A sociedade está em transformação. Talvez você já tenha ouvido/lido isso anteriormente, mas o que provavelmente não percebeu é que essa transformação está ocorrendo em uma velocidade avassaladora e em todos os espaços sociais.
As relações humanas, hoje, são instantâneas, fluidas e em algumas situações, passageiras. Ainda assim, sentimos a necessidade de interagir, de compartilhar ideias, experiências, conhecimento e até mesmo o nosso lazer; isso porque somos formados e criados para o convívio em grupo. No universo organizacional não é diferente; indivíduos trabalham em prol de um objetivo comum sem que se esqueçam de marcar a sua personalidade, criatividade e diferenciais.
Afinal, as organizações são formadas por pessoas e, dessa forma, tornam-se, também, um organismo vivo, sujeito a todas as interferências dos ambientes no qual interage.
Bauman (1925-2017) apresentou ao mundo o conceito de modernidade líquida, na qual o “ter” se sobrepõe ao “ser” e os processos vão e vêm com mais agilidade e incertezas; as pessoas estão consumindo mais, tendo contato com diferentes produtos e serviços graças às facilidades provenientes da internet.
Por falar em internet, ela é uma das protagonistas quando falamos em sociedade 5.0 – conceito social em que o ser humano torna-se o ator principal, utilizando a tecnologia e os recursos digitais a favor dele, priorizando a qualidade de vida, a inclusão e a sustentabilidade. Se antes as máquinas existiam como forma de automatizar processos e aumentar fluxos de produção, agora elas convertem suas funcionalidades para o bem-estar social.
É o que vemos, por exemplo, na utilização responsável da Internet Artificial, bots, Internet das Coisas (IoT), Smart Cities e Smart Homes. Softwares, hardwares, aplicativos, aparelhos e tantos outros recursos estão evoluindo para facilitar a nossa vida.
A pergunta é: o que fazer com essa facilidade? O profissional do futuro precisará de competências e habilidades que vão do domínio desses recursos tecnológicos à gestão de pessoas, de conflitos e de tempo, otimizando processos e oferecendo negócios que estejam de acordo com a nova realidade humana. Assim sendo, investir em estudo e qualificação é o diferencial que deixará o indivíduo à frente, mas bem posicionado no mercado de trabalho.
Contudo, novas competências deverão ser desenvolvidas para que esse profissional 5.0 consiga articular positivamente com todo o ambiente em revolução/evolução, se descobrindo, antes de tudo, para que possa colocar o seu “eu” à frente de toda tecnologia.
Esse se descobrir é a chave para que as habilidades aprendidas realmente alcancem o que é exigido pelo mundo BANI (Mundo BANI é considerado a evolução do mundo VUCA, pois reflete a realidade das sociedades após a pandemia do coronavírus), sendo o quoeficiente emocional um aliado para a instabilidade e incertezas desse mundo novo.
Se a sociedade sofre com o momento delicado que vivemos na atualidade, isolada, distanciada e afastada de parentes e amigos, o reflexo nas organizações se mostra ainda mais perverso, colocando os profissionais em uma montanha-russa das emoções. A incerteza sobre o próprio emprego e, ainda pior, sobre a própria existência da sua carreira leva essas pessoas a um “pane” generalizado, em que não se sabe mais se estamos realmente preparados para esse mercado tão líquido.
Para tanto, devemos buscar novos conhecimentos e aprendizados, principalmente ligados às relações humanas, que serão o diferencial competitivo, e de sobrevivência, para profissionais de áreas diversas e, claro, para todos os gestores.
Bem-vindo(a) ao profissional 5.0!
Por Paulo Henrique Falco Ortiz e William Alves de Assis, professores da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).
Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?
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