Como o conceito de perfomance esportiva pode faz a diferença na saúde corporativa? Existem inúmeros dados e estudos comprovando que cada vez mais as pessoas estão se movimentando menos.
Como herança da pandemia, o advento do home office e da tecnologia incorporada ao nosso dia a dia e, até mesmo, por conta da evolução humana, vemos mais pessoas se deslocando menos para cumprirem as atividades de vida diária.
Porém, ao mesmo tempo, as pessoas estão também com o seu tempo bastante comprometido. Prazos, entregas, obrigações domésticas, estudo, entre outras inúmeras atividades. O número de pessoas com burnout e sedentárias assustadoramente aumentou, impactando não somente na saúde física e emocional das pessoas, como na dos negócios.
Esse cenário cria um desafio enorme para as áreas que gerenciam pessoas. Como incentivar seus colaboradores a se movimentarem além dos muros da empresa e porque isso pode ser positivo?
Aquele antigo conceito de ginástica laboral, no meio do trabalho, que funcionava muito mais como placebo do que como um meio de prevenir as doenças, como, por exemplo, por excesso de movimentos repetitivos ou até mesmo o stress, já não faz mais sentido no mundo em que vivemos.
Proporcionar mudanças significativas, vai além de trazer o exercício diretamente para o ambiente de trabalho, promover aulas de yoga, ou alongamento durante 15 minutos no meio do trabalho, uma vez por semana, ou qualquer outra atividade in loco. É lógico que cada iniciativa tem seu valor.
Porém, é preciso lembrar que o entendimento sobre estar saudável, ganhou outra perspectiva nos últimos cinco anos. Mais do que ter um corpo esteticamente bonito, o que se tem buscado é um corpo que seja funcional no cotidiano e que, ao mesmo tempo, suporte as demandas esportivas e sociais que temos – isso inclui nosso desempenho no trabalho.
E não estamos falando de formar atletas. É preciso quebrar paradigmas de que treinamentos individualizados, específicos e bem direcionados por uma equipe pluridisciplinar são apenas para esportistas que participam de competições.
E, mais do que isso, cada vez mais a aplicação dos conceitos e os tipos de treinamentos antes aplicados nos atletas profissionais, trazem ganhos de saúde não só para quem pratica esportes por hobby e paixão, como também para pessoas comuns e que estão saindo do sedentarismo.
Seja pelo comportamento das pessoas, bem como pelas descobertas científicas, usar as técnicas para treinamento de alto rendimento para aprimorar o bem-estar, a qualidade de vida e, porque não, a performance de pessoas comuns, é algo que tem trazido impactos positivos incontestes e mudando realidades, que refletem no dia a dia e nas pessoas dentro das empresas.
Ao encorajar a mudança de hábitos fora do ambiente de trabalho e incentivar que as pessoas a conhecerem seus limites, os colaboradores têm a oportunidade de se exercitar em uma variedade de ambientes ao ar livre, como parques, trilhas para caminhadas, praias, centros esportivos, academias, clínicas especializadas.
Isso pode aumentar a motivação e a satisfação, reduzir o estresse e a ansiedade associados às demandas do trabalho e promover uma sensação de bem-estar e relaxamento, o que pode ter um impacto positivo na saúde mental e emocional dos colaboradores.
Além dos benefícios físicos, como a melhoria da aptidão cardiovascular e muscular, o exercício ao ar livre pode promover a vitamina D por meio da exposição solar, fortalecer o sistema imunológico e melhorar a qualidade do sono.
Fora que o tempo gasto longe do ambiente de trabalho pode permitir que os colaboradores relaxem e tenham novas perspectivas, resultando em insights e ideias criativas que podem ser aplicadas às tarefas do trabalho. E por que não unir todo mundo fora do ambiente de trabalho e facilitar a construção de relacionamentos mais fortes entre os pares?
Também importante lembrar que ao incentivar a prática de exercícios fora do ambiente de trabalho, sua empresa está demonstrando um compromisso com o equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Isso pode aumentar a lealdade e o comprometimento dos funcionários, resultando em uma maior retenção de talentos e em uma cultura organizacional mais saudável e equilibrada.
Pessoas fisicamente ativas são mais satisfeitas e consequentemente mais produtivas. Sem falar que você terá uma população com menos dor, mais saudável, com menos doenças crônicas não transmissíveis e automaticamente você diminui o absenteísmo e de licenças, o que tem impacto direto na redução de custos.
Por Salete Coelho, mestre em Desenvolvimento Humano e atividade física pela Universidade Estadual de Londrina, especialista em treinamento esportivo pela Universidade do Norte do Paraná e bacharel em Esporte pela Universidade Estadual de Londrina, diretora técnica da Move2Health, atua há mais de 15 anos em preparação física e performance corporal de atletas olímpicos e recreacionais de diversas modalidades, juntamente com equipes multidisciplinares. Além de ser ex-atleta, desenvolve e ministra há 10 anos cursos de capacitação para profissionais da área de saúde.,
Ouça o Podcast RHPraVocê, episódio 75, “Vida Pessoal e Profissional: há limites?” com Tiago Petreca, diretor fundador e curador chefe da Kuratore – consultoria de educação corporativa, Country Manager da getAbstract Brasil e autor do Livro “Do Mindset ao Mindflow”, sobre as principais descobertas da pesquisa. Clique no app abaixo:
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