio deles decidirem sair da empresa, fazerem outra coisa da vida ou mudarem de segmento. Mas se é o desejo do seu colaborador, é importante deixar ir. Ou você prefere alguém infeliz no ambiente corporativo?
Outros pontos: Qual parcela da felicidade corporativa é papel do próprio colaborador construir? O que ele faz para tornar a empresa um ambiente mais feliz? As relações mais leves e felizes?
Para mim, uma empresa é feita pela soma de todos os seus colaboradores, portanto, o papel de cada individuo em fazer essa felicidade acontecer é fundamental.
Para isso, é fundamental esse trabalho de alinhamento de propósito e valores, pois quando isso acontece, todos terão orgulho e prazer de trabalhar nesse ambiente.
Por fim, tenho cada vez mais contratado propósito e valores. O restante, temos diversas maneiras de desenvolver ao longo da jornada.
Garanto a vocês que adotando esta postura, tenho sido cada vez mais feliz com meu trabalho. E eu espero que você e seus colaborados e também encontrem este caminho.
Por Carlos Guilherme Nosé, CEO da FESA Group. É graduado em Administração de Negócios pela PUC-SP e em Publicidade e Marketing pela UNIP.
Saiba mais sobre vida pessoal ouvindo o episódio 75 do programa “Vida Pessoal e Profissional: há limites?” do PodCast do RHPraVocê. Nesse episódio, o CEO do Grupo TopRH, Daniel Consani, e a editora do RH Pra Você, Gabriela Ferigato, conversaram com Tiago Petreca, diretor fundador e curador chefe da Kuratore – consultoria de educação corporativa, Country Manager da getAbstract Brasil e autor do Livro “Do Mindset ao Mindflow”, sobre as principais descobertas da pesquisa. Acompanhe clicando no app abaixo:
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