Neste domingo, 1º de maio, será comemorado o Dia do Trabalho ou do Trabalhador. Celebrada em vários países, a data marca a primeira greve de operários que aconteceu, em 1886, nos Estados Unidos, por melhores condições de empregabilidade.

Mais de 130 anos após esse importante episódio e de quase 80 anos da criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Brasil – uma das principais vitórias trabalhistas brasileiras – podemos dizer que estamos diante de uma nova era no mercado de trabalho causada, principalmente, pela pandemia da covid-19.

O isolamento social imposto pelas autoridades como forma de evitar a disseminação do coronavírus obrigou empresas e profissionais a se adaptarem rapidamente ao novo contexto.


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Para se manter no mercado e evitar desemprego, muitas companhias tiveram que acelerar o processo de transformação digital que estava em curso e, tendo o apoio da tecnologia, o home office ganhou destaque.

Com a população forçada a ficar em casa como medida de prevenção, o trabalho remoto surgiu como única opção viável naquele momento. Atualmente, esse modelo vem sendo alternado com o presencial, dando força ao formato híbrido.

Diante da eficácia e das vantagens dessa nova configuração, ela deve ser mantida por muito tempo e, talvez, até de maneira definitiva. Outra opção também em evidência é o coworking (espaço profissional compartilhado), com estações de trabalho em qualquer lugar do Brasil.

Do lado do trabalhador, as mudanças são ainda maiores. Habilidades como comunicação, adaptabilidade à tecnologia, trabalho multidisciplinar no ambiente digital, autonomia, gestão de tempo e resiliência precisaram ser estimuladas e colocadas em prática em função da pandemia.

Competências emocionais e relacionais vieram somar às técnicas, sendo agora uma forte exigência desse novo mercado. Esse movimento é caracterizado ainda pela consolidação de um termo que tem ganhado espaço nas discussões corporativas: nexialismo.

Profissionais nexialistas são aqueles que cultivam interesses e conhecimentos de diferentes áreas, podendo enxergar alternativas além do senso comum e ajudar as empresas a obter diferenciais competitivos.

Com as atividades sendo feitas de forma virtual, as pessoas podem também buscar outras oportunidades em empresas localizadas fora do país.

A pandemia flexibilizou a internacionalização do trabalho em que o profissional atua no local de origem, ao invés de ser transferido para o exterior e fazer a mobilidade global. Trata-se de uma realidade do novo cenário de trabalho.

A transformação digital, impulsionada pela pandemia, impacta ambos os lados de forma significativa. Às lideranças, cabe entender a complexidade dessa nova era do trabalho em todos os seus aspectos.

No que diz respeito à tecnologia, chamo atenção para a tendência da “alma digital”. Na prática, significa dizer que não basta as organizações adquirirem soluções tecnológicas e colocá-las para rodar; para se destacar, é preciso incorporar a mentalidade digital tanto na evolução dos negócios quanto no desenvolvimento das carreiras.

Já no caso dos profissionais, a transformação digital joga luz para o fortalecimento de profissões valiosas nesse novo mundo. Em alta, estão os profissionais de tecnologia da informação, de desenvolvimento de produtos, de marketing digital, de ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), saúde mental, de energia renováveis, entre outras.

A demanda por especialistas nessas áreas ainda é grande e deve se manter por alguns anos. Vimos também que, com os índices de desemprego em alta, os brasileiros trocaram o emprego fixo para trabalhar como Microempreendedor Individual (MEI).

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foram abertos quase quatro milhões de pequenos negócios no país no ano passado.

Desde a primeira Revolução Industrial, o conceito de trabalho vem sendo alterado em função do contexto social e econômico de cada país. Mas, nos últimos dois anos, o mercado passou por várias mudanças que levariam décadas para acontecer e se consolidarem, apoiadas também pelo avanço da tecnologia.

Portanto, não é exagero dizer que a quebra de barreiras – estimulada e forçada pela pandemia – levou à reinvenção do mercado de trabalho. Entre desafios e percalços, é preciso registrar o Dia do Trabalho com um olhar renovado e atento às tendências.

Se a expectativa para o futuro aponta para ofertas de trabalho mais escassas de maneira geral, ganhará espaço quem tiver como diferenciais as competências que geram impacto em cenários ultra competitivos: pensamento crítico, inteligência emocional e criatividade.

1º de maio a reinvenção do mercado de trabalhoPor Bruno Martins, CEO da Trilha Carreira Interativa. A consultoria propõe metodologias disruptivas e inovadoras com foco em resultados rápidos, dentro dos padrões da vida moderna.

 

 

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