O trabalhador brasileiro está pagando mais caro para comer fora de casa – é o que revela um levantamento da ABBT (Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador). A pesquisa considerou quatro tipos de refeições: comercial, autosserviço (self-service), executivo e à la carte. Em média, o trabalhador desembolsa R$ 34,00 por uma refeição popular, considerando o prato comercial. Já no serviço à la carte, o valor chega a R$ 80,48, uma diferença de cerca de 150%. Autosserviço e executivo têm média, respectivamente, de R$ 43,24 e de R$ 50,51.

As maiores variações de preço em 2023 ficaram com as refeições realizadas em restaurantes com serviços à la carte, que registram aumento de 24%; já o serviço de self-service teve elevação de 20%. Em contrapartida, mantiveram o valor estável o prato comercial, com crescimento de 12%, e o executivo, com variação de 1%. Levando em consideração o salário médio de R$ 2.921,00 do trabalhador brasileiro (dado do IBGE), o custo mensal da refeição completa representa cerca de 1/3 da remuneração.

“O cenário econômico reflete diretamente na alimentação fora do lar. Houve uma variação acima da inflação no preço da refeição registrada neste ano, quando comparamos com 2022. A inflação da alimentação fora do lar subiu mais devagar, mas é mais persistente do que o índice aplicado a alimentos consumidos em casa. Ainda assim, não reflete o real custo para o trabalhador, já que ele é pressionado também por aumentos em outras categorias de consumo, como combustíveis, energia, saúde e bem-estar”, diz Rodrigo Somogyi, diretor de produtos da Pluxee, empresa de benefícios e engajamento associada à ABBT. 

O estudo foi realizado entre junho e agosto de 2023 em 4.516 estabelecimentos comerciais, entre restaurantes, bares, lanchonetes e padarias que servem refeições em 51 cidades brasileiras.

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Gasto cresce em 2023

O gasto do trabalhador brasileiro para se alimentar durante a semana em restaurantes que aceitam vale-refeição está 14,7% mais caro neste ano. Comparado a 2022, o preço médio da refeição completa, composta por prato principal, bebida, sobremesa e café, passou de R$ 40,00 para R$ 46,60. 

Em todas as regiões brasileiras, o valor médio da refeição completa ficou acima de R$ 41,00. O Sudeste é a região mais cara para o trabalhador se alimentar (R$ 49,33), seguida de Nordeste (R$ 43,55), Sul (R$ 42,81), Norte (R$ 42,29) e Centro-Oeste (R$ 41,75).

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Alimentação saudável 

Ainda que o preço tenha relevância na escolha da refeição, o levantamento aponta a conveniência como o fator determinante na hora da compra para 51% dos consumidores. Entre as outras razões de escolha, estão: 46% hábito, 45% indulgência e 33% preços e promoções. 

A conveniência já representa uma das principais tendências que devem nortear o varejo e o consumo nos próximos anos. Mesmo assim, o levantamento da ABBT revela que apenas 34% dos estabelecimentos percebem a preocupação dos consumidores com alimentação saudável. 

De forma geral, as opções saudáveis são mais vistas nos cardápios de bebidas e sobremesas. O suco natural ou de polpa está presente em 82% dos estabelecimentos à la carte, 75% no autosserviço, 72% no executivo e 68% no comercial. Já as frutas ou a salada de frutas podem ser consumidas em 36% dos locais com autosserviço, 30% à la carte, 29% executivo e 24% comercial. 

Para quem não abre mão da sobremesa, o levantamento revela que a troca do doce por uma fruta ou salada de frutas não gera grande diferença no valor final da refeição, independentemente do tipo de estabelecimento.

“Paralelamente ao cenário desafiador está o fato de a alimentação ter papel fundamental na saúde, bem-estar e qualidade de vida do trabalhador, bem como em sua performance. Os benefícios corporativos garantem esse direito básico do trabalhador e vão além, entregando serviços complementares que englobam orientação nutricional e promoções aos trabalhadores, além de dicas e boas práticas para fazer o benefício durar mais”, finaliza Somogyi.

Por Redação