A sensação de estagnação profissional faz com que muitos brasileiros enxerguem na transição de carreira uma oportunidade de recomeçar do zero, com perspectivas de sucesso em outro segmento que esteja mais alinhado à cultura e valores do profissional. Uma pesquisa realizada pela consultoria EDC Group mostrou que após o auge da pandemia de Covid-19, 91% dos entrevistados afirmaram ter mudado o seu propósito de vida, 53% alegaram ter perdido o interesse pela carreira que desempenhavam e 45% afirmaram estar seguros para mudar de profissão.

Mudar não é fácil, mas é possível migrar para outra área no mercado de trabalho sem traumas, de forma segura e bem planejada. Isso envolve autoconhecimento, capacitação e entendimento sobre as oportunidades disponíveis no mercado, sobretudo as que melhor se encaixam no perfil e propósito do profissional.

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Pessoalmente, passei por uma transição de carreira entre os anos de 2018 e 2019, e digo com propriedade que é fundamental ter clareza sobre o nicho ou cargo em que pretendemos trabalhar para saber como se preparar para ser competitivo em um processo seletivo.

Para isso, pesquisar é o ponto de partida, seja estudando carreiras que estão em alta ou conversando com profissionais que atuam na área pretendida, plataformas como o LinkedIn ajudam nesse processo. Assim, é possível planejar a transição com assertividade sabendo para qual área se capacitar, qual perfil é buscado pelo mercado, quais soft skills e competências técnicas precisa desenvolver e como é a cultura da empresa em vista.

A partir disso, é preciso se dedicar para atualizar o currículo. Durante o meu período de transição, obtive uma certificação em Comunicação Persuasiva pelo MIT – Instituto de Tecnologia de Massachussetts e entrei de cabeça nos estudos sobre marketing digital. O período de qualificação no MIT e com o Erico Rocha aprimoraram a minha comunicação.

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Me tornei mais persuasiva, aprendi a ler o outro e fazer os ajustes necessários para criar relacionamentos recíprocos na vida e na carreira. Esse é um ponto importante a ser considerado durante a transição de carreira: é preciso estudar para entregar um currículo de ponta para os recrutadores.

Contudo, é importante ressaltar que atualizar o currículo não significa abrir mão da bagagem de aprendizado adquirida até então. Algumas competências desenvolvidas na antiga carreira podem ser aproveitadas na nova área. Organização, gestão do tempo, proatividade e facilidade para executar tarefas em equipe são exemplos de competências plurais e que agregam pontos ao profissional.

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Para quem está insatisfeito na atual área, mas não sabe ao certo qual direção seguir, uma boa dica é acompanhar a lista anual do LinkedIn com as profissões que estão com alta demanda de contratação, feita com base no perfil e volume das vagas anunciadas na plataforma. É uma fonte confiável que ajuda a identificar oportunidades em áreas consideradas promissoras pelo mercado.

Segmentos como o de tecnologia e o mercado financeiro são exemplos de setores com poucos profissionais qualificados, ampla oferta de empregos e muitas possibilidades de capacitação. Não à toa, aparecem na pesquisa do LinkedIn com posições abertas em cargos de liderança, engenharia e análise de dados, cargos ligados à experiência e consultoria especialista aos clientes, entre outros.

Há, inclusive, empresas que estão oferecendo qualificação gratuita tamanho o gap de formação existente no mercado. Se houver alinhamento cultural com a organização, vale a pena aplicar o currículo e passar pelo programa de capacitação.

Não há limite de idade, nem qualquer outra restrição que impeça um profissional infeliz na posição atual de recalcular a rota e se reinventar em uma nova carreira.

Com disciplina e organização, a transição tem tudo para dar certo.

Como se preparar para uma nova profissão?

Por Kelly Evangelista, CEO do Fala Bancário, especialista em marketing digital e certificada em Comunicação Persuasiva pelo MIT – Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Antes de empreender, fez carreira em instituições financeiras com passagens pelos bancos Santander e Alfa, onde atuou na linha de frente de algumas empresas do conglomerado (Alfa Investimentos, Alfa Financeira, Alfa Leasing, Alfa Seguradora e Alfa Previdência). Com base em estudos nas áreas de Neurociência e Marketing, desenvolveu o Método de Vendas PLR.

A decisão de mudar de carreira (seja a mudança de profissão, setor ou área) é sempre acompanhada por muitas dúvidas e reflexões. Há um momento certo para isso? Há algum sinal para identificarmos que esse momento chegou? O CEO do Grupo TopRH, Daniel Consani, e a editora do RH Pra Você, Gabriela Ferigato, conversaram com Dani Verdugo, empresária, headhunter e CEO da THE Consulting e Hugo Capobianco, especialista de carreira da Consultoria Global Lee Hecht Harrison (LHH), sobre o processo de mudança de carreira e qual o planejamento para isso. Confira o papo player abaixo ou clicando aqui.

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Capa: Deposithphotos