Na última quarta-feira (21), o Expo Center Norte, em São Paulo, recebeu o segundo e último dia do HR4results, evento realizado pela Gupy. Entre as dezenas de palestras realizadas, uma das de maior destaque do dia foi a do empresário, ex-nadador da seleção brasileira e novo shark do programa Shark Tank Brasil, Joel Jota, referência em treinamentos sobre alta performance e desenvolvimento pessoal.

O RH Pra Você esteve presente para acompanhar a palestra e traz todos os principais insights trazidos pelo executivo. Confira:

O sucesso é treinável

Abrindo a sua apresentação, o ex-nadador, que teve em Gustavo Borges, maior medalhista internacional da seleção brasileira, a sua grande inspiração para iniciar a carreira no esporte, fez questão de reforçar que, antes de levar conhecimento às pessoas, seu principal compromisso está em aprender.

O empresário ressaltou que coletou folders de todas as empresas em exposição no evento, pois para ele, compreender cada uma das novas soluções presentes no mercado é uma poderosa base para não apenas se atualizar, mas também ampliar os horizontes para inovar e desenvolver novas habilidades.

“A natação me ensinou sobre performance e pessoas que o sucesso é treino. Você não tem medo de falar em público, tem medo de falhar em público. O esporte me ensinou que o campeão não se surpreende. A natação também me ensinou que compromisso não é uma palavra, é uma atitude”, disse. “Também aprendi que empenho é diferente de desempenho. Não bastava treinar e não performar. Há pessoas que se preparam para o ‘dia d’, mas não para a ‘hora h’”, acrescentou.

Outro ponto trazido por Jota, que impacta mais de 20 milhões de pessoas em suas redes, também com base no que aprendeu no esporte, foi que “competitividade é diferente de rivalidade”. Diante de um mercado cada vez mais exigente na busca por talentos, o desenvolvimento de competências é um diferencial determinante para abrir portas e conquistar novos espaços.

“Seja competitivo. Rivalidade soa ruim, é o querer a qualquer custo. Competitividade é quando cada um coloca o seu melhor em algo. Quem fracassa na preparação se prepara para fracassar. Quem fracassa no treino se prepara para errar.”

Os inimigos das conquistas

Seguindo a apresentação, o “tubarão” ressaltou que existem pontos que são os principais empecilhos para que as pessoas consigam realizar os objetivos e sonhos traçados. O primeiro deles é a falta de foco.

“O campeão é um homem mediano com muito foco. Foco é saber dizer não. O que a ciência sobre interrupção de tarefas? A cada uma que ultrapassa cinco minutos, você leva 22 para voltar ao foco”, exemplificou Jota, que também é pesquisador. “Multiplique isso por cada interrupção. Para resolver isso é preciso ter clareza e ser capaz de dizer não. É difícil dizer não para quem escolheu ser um profissional amado. Eu sei que é duro dizer isso, mas ou você escolhe ser amado ou escolhe ser respeitado. Você deve criar coragem para dizer não até mesmo a seu chefe”.

O segundo “inimigo” é o tempo. Joel Jota destacou que rapidez é fundamental, uma vez que o mercado exige velocidade e excelência. “O cliente manda um e-mail desejando uma resposta na hora. Você [quando está desse lado] também quer respostas na hora. Velocidade é um ativo importante, perca a mentalidade de reclamar de quem ‘quer tudo para agora’. Em alguns momentos você deve fazer mais do que foi pago. Você ocupa um espaço vazio, que é o da promoção de um cargo para o outro. Use o tempo a seu favor”, pontuou.

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Dinheiro e família

O obstáculo número três citado pelo ex-nadador é o dinheiro. Embora, segundo ele, seja um fator que faz com que muitas pessoas desistam de suas metas, o palestrante ressalta que “o dinheiro não está no banco, mas no problema”. Quem resolve mais problemas, de acordo com o executivo, é, naturalmente, quem consegue ganhar mais dinheiro.

“Quem resolve mais, melhor e antes é quem ganha mais dinheiro. Não importa quais são os problemas do futuro, só tenha a mentalidade de ser capaz de resolvê-los. Eu resolvo com minha iniciativa, confiança, coragem, experiência e conhecimento. Eu vou resolver o problema. Se você diz ‘quantos problemas’, há quem diga ‘mande para mim’”, salientou.

O quarto empecilho envolve questões familiares. Jota, que tem três filhos, perguntou à plateia: é difícil deixá-los quando viajo a trabalho?. Após um sonoro “sim” como resposta, ele surpreendeu ao dizer que, na verdade, “não”.

“Não é difícil porque eu escolhi fazer isso. Eu escolhi estar no palco. Nenhuma pessoa que está nessa cadeira foi ameaçada para estar na plateia. Vocês escolheram estar aqui, estar na empresa em que estão. Precisamos mudar o conceito de ‘que difícil’ por ‘é uma escolha’. Você escolheu, você é adulto. Eu escolhi ser o palestrante que sou e trabalho para isso.”

Ao falar de como administra, explicou: “meu filho me pergunta: ‘pai, aonde você vai?’, e respondo que vou palestrar. E explico que palestro tanto porque há vários problemas no mundo e consigo resolver alguns deles. Quando resolvidos, as pessoas ficam mais felizes e têm mais saúde e paz. E no palco sempre falo dele. Viajo, mas na volta vamos brincar, andar de bicicleta, tomar sorvete. É assim que falo com ele. Seu filho vai achar o seu trabalho legal se você não falar que ele é um mártir. Sou responsável pelos meus filhos, por criá-los. Não sou amigo, sou pai”.

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Saia da média

Jota elucidou que “a média” é um atrativo para as pessoas, portanto, escolher com quem se tem por perto é o que determinará se um profissional será puxado para cima ou para baixo. “Se você não gerenciar bem seu tempo, foco, dinheiro e visão, você vai desistir”.

Seguindo a lista, Jota citou o conhecimento. “Se você não está progredindo, é porque ou está fazendo pouco ou está fazendo errado”. Exemplo dado foi o de pessoas na academia que traçam um objetivo, mas não o alcançam. “Academia não é lugar de diversão, é lugar para transformar o corpo”.

De acordo com o palestrante, com base em experiência feita por Gail Matthews com profissionais de diferentes áreas em uma sala, na qual ele pediu para que uma meta fosse criada para ser concretizada em até quatro semanas, algumas ações são determinantes para estimular um grupo a ter sucesso. Para chegar à conclusão, cinco grupos foram montados:

• Grupo 1: pensou na meta;
• Grupo 2: pensou na meta e a escreveu;
• Grupo 3: pensou, escreveu e criou uma lista de tarefas;
• Grupo 4: pensou, escreveu, criou a lista e contou qual era a meta para alguém;
• Grupo 5: pensou, escreveu, fez a lista, contou e a cada semana deu o report sobre o progresso para outra pessoa.

Ao final do estudo, Matthews identificou que o grupo 5 foi aquele que alcançou melhores resultados e teve maior taxa de sucesso no cumprimento da meta estabelecida. “É a mesma coisa no trabalho”, reforçou Jota. “Com base na ciência, criei um plano de ação que protegeu meu foco, me fez economizar tempo e garantiu previsibilidade. Criei um planner no qual todos os dias, ao acordar, faço um checklist comigo”, finalizou.

Capa: Shark Tank Brasil/Reprodução

Por Bruno Piai