O que é a discriminação em processos seletivos e como evitar passar por isso?
A discriminação em processos seletivos é um problema grave e ainda presente em muitas organizações. Ela é uma realidade no Brasil, mas também em outras partes do mundo. Ou seja, é uma questão que atinge minorias em diferentes contextos, mesmo com o empenho de muitas empresas e profissionais de RH para evitar sua ocorrência.
A discriminação em seleções de emprego tende a provocar um desequilíbrio no acesso ao mercado de trabalho. Por isso, apesar de as empresas também sofrerem os efeitos da falta de diversidade em seus quadros, é inegável que os maiores prejudicados são os candidatos alvos de preconceito.
Como evitar passar por isso ao participar de um processo seletivo?
E quais ações você pode tomar caso sofra discriminação ao se candidatar a uma vaga de emprego?
A seguir, explicamos de que forma a discriminação pode ocorrer e quais os efeitos que ela costuma causar. Além disso, damos algumas dicas para ajudar quem já passou ou teme passar por uma situação desse tipo.
O que é a discriminação em um processo seletivo?
A discriminação pode ocorrer com base em diversas características do candidato, durante um processo seletivo. Ela pode ter como base, por exemplo, os seguintes fatores.
- Raça
- Gênero
- Orientação sexual
- Idade
- Nacionalidade
- Estado civil
- Religião
Também pode haver discriminação contra mães de filhos pequenos e pessoas com deficiências (PcD), bem como no caso de profissionais com origem em outros estados e regiões do país. Na verdade, a lista é muito longa, e os grupos mais prejudicados podem variar conforme o setor, região do país e nível hierárquico.
Essa discriminação pode ter um impacto negativo significativo na vida das pessoas, impedindo-as de alcançar seus objetivos profissionais e limitando suas oportunidades de carreira. Isso pode ser especialmente prejudicial para grupos marginalizados, como pessoas negras, indígenas, LGBTQIA+ e pessoas com deficiências.
A discriminação com base no currículo
Uma das formas mais comuns de discriminação em processos seletivos é através do currículo. Muitas empresas ainda usam critérios subjetivos para avaliar os candidatos, o que pode levar a decisões baseadas em estereótipos e preconceitos.
Há diversas leis contra esse tipo de discriminação. O racismo e a homofobia, por exemplo, são considerados crimes. Por isso, quem discrimina um candidato a uma vaga de emprego pela cor da sua pele ou orientação sexual pode acabar respondendo por isso na justiça.
Devido à gravidade dos casos de discriminação, muitas organizações também passaram a criar mecanismos próprios para evitar que isso ocorra. Isso ocorre porque:
- Há um entendimento cada vez maior nas empresas sobre seu papel social e responsabilidade de coibir práticas discriminatórias
- Muitas empresas temem processos judiciais e danos à sua imagem oriundos de práticas discriminatórias em processos seletivos
- Está cada vez mais claro, para muitas companhias, o efeito positivo que uma equipe diversa pode ter sobre os seus resultados
Apesar disso, a discriminação ainda é um problema grave em processos seletivos e pode influenciar a decisão de diversos empregadores já na hora de avaliar os currículos dos candidatos.
Dicas ao preparar o seu currículo
Mesmo que evitar a discriminação com base no currículo seja uma responsabilidade das empresas, e não dos candidatos, você pode diminuir o risco de se tornar vítima disso.
Para evitar a discriminação em processos seletivos, é importante que os candidatos criem um currículo profissional que evite informações irrelevantes e potencialmente discriminatórias.
Aqui estão algumas dicas para criar um currículo que evite a discriminação:
Não inclua informações irrelevantes
Evite incluir informações irrelevantes, como sua idade, estado civil ou orientação sexual. Também evite mencionar filhos no currículo. Essas informações não são importantes para o desempenho no trabalho e podem levar à discriminação.
Não subestime suas habilidades
Muitas vezes, as pessoas tendem a subestimar suas habilidades e experiências, especialmente se pertencem a grupos marginalizados. Isso pode levar a uma avaliação subestimada do seu currículo e potencialmente a uma eliminação do processo seletivo.
Evite usar foto em seu currículo
É comum entre muitos candidatos usar foto em um currículo profissional. No entanto, esse pode ser um elemento prejudicial para muitos profissionais, principalmente pessoas que possam sofrer discriminação devido à sua raça ou idade, entre outros casos.
Tenha em mente, no entanto, que essas não são regras universais. Afinal, em alguns casos, características pessoais suas podem favorecer a candidatura a uma vaga de emprego. Pessoas com filhos, por exemplo, podem ser vistas como boas candidatas a uma vaga de babá. Ou seja, é importante analisar o seu currículo conforme o contexto.
Se um profissional sentir que está sendo vítima de discriminação durante um processo seletivo para uma vaga de emprego, existem algumas coisas que ele pode fazer para lidar com a situação.
O que fazer se você for vítima de discriminação.
Se você achar que foi (ou está sendo) vítima de discriminação durante um processo seletivo, poderá tomar algumas atitudes.
Primeiro, é importante que o profissional registre todos os detalhes da discriminação, incluindo as datas, os nomes das pessoas envolvidas, as ações ou comentários discriminatórios e qualquer outra informação relevante. Isso pode ser útil se o profissional decidir tomar medidas legais mais tarde.
O profissional também deve considerar falar com alguém na empresa, como um gerente de recursos humanos ou um representante de diversidade e inclusão, para relatar o incidente. Isso pode ajudar a identificar e corrigir qualquer problema de discriminação na empresa e pode também fornecer suporte para o profissional.
O profissional pode ainda considerar procurar orientação legal, especialmente se a discriminação foi grave ou se ocorreu de forma repetida. Um advogado especializado em direitos trabalhistas ou em direito civil pode orientar o profissional e, eventualmente, dar prosseguimento a uma ação legal.
Por fim, o profissional pode buscar suporte de grupos de apoio, como grupos de defesa de direitos de minorias, grupos de apoio a mulheres, entre outros. Esses grupos podem oferecer aconselhamento, orientação e suporte emocional para ajudar o profissional a lidar com a discriminação.
Por Alejandra Barros, designer de conteúdo baseada em São Paulo, apaixonada por conteúdo de todas as coisas, desde redação de blogs até UX. Em 10 anos de trabalho na área de conteúdo, ela escreveu artigos de blog para startups de tecnologia, criou estratégias de conteúdo para editoras acadêmicas e empresas de jogos e traduziu conteúdo de alemão e francês. Como defensora do design de conteúdo, ela é membro da comunidade do Content Design Club para promover as melhores práticas.
Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast, “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)“. Como você se enxerga daqui a cinco ou dez anos? O questionamento, que já deve ter sido feito a muitos de vocês durante algum processo seletivo ao longo da carreira, nem sempre traz consigo uma resposta fácil. Especialmente para um público que, diante de tantos estereótipos e preconceitos, sequer sabe como será o dia de amanhã em sua vida profissional. A cada nova geração que entra no mercado, uma anterior se vê diante do dilema de ficar para trás e ver cada vez menos portas se abrirem.
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