O que falta para as marcas se comunicarem com a GenZ de forma genuína?

No Brasil, cerca de 51 milhões de pessoas fazem parte da Geração Z, que engloba de 13 a 27 anos. O número já demonstra a importância das marcas conseguirem se comunicar de forma adequada com esse público.

Para isso, devem entender que ao criar um produto ou serviço voltado a GenZ, esse grupo precisa fazer parte da tomada de decisão, influenciando nas estratégias.

Cada vez mais as marcas estão passando pelo processo de rejuvenescimento, na tentativa de garantir mais assertividade. No entanto, a GenZ já não é tão nova quanto muitos imaginam, pois os mais velhos estão com 27 anos, e mesmo a parcela mais nova do grupo, que ainda não paga as contas de fato, influencia no comportamento de compra.

Pesquisa Infojobs

Essas pessoas mais novas que estão nos times de comunicação, por exemplo, ainda não possuem tanta bagagem de mercado e visão de negócios, mas têm visão de consumidor. Os mais jovens fazem parte da GenZ e escolhem se vão comprar ou não um produto.

Então é como se a opinião deles tivesse peso dois, pois escolhem e influenciam alguém. Invalidar a GenZ é desconsiderar a visão de todo um público-alvo consumidor.

Diante deste cenário, as audiências precisam se fragmentar, pois não é mais aceitável que algumas marcas generalizem hábitos de comportamento de milhões de pessoas. A população brasileira vive em contextos socioeconômicos e educacionais distintos.

A faixa etária e geracional é apenas um dos filtros e recortes demográficos, existem outros: gênero, idade, educação, profissão, ocupação, nível de renda familiar e estado civil. E além disso, o mais relevante: considerar a comunidade que esse recorte está inserido, e quais valores e princípios compartilham entre si.

Esses filtros impactam a assertividade ou não do produto e da estratégia de comunicação. Tenho percebido que a Geração Z está sendo dividida em dois grupos. A Late GenZ, que é a galera de 18-27 anos, e a Young GenZ, os de 13-17 anos.

Os mais velhos possuem referências e vivências diferentes dos nativos digitais, ou seja, isso só reforça que as marcas precisam enxergar que a GenZ não é uma coisa só ou uma persona única que pensa e age de maneira igual. É importante ter em mente que existem várias Gerações Z.

Neste sentido, alguns fatores costumam ser levados em consideração pela Geração Z quando decide se fidelizar a alguma marca. Transparência de valores e demonstração de pertencimento sem se autoafirmar, são vistos como essenciais, assim como cometer um erro, assumir e consertar.

Marcas como Guaraná Antarctica, Bubbaloo, TikTok, Coca-Cola com Coke Studios e Coca-Cola Creations constroem uma conversa genuína com a Geração Z justamente por isso.

No entanto, acredito que ainda existe um caminho longo a ser percorrido para que grande parte das marcas consiga de fato se comunicar da maneira ideal com a Geração Z. Algum plano precisa acontecer para que a GenZ esteja verdadeiramente presente nas mesas de tomada de decisão.

Muitas empresas possuem abertura nesse sentido, o que é uma evolução, mas ainda falta, para além dos estagiários ou jovens aprendizes. É fundamental que as marcas entendam que a Geração Z já tem uma voz, mas que precisa urgentemente ser ouvida.

As marcas e a geração Z

Por Luiz Menezes. Aos 24 anos, Luiz é nativo digital, creator, apresentador, empresário e empreendedor, fez parte da co-criação da Pato Academy, empresa com foco em desmistificar hacking e tecnologia através de educação. Recentemente, fundou o InstitutoZ, braço especializado em estudos de comportamento de consumo da Geração Z, feitos pelo olhar de nativos digitais. Atua com comunicação há 7 anos, tendo feito projetos para marcas como Meta, Mondelez, P&G, Disney, Oi e mais.

Ouça o episódio 155 do RH Pra Você Cast, “O impacto da Geração Z nas relações de trabalho“. Pela primeira vez, quatro gerações dividem o mesmo ambiente de trabalho no mundo corporativo. Uma delas, a Geração Z, tem trazido diversas transformações e reflexões ao mercado de trabalho. Mas será que as empresas, líderes e RH conseguem entender o que esses jovens buscam e almejam para suas carreiras? O que tudo isso exige de revisão por parte da gestão de pessoas e como se tornar um “parceiro estratégico” desses profissionais? No episódio de hoje, conversamos com a doutora especialista em Geração Z, Thaís Giuliani, também consultora, mentora, escritora e criadora da Geração Zimago. Acompanhe:

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Capa: Depositphotos