Num mundo hiperconectado, desconectar é viver!

Uma cena muito comum para muitas pessoas é colocar o despertador no celular e quando acordar a primeira coisa a fazer é olhar as mensagens de WhatsApp ou e-mails.   

Segundo Arianna Huffington no seu livro Thrive, as pessoas hoje em dia adotam uma cultura subserviente, se permitindo consumir algo que alguém preparou, quando na verdade deveríamos consumir aquilo que desejamos no momento, no presente.  

Você já tem escutado da famosa sigla FOMO

Popularmente ela significa “Fear of missing out” que traduzindo que dizer agonia pelo fato de não participar de tudo o que acontece na vida da empresa, nos temas ao seu redor ou mesmo nas redes sociais.

Mas você realmente precisa estar conectado o tempo todo? Você é tão indispensável assim?

Ao longo da vida, percebi que o tempo é o recurso mais valioso que temos, porque é o único que nunca volta. Falamos muito de escassez de tempo, de equilíbrio de vida profissional, pessoal, esporte, família, saúde, alimentação, muita coisa para dar conta, né? 

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Quando escutei a palavra FOMO pela primeira vez, percebi que tem muito a ver com o nível de maturidade que temos na nossa vida. Quando era mais nova ficava com essa sensação de angústia, quando não era envolvida em algumas decisões na empresa em que trabalhava, mas só o tempo vai te mostrando que não é bem assim, nosso entorno avança com ou sem a gente. 

Você já parou para a pensar quantas notificações você recebe de WhatsApp, e-mail, do Slack, do Teams? Segundo alguns estudos, em média o brasileiro checa umas 120 vezes ao dia o celular e fica em média 4,8 horas por dia no mesmo.  Sim, o nosso celular tem uma chave fundamental para ativar nossa chave do FOMO, é um gatilho. 

Atualmente no mundo do trabalho vemos uma crescente alta no aumento da Síndrome de Burnout nas organizações. Será que o FOMO e esse acréscimo nos casos estão conectados de alguma maneira?

Veja mais: Burnout passa a ser doença ocupacional. O que muda para o mercado?

Na minha opinião sim, porque depois da pandemia, estamos vivendo o que eu chamo de momento de consciência total, no qual as pessoas passaram a olhar mais para dentro de si. E isso se viu refletido em vários aspectos da nossa vida como, por exemplo, passamos do movimento de  fast food ao movimento de slow food. Passamos do consumismo ao minimalismo e como consequência dessa consciência do FOMO ao famoso JOMO (Joy of missing out) ou  alegria de não se envolver em todas as resenhas, paradas, reuniões e tudo o que rola ao nosso redor. 

Estamos passando por um período de desintoxicação, quando não é obrigatório viver sob esses rótulos preconcebidos que a sociedade nos pede ter, passamos a enxergar que não pode ser padrão trabalhar 18 horas, não pode ser padrão não conseguir desconectar das nossas férias. 

Mas como lidar com o FOMO?

Alguns especialistas dão algumas dicas que desejo compartilhar: 

  • selecione datas e horários do dia para checar as mensagens de qualquer tipo, fique ligado nos seus gatilhos e identifique o que gera essa ansiedade em você. 
  • utilize as ferramentas tecnológicas a sua disposição, muitos celulares, por exemplo, dão a opção para condicionar o número de horas e limites para navegar nas redes sociais. 
  • pare de projetar felicidade como um evento futuro, materialize três coisas incríveis para sua vida e seja grato por isso, pois a felicidade não está atrelada a algo incansável, mas sim, a um estado natural do espírito que você desenvolve. 

A gente precisa viver a vida porque o futuro não existe, só existe o presente, a jornada precisa ser boa e para estarmos sãos, precisamos sim, desconectar. 

Para os que me conhecem sabem que eu pratico Surf e um dia estava participando de um evento com o Carlos Burle, um dos surfistas brasileiros mais renomados do mundo, que tem mais de 50 anos.

Umas das perguntas que a maioria do público fez para ele foi a seguinte: “Carlos a que preço veio seu sucesso?”. E ele respondeu: “veio à custa do sacrifício do tempo com a família, perdi muitos momentos importantes, esse foi o preço que eu resolvi pagar”. Quais datas você perdeu achando que seu tempo ia ser mais produtivo naquilo que você ia fazer profissionalmente? 

Fica aí a tarefa de refletir que o nosso dia pode ser diferente, que podemos ter menos cobranças, que não precisamos ficar conectados o tempo inteiro. 

Que consigamos ser presentes e estar no presente. Porque é o único que existe.

A que preço vem seu sucesso?

Por Karen Julliet Cartagena Rodriguez. Com experiência em indústrias de base, Karen Rodriguez passou por grandes empresas como o grupo Votorantim, Nissan Motors Corporation e o setor de energia na ISA CTEEP e RAIZEN na área de RH. A profissional possui experiências nas áreas de gestão de talentos, recursos humanos, clima e cultura, experiência do colaborador, aprendizagem, aquisição de talentos, HRBP e diversidade no ambiente de trabalho.

Ouça o PodCast RHPraVocê, episódio 78, “Quando é o momento de mudar de carreira (e como fazer isso)?” com Dani Verdugo, empresária, headhunter e CEO da THE Consulting e Hugo Capobianco, especialista de carreira da Consultoria Global LHH. Clique no app abaixo:

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