Aprazível para uns e temida por outros, fato é que de tempos em tempos, reformar é preciso. Porém, quem já teve a oportunidade de experienciar o andamento de uma reforma sabe bem que, mesmo diante do melhor e mais elaborado planejamento possível, uma coisa é certa: gastos extras e resiliência para adaptação frente aos inevitáveis imprevistos são imperativos.

Aprovada pelo Congresso brasileiro, após anos de tramitação entre Câmara e Senado, a Reforma Tributária, finalmente, entra em curso com a promessa de fazer jus a tal prerrogativa.

Afinal, se hoje as empresas gastam anualmente cerca de 62,5 dias para apurarem os tributos que precisam ser pagos no País, segundo dados do Movimento Brasil Competitivo (MBC), a previsão é que essa complexidade se acentue ainda mais nos próximos anos, antes de apresentar os primeiros efeitos positivos.

Isso porque a Reforma Tributária pressupõe um período de transição de sete anos, durante o qual deverá haver o declínio do sistema antigo em paralelo à progressão do sistema novo. O que significa que entre 2026 e 2032 as organizações irão operar dentro de um paralelismo tributário, convivendo com as novas determinações, mas sem deixar de cumprir com as obrigações atuais. Ou seja, antes de simplificar, o cenário fiscal brasileiro deve ficar ainda mais complexo no decorrer desse período.

Cabe ressaltar que somado aos custos necessários para investimentos e adaptação às mudanças aprovadas, outro ponto de atenção refere-se ao perfil dos profissionais demandados pelas empresas em meio ao protagonismo sob o qual a área tributária será submetida.

Exemplo disso é a questão de créditos nas cadeias de fornecimento de produtos e serviços. Além de implementar a tributação no destino, a Reforma prevê a não cumulatividade plena da cadeia comercial. Isso significa que agora será de vital importância para as empresas mapearem toda a cadeia de produção e distribuição de mercadorias, bem como as contratações de serviços, desde a sua origem, entendendo quem são seus fornecedores atuais e quais os seus regimes tributários, já que é deles que virá o crédito.

Portanto, o sistema novo vai exigir que se conheça, em profundidade, suas cadeias de fornecimento, seus respectivos regimes tributários, preço final e localização de seus ativos. E como a Reforma altera todas as bases de comparação, as decisões dos empresários também precisarão ser revistas com base nas análises realizadas por contadores e tributaristas.

Sendo assim, os profissionais que antes atuavam de forma mais operacional, a partir de agora deverão ser mais estratégicos e acionados no apoio e tomadas de decisões que afetarão diretamente o valor pago em tributos e a precificação dos produtos e serviços.

Além disso, por meio de estudos e projeções de cenários, outras habilidades analíticas exigidas dos profissionais das áreas fiscal e tributária do futuro, que já começou, serão o manuseio de ferramentas e softwares que os ajudem não só na automatização da operação, mas, sobretudo, na simulação de cenários e impactos das mudanças previstas na nova legislação, combinação dos tributos antigos com os novos e atualização das regras conforme aprovação e publicação das leis complementares.

Nos próximos sete anos, veremos uma mudança radical da importância das áreas fiscal e tributária para todas as empresas. Portanto, a dica de ouro no momento para os profissionais que atuam nesses setores é investir, desde já, em capacitação, novos conhecimentos e novas tecnologias, fazendo do limão, uma limonada, e dos impactos da reforma, um caminho de aprendizado, desenvolvimento e diferencial competitivo.

Reforma Tributária e o novo perfil de profissional

Por Giuliano Gioia, advogado tributarista e Tax Director da Sovos Brasil.

 

 

Ouça o episódio 174 do podcast RH Pra Você Cast, “A era dos “Quiet” – Chegou a vez do Quiet Thriving“. Quem está mais atento às novidades do mercado deve ter ouvido falar, nos últimos meses, no quiet quitting e no quiet firing, dois fenômenos que vêm causando muita dor de cabeça tanto às empresas quanto a vários profissionais. Mas agora o momento é de mais um quiet no mercado, o “Quiet Thriving“.

Em poucas palavras, a novidade remete a uma espécie de “crescimento silencioso” dentro das organizações. Em um primeiro momento, ele pode até parecer menos impactante que seus irmãos de silêncio, mas será que ele é mesmo? O que o quiet thriving pode trazer de bom, mas também de negativo a profissionais e organizações? É isso que a Profª Ms. Andrea Deis, Gestora de carreira, palestrante, autora e neurocientista, nos ajuda a entender nesse episódio. Confira!

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Capa: Depositphoto