Você acaba de ser convocado ou convocada para uma entrevista de emprego. Isso significa que seu currículo já foi avaliado, que suas qualificações estão de acordo com as necessidades da vaga e que sua experiência profissional chamou a atenção do recrutador. Parabéns por chegar até aqui, mas entenda que o jogo não está ganho. Longe disso.

Para começar, não tenha medo da entrevista de emprego. Ela é um instrumento importantíssimo para conectar pessoas e possui um método. Não é hora de fazer stand up comedy, nem emocionar seu ouvinte. A entrevista de emprego é uma técnica, com roteiro de perguntas pré-estabelecido, que muda muito pouco, pois busca sempre analisar seu comportamento e suas habilidades de acordo com as necessidades da vaga.

Não é um alívio saber que tem menos a ver com carisma do que com preparo? Então, antes de revirar os olhos diante de perguntas comuns em entrevistas de emprego, tente entender a motivação por trás de todas elas e sinta-se extremamente confiante para os próximos desafios que virão.

“Fale um pouco sobre você”

E variantes óbvias como “me conte sobre você” ou “fale sobre sua história” são excelentes para quebrar o gelo inicial, mas têm uma função objetiva e você precisa estar bem preparado. Como o recrutador já pré-selecionou seu currículo, ele quer que você confirme as formações e experiências apresentadas. Ele vai tirar dúvidas eventuais, questionar movimentações, escolhas profissionais, hiatos, entre outros.

Este é o momento ideal para enriquecer sua trajetória com as lições adquiridas no meio do caminho. Se você fez intercâmbio, enfatize que a experiência contribuiu para o aprendizado de línguas e capacidade de adaptação.

Se você é um profissional de recursos humanos, mas que já trabalhou com vendas, explique como aprendeu diferentes formas de lidar com pessoas. E por aí vai. Lembre-se de ser sucinto, mas busque realçar pontos positivos que estão de acordo com a vaga.

“Por que você quer trabalhar aqui?”

Parece pegadinha, né? É uma pegadinha! Esta é a isca que todo recrutador lança para descobrir se você fez o “dever de casa”. Não fuja do roteiro. Explique como a história, os valores e os objetivos da empresa estão alinhados com seu propósito de vida. É permitido fazer comparativos com experiências próprias, destacando o fit profissional entre vocês.

Por exemplo, se você leu uma entrevista do CEO da empresa falando sobre a importância dos fatores ESG na companhia, mostre como seu estilo de vida mudou por causa da sustentabilidade. Quando estiver cansado de responder sempre as mesmas perguntas, lembre-se que o recrutador é como um pescador e que há muitos peixes no mar. Deixe-se fisgar!

“Quais são os seus pontos fortes e fracos?”

Agora é a hora de mostrar suas habilidades e é importante que você as desenvolva. Não basta falar que você é bom em algo, é importante que você explique e também apresente exemplos reais. Além disso, outra dica importante é que você não precisa se estender demais ao falar “positivamente” de você, seja sucinto e prático, para não beirar a arrogância.

Concomitantemente, ao ser questionado sobre fraquezas, seja estratégico. Todos nós temos defeitos e o importante é ter autoconhecimento sobre eles e buscar melhorar. Em uma entrevista de emprego, autoconhecimento, autocrítica e honestidade também são levados em conta.

Só vamos combinar que está proibido dizer que seu maior defeito é ser “perfeccionista”? Se é a única resposta que você sabe dar, pare um pouquinho e estude melhor para a próxima entrevista.

Perguntas comportamentais

Elas não eram tão comuns, mas vêm sendo adotadas no processo seletivo e consistem em apresentar situações problemas para ver como você reage. Alguns exemplos:

– Qual é o maior erro que você já cometeu e como reagiu a ele?
– Qual foi o feedback mais difícil da sua vida?
– Como resolveu um conflito com seu chefe?

É importante neste momento manter a calma e tirar um tempo para pensar, se necessário. Além de entender como é seu funcionamento em equipe, por exemplo, pode ser que também estejam avaliando o seu desempenho sob pressão, então respire fundo.

Na sua resposta, busque seguir a racionalidade, formalidade e cordialidade e, assim como todas as outras perguntas, desenvolva sua resposta, busque trazer casos que já aconteceram, exemplificar e explicar logicamente. Cuidado ao narrar um episódio que lhe cause muita emoção para o bem ou para o mal. Prefira contar “causos” que já foram digeridos.

“Por que deixou seu último emprego? Quais são os seus limites?”

Eu sei bem que quando queremos entrar em um lugar é mais fácil fingir que os limites não existem, mas isso é uma receita para o insucesso. É importante, ao entrar em uma empresa, que você deixe claro o que não está disposto a fazer, porque nenhuma relação de longo prazo se sustenta quando não colocamos limites. Claro que você comunicará isso de uma maneira cordial e explicando logicamente o porquê não é possível.

Caso a vaga não esteja alinhada, quer dizer que você precisa procurar em outro lugar. De qualquer maneira, se manter nessa posição seria insustentável para você, além de desgastante. Não obstante, ao falar do seu antigo emprego, busque primeiro mencionar os pontos positivos e o que você aprendeu estando no lugar e, caso seja de extrema importância, você pode mencionar os pontos negativos, mas sempre com respeito.

“Quais são seus objetivos para o futuro?”

Para uma empresa é super atrativo ter um possível trabalhador que queira construir uma relação de longo prazo, que busque crescer e se manter. Nesse sentido, é legal destacar como você se vê dentro da empresa, como você quer evoluir profissionalmente.

Apontamentos finais

É interessante sempre estar preparado para uma entrevista de emprego, mas isso não significa que você deva mentir sobre seus objetivos, habilidades ou como você é.

Afinal, isso tudo será posto em prática quando você conseguir a vaga e pode ser bem mais desgastante para todas as partes, que isso aconteça quando você já está contratado. Nesse sentido, seja autêntico e isso também será levado em consideração.

Entrevista de emprego: menos carisma, mais preparo

Por Bruno Corano, economista, investidor e apresentador do Manhattan Connection.

 

 

Ouça o episódio 162 do podcast RH Pra Você Cast, “Como superar processos seletivos longos?“. Quem aí nunca enfrentou um processo seletivo que parecia interminável? Você sai de um teste, vai para outro, passa pela entrevista em vídeo, o tempo continua passando, a vaga não informa quantas etapas ainda faltam e a jornada, marcada pela incerteza e pela longitude, se torna um verdadeiro incômodo. Quem dera tivesse uma fórmula mágica para passar por tudo isso com mais facilidade, não é mesmo?

Fato é que, seja curto ou seja longo, todo processo seletivo pode ser superado pelos candidatos mais preparados. E o que deve ser feito é o que nos revela Ticyana Arnaud, Estrategista de Recolocação Profissional e Gestão de Carreira. Nesse episódio do RH Pra Você Cast, ela conta todos os segredos para que os candidatos não apenas vençam seleções longas, como também sejam mais competitivos nas vagas em que se inscrevem. Confira:

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