Temos dado muita atenção à Inteligência Artificial (IA) e às tecnologias que a cercam, gerando diversas dúvidas entre os trabalhadores sobre o futuro de seus empregos. Já enfrentamos revoluções similares, embora mais lentas e de impacto menor, que também geraram ansiedade no ambiente de trabalho. 

Houve um tempo em que a maioria das organizações era estruturada por especialidades, verdadeiros silos onde as conversas eram limitadas a jargões específicos. Então surgiu a reengenharia de processos, que se propôs a observar o fluxo de atividades ao longo da organização com um enfoque no cliente, derrubando as paredes dos antigos silos e reduzindo a burocracia. Os sistemas, mesmo os mais antigos, se adaptaram naturalmente a este conceito.

Com isso, muita ineficiência foi eliminada, a produtividade aumentou e as antigas funções, agora focadas em processos, foram revisadas. O perfil do trabalho mudou: algumas funções foram extintas, outras criadas. As pessoas foram treinadas e a vida seguiu. Hoje, o conceito de processos é inerente à maioria das empresas.

Um fenômeno parecido ocorreu com a internet. No início, as previsões eram alarmantes e muitas pessoas temiam os impactos em seus empregos. Muitos correram para criar seus sites. Com o tempo, percebemos que muitas previsões não se concretizaram e uma quantidade enorme de aplicações não previstas mudou o mundo, especialmente com os smartphones e a infraestrutura de telecomunicações.

As funções no ambiente de trabalho se adaptaram às mudanças tecnológicas. Comparada à reengenharia de processos, a internet teve uma velocidade de implantação e um impacto em nosso dia a dia ainda maiores. As pessoas foram treinadas e a vida continuou. Hoje, a internet e suas diversas aplicações são parte do cotidiano.

RH TopTalks cobertura

Agora, estamos vivenciando uma nova revolução, com o advento da linguagem natural, que facilita o relacionamento e o acesso a uma grande quantidade de dados, trazendo novas soluções para o ambiente de trabalho e para a vida pessoal. As empresas, com base em suas experiências anteriores, estão rapidamente adotando essa tecnologia em seus processos, o que deve impactar funções e atividades de trabalho, eliminando algumas, alterando outras e criando novas.

Curiosamente, muitas pessoas estão acompanhando esta revolução de perto. A maioria já utilizou algumas das versões gratuitas do ChatGPT, Copilot ou Gemini (antigo Bard). A mudança é rápida e de grande impacto. Talvez você nem perceba enquanto ela acontece. Os processos se ajustarão e os treinamentos virão. E novamente, absorveremos essa revolução significativa, seguindo em frente em nosso ambiente de trabalho e em nossas vidas.

Mas, qual é o real impacto do que está acontecendo além da IA?

Nas revoluções anteriores, o principal impacto estava nas atividades laborais. Processos e sistemas eliminaram o que hoje chamaríamos de excessos, reduzindo custos em atividades de baixo valor, por meio de sua mecanização e aceleração, permitindo maior volume de produtos e serviços realizados para cada indivíduo.

A IA trará mudanças em atividades que envolvem algum nível de decisão, agregando maior valor. As pessoas serão menos requisitadas para realizarem atividades repetitivas, mesmo que envolvam decisões, e terão acesso a informações mais bem preparadas para desenvolverem seu trabalho. Faremos cada vez menos atividades físicas e cada vez mais mentais.

Aqui reside o ponto mais relevante sobre o futuro do nosso trabalho: as pessoas precisam se sentir bem para desempenharem essas atividades. A mudança não será apenas em atividades, fluxos e responsabilidades que usam sistemas empresariais e tecnologias. As pessoas serão cada vez mais relevantes para se alcançar resultados nos negócios.

Inteligencia artificial

O ambiente de trabalho precisará ser mais competente para enfrentar os desafios diários, pois os processos mais simples serão gerenciados pela tecnologia. Individualmente, as pessoas precisarão cuidar mais da própria saúde, estar descansadas para enfrentarem desafios motivadores, fisicamente saudáveis, sabendo lidar com o estresse e as emoções do dia a dia, tudo o que impacta nossa capacidade de pensar.

A mente precisará sempre de atenção: descansada, engajada em aprender e com segurança psicológica para compartilhar quando isso não estiver acontecendo. Afinal, continuaremos a ser humanos e não somos perfeitos. A colaboração e a conexão entre as pessoas serão cada vez mais essenciais para alcançar resultados de forma contínua e sustentável. Essa conexão não será apenas interna às organizações, mas elas terão propósitos maiores, impactando a sociedade e o mundo ao seu redor.

Estamos falando muito sobre IA e menos sobre nós mesmos e sobre as organizações onde passaremos a maior parte das nossas vidas. O futuro será composto por organizações com pessoas saudáveis, e este deve ser o foco das transformações que temos que nos preparar para viver bem os próximos anos.

O trabalho no futuro

Por André Lit, CEO da Healthy Place Brasil. A companhia é uma resposta natural à demanda frequente por parâmetros de bem-estar e qualidade de vida corporativa, utilizando um benchmark global. 

 

 

Ouça o episódio 182 do podcast RH Pra Você Cast, “A ascensão dos influencers de RH”. Quem é mais ativo nas redes sociais sabe o quanto é difícil acompanhar o ritmo de novos influencers. De repente, nos deparamos com algum que tem milhares ou milhões de seguidores e nos questionamos: “como eu nunca ouvi falar sobre?”. A versatilidade da função faz com que praticamente todas as áreas contém com especialistas que assumem o papel de influenciadores digitais. Isso, é claro, vale para o RH, que cada vez mais abrange novos profissionais para compartilhar dicas, experiências, histórias e muito mais para o seu público. E para falar sobre a ascensão dos influencers de Recursos Humanos, nada melhor do que falar com quem já domina a arte. O papo da vez é com Ana Chauvet, que conta com mais de 348 mil seguidores somente no LinkedIn. Confira!

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