De acordo com levantamento realizado pela Flash – HR Tech de Benefícios flexíveis – entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, o volume de CNPJs que fizeram depósitos em auxílio home office cresceu em 566% no período. O valor total depositado pelas empresas neste tipo de benefício chegou ao total de R$ 11,2 milhões, ultrapassando a marca de R$ 3,5 milhões só em janeiro deste ano. Para o levantamento, foram analisadas as realidades de empresas da base localizadas nas cinco regiões do país, em 18 das 27 unidades federativas.
O estudo destaca que os meses de abril de 2021 e janeiro de 2022 registraram, em todo o período analisado, os crescimentos mais significativos em relação aos meses imediatamente anteriores, de 177,3% e 125,3%, respectivamente. “O primeiro trimestre de 2021 foi um período de elevação dos casos de Covid-19 no Brasil. Com isso, a tendência de mais colaboradores ficarem em casa foi maior, o que foi ao encontro do comportamento das empresas em disponibilizarem um valor maior para o auxílio home office. Com a agilidade do nosso produto, os RHs conseguem fazer essa leitura de forma bem ágil e se adaptar a diversos cenários”, explica Rafael Maia, Chief Revenue Officer (CRO) da Flash.
O executivo observa, ainda, que “em dezembro de 2021, o cenário é bastante parecido com o anterior, por conta da variante Ômicron que se somou ao cenário de mais reuniões entre as pessoas devido às festas de final de ano. Então, a tendência de aumento deste tipo de benefício para colaboradores em casa é maior e as empresas tendem a acompanhar isso de perto”.
Em relação ao ticket médio do benefício, as empresas destinaram o maior valor da série pesquisada nos meses de fevereiro, março e abril de 2021, 50% a mais que em janeiro do mesmo ano. Esse aumento coincide com a necessidade de maior isolamento social por conta da pandemia. A partir de maio, o valor recuou em 33% e se mantém estável até o início de 2022.
Maia acredita que a tendência de ticket médio para este ano é crescer no mesmo ritmo que a inflação, mas sem grandes variações, como no ano passado. “Nossas previsões estimam que o crescimento do valor disponibilizado no auxílio home office fique entre 5% e 6%, assim como a inflação. Por estarmos numa situação mais estável em relação à pandemia, com a população consciente da importância da vacinação, os valores disponibilizados ao longo do ano, em sua grande maioria, deverão ficar estáveis, sem grandes e constantes oscilações. Um cenário mais instável gera variações, enquanto a estabilidade cria um cenário linear”, conta.
A segurança jurídica que os RHs das empresas possuem foi um diferencial que potencializou a adoção deste modelo. “A realidade do mercado de trabalho mudou. É interessante notar que o auxílio home office traz segurança para muitas empresas que estavam pagando esse valor para o funcionário em folha e hoje podem ter certeza que o gasto será destinado com utilidades, móveis para escritório e itens de papelaria. Temos casos de clientes que estão colocando esses valores como despesas operacionais em seus balanços, o que permite uma ampliação na confiança das companhias na contratação e disponibilização deste benefício”, detalha.
Em relação ao perfil das empresas que mais oferecem o auxílio home office, um pouco mais de 41% estão cadastradas com a CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) principal na seção de Informação e Comunicação. Considerando apenas este grupo, quase metade das companhias pertence ao setor de Tecnologia da Informação (TI).
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Mais colaboradores usufruem do auxílio home office
Paralelamente, a série histórica apresenta um incremento no número de beneficiários do auxílio home office. Entre janeiro de 2021 e janeiro de 2022, o número de colaboradores teve um aumento superior a oito vezes e cresceu mais 13% somente no primeiro trimestre de 2022. O maior crescimento de um mês em relação ao seguinte aconteceu na virada do ano, de dezembro de 2021 para janeiro de 2022, alcançando a marca de 33%.
“Isto mostra que o interesse das empresas em ofertar este tipo de benefício foi grande desde os primeiros momentos da pandemia. O contexto até ali era ainda de incerteza quanto aos rumos do modelo de trabalho, visto que o primeiro lockdown da pandemia havia ocorrido seis meses antes. Dar esse tipo de resposta ao colaborador foi algo que atraiu as empresas muito rapidamente, o que se mantém cerca de um ano e meio depois”, analisa o CRO da Flash.
A quantidade de transações finalizadas por mês em cash in de auxílio home office – depósitos realizados pelos próprios colaboradores para complementar o saldo do benefício – cresceu consideravelmente no período do levantamento. Entre outubro de 2021 – segundo mês de operação da funcionalidade – e janeiro deste ano, tanto a quantidade de colaboradores que realizaram algum cash in quanto o número de transações desta natureza cresceram numa proporção de quase cinco vezes.
Houve, também, um aumento linear no valor médio por transação. Em outubro, os usuários de auxílio home office transferiram R$50,62 para complementar o valor do benefício. Em janeiro de 2022, esse número subiu para R$68,90, um crescimento de 36%.
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Destino do auxílio home office
O valor gasto com auxílio home office pelos colaboradores é majoritariamente destinado ao pagamento de boletos de concessionárias — água, luz, telefone, TV a cabo e gás —, enquanto o porcentual do gasto na compra de cupons em parceiros do app da Flash variou entre 1% e, aproximadamente, 6%. Ou seja, no último mês compreendido pelo levantamento – janeiro de 2022 -, cerca de 94% das transações do auxílio home office foram destinadas ao pagamento de despesas de ao menos um dos títulos citados acima.
“O aumento de certas despesas básicas foi notório ao longo da pandemia. É possível inferir a partir dos dados do levantamento que as pessoas se adaptam ao mobiliário, mas precisam essencialmente de água, luz e internet para um trabalho qualificado, bem como gás, já que passaram a cozinhar com mais frequência por passarem mais tempo em seus lares”, reflete Maia.
Para o executivo, o período da pandemia proporcionou novas condições ao mercado de trabalho. O teletrabalho já era uma discussão consolidada, mas o home office se tornou o grande novo cenário. “De forma clara, as empresas precisaram se adaptar e a legislação também. Com o cenário pandêmico se amenizando, há ainda a expectativa de como as empresas vão se adaptar ao novo momento”.
Além disso, Maia salienta que as empresas viram que é possível seguir tendo bons resultados e, ao mesmo tempo, proporcionando esse conforto aos colaboradores. Dados de uma outra pesquisa realizada recentemente pela Flash em parceria com a Offerwise corroboram o olhar do executivo. Na relação “salário x benefícios”, 54% dos colaboradores preferem melhores benefícios a melhores salários. Para 15%, o auxílio home office é um dos principais benefícios que as empresas podem proporcionar a eles.
“Os colaboradores exigirão cada vez mais benefícios em suas próximas experiências. Podemos inferir pelo comportamento das empresas e dos colaboradores neste um ano e meio que o auxílio home office é um caminho sem volta, que veio para ficar. E a tendência é que cada vez haja uma demanda, tanto dos RHs quanto dos funcionários”, finaliza.
Por Redação