Quando se pensa em bem-estar, diversos tipos de benefícios nos vem à cabeça, sendo o auxílio medicamento um pilar fundamental, mas que ainda não vem como um top of mind relacionado ao bem-estar para todos. Se alguém precisa de um medicamento para saúde mental ou física, porém enfrenta desafios em ter acesso ao medicamento prescrito, o que acontece com seu bem-estar?

Fica em segundo plano. Tal medida, no entanto, não parte de uma escolha, já que muito desse cenário se deve pelo entrave financeiro e a necessidade de escolher quais necessidades básicas serão supridas dentro dos recursos escassos. 10% das pessoas recorrem à prática de pular doses de medicamentos prescritos como uma forma de economizar dinheiro, segundo o Gallup. Tanto a saúde física quanto o bem-estar emocional são prejudicados nesse caminho de negligência involuntária.

Pesquisa Infojobs

Uma pesquisa da Gallup aponta que 94% dos entrevistados se sentem constantemente preocupados com os preços dos medicamentos e tratamentos médicos. Afinal, os investimentos medicamentosos representam, em média, 46% do orçamento de saúde das famílias brasileiras e quase três vezes mais a média (84%) para as mais pobres, conforme estudo do Banco Mundial.

Outro dado mostra que uma em cada 10 pessoas relata pegar dinheiro emprestado ou passar por alguma necessidade devido aos custos dos medicamentos, segundo o estudo Coping with Prescription Drug Cost Sharing: Knowledge, Adherence, and Financial Burden, publicado na Health Services Research.

Também é comum que a pessoa inicie o tratamento, mas tenha que interromper. Mesmo no serviço de saúde pública, o acesso ainda é limitado e muitas vezes demorado. Tudo isso gera estresse e até mesmo ansiedade em quem deseja se cuidar, mas não tem a oportunidade.

Essa dificuldade leva o indivíduo a colocar a sua saúde mental e física em risco, agravando o quadro clínico com complicações que poderiam ser evitadas. Além disso, não dá para separar o bem-estar emocional do colaborador com o desempenho no trabalho.

O estresse ocasionado por problemas de saúde e a falta de tratamento medicamentoso também pode afetar negativamente a capacidade do trabalhador desempenhar suas atividades no dia a dia.

Problemas de memória, dificuldade de concentração ou desafios na tomada de decisões são algumas das consequências danosas para a produtividade.

É aí que entra um ponto fundamental a ser considerado pela liderança de qualquer tipo de empresa: antes de cobrar alta performance, é importante descobrir o que pode estar afetando o desempenho do colaborador e como suas necessidades podem ser supridas.

Embora o bem-estar seja um tema em alta, percebo que ainda falta um nível de “pessoalidade” em enxergar como isso varia de pessoa para pessoa, de condição para condição.

O plano de saúde paga pelo medicamento de uso hospitalar em caso de agravamento da situação, mas é igualmente relevante pagar pelo medicamento de uso crônico para evitar essa ida ao hospital. Esse suporte deve funcionar de maneira preventiva e não apenas reativa.

Ou seja: mesmo que tenha um plano de saúde, de nada adianta esperar pelo agravamento do caso, chegando à internação hospitalar, por exemplo, sem garantir que a prescrição médica no tratamento medicamentoso também seja seguida.

O suporte fornecido pelas empresas com investimentos em Programas de Benefícios em Medicamentos (PBM) pode contribuir para que os colaboradores se sintam menos estressados e ansiosos em relação à continuidade de seus tratamentos.

Tirando essa preocupação financeira, é possível melhorar consideravelmente a qualidade de vida do trabalhador e, consequentemente, sua produtividade no ambiente de trabalho.

Ainda assim, é importante que os líderes e RHs enxerguem o bem-estar para além da solução medicamentosa, com uma visão holística que contemple as mais diversas necessidades dos colaboradores.

Ou seja: as iniciativas internas e os programas de benefícios precisam integrar soluções direcionadas à saúde mental, à prática de atividades físicas, à nutrição saudável e ao desenvolvimento pessoal e profissional.

Garantir essa abordagem completa do bem-estar dos colaboradores é a maneira mais eficiente de se comprometer com o cuidado e o desenvolvimento de suas equipes.

Dificuldade financeira é o principal entrave para o bem-estar

Por Luis Gonzalez, cofundador e CEO da Vidalink.

 

 

Ouça o RH Pra Você Cast, episódio 137, “Transparência salarial empolga, mas estamos mesmo prontos para isso?“. Empolgante para os candidatos, preocupante para as empresas. Esse é o panorama das opiniões por trás de Projetos de Lei que obrigam as organizações a revelarem o salário de qualquer vaga em aberto.

Nos Estados Unidos, algumas cidades e estados já fazem da legislação parte de sua rotina de trabalho. O propósito principal da medida é combater a desigualdade salarial de gênero e raça. Na teoria, a ideia chama atenção. Mas será que, de fato, nossa cultura de trabalho está pronta para tamanha transparência?

Enquanto o PL 1149/22, que exige que empresas brasileiras façam o mesmo, não é nem arquivado nem aprovado, fica a dúvida. Por isso, o RH Pra Você Cast convidou Tábata Silva, Gerente no Empregos.com.br, para debater o contexto e nos ajudar a entender se a transparência salarial é ou não positiva para o mercado. Confira:

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