Ao mesmo tempo em que vemos aumentar a demanda por profissionais de Diversidade, Equidade e Inclusão nas organizações, acompanhamos vivências e escutamos relatos relacionados a rotinas nem sempre fáceis e os desafios que podem impactar a saúde mental dos profissionais na área.

Diante deste cenário, a Tree Consultoria e Educação em Diversidade e Inclusão e o Grupo TopRH lançaram a pesquisa inédita e anônima: “Como anda a Saúde Mental dos profissionais de DE&I?”.

Ao todo foram 276 respostas e, nesta quarta-feira (29/9), Daniel Consani, CEO do Grupo TopRH, Letícia Lara Rodrigues, sócia da TREE e Aline Craveiro Psicóloga, Coach e Consultora de Desenvolvimento Humano-Organizacional, apresentaram as principais descobertas do levantamento durante um webinar.

Quando questionado o perfil social dos participantes, Letícia chamou a atenção que 51,1% das pessoas são brancas. Em relação à identidade de gênero, 75,7% são mulheres cisgênero e 18,8% homens cisgênero. 48,6% pertencem à faixa etária de 25-35 anos e apenas 5,8% são pessoas com deficiência. Ao olhar para o grau de instrução, 65,9% possuem pós-graduação.

Sobre a atuação desses profissionais, 30,8% disseram atuar em uma organização com DE&I e outras funções, sendo que 22,5% afirmaram exercer uma posição especifica diante do tema. Além disso, 42,4% fazem parte de uma média liderança e 40,2% dessas pessoas atuam na área há 1 e 3 anos e 22,1% há menos de um ano.

Saúde mental

No debate sobre saúde mental, ao serem questionados se a saúde mental piorou desde que assumiram a função de diversidade, equidade e inclusão, 27,8% concordaram; 6,6% concordaram totalmente e 24,9% não concordaram e nem discordaram.

“Percebemos que tem um grupo de quase 35% que sentiu, sim, uma piora. O que será que está acontecendo no exercício desse trabalho, dessa rotina, qual pista que releva a piora? Fico pensando que o tema é um desafio e é um grande motivo para trazer efeito até da função de transformação e do sentimento no exercício dessa função. Há um contexto geral que envolve pandemia, mudança da relação de trabalho e essa pessoa que puxa a bandeira [do tema] traz a dor que é lidar com isso”, pontua Aline.

A pesquisa trouxe o lado positivo do reconhecimento entre a equipe e valorização por parte da liderança – quase 50% disseram concordar que as pessoas de outras áreas entendem e respeitam seu papel na organização e 44,9% trouxeram que a organização se preocupa com seu estado emocional / saúde mental.

Ao mesmo tempo, 51,35% das pessoas afirmaram se preocupar sempre ou quase sempre com sua segurança física e/ou psicológica no trabalho e 57,21% sentem seu nível de energia baixo após um dia de trabalho.

“Na essência, estamos falando em construir ambientes inclusivos e seguros para todo mundo. Quando olhamos os dados da pesquisa, a gente percebe que, para o profissional que tem a função de ajudar a construir isso, esse ambiente não é seguro pra muitos deles”, destaca Letícia. Aline completa que é um grupo que possui uma força de propósito muito grande, mas, ao mesmo tempo, há um número alto de pessoas que se sentem estressados no trabalho e/ou quando terminam a jornada de trabalho (43,24 às vezes; 27,48 quase sempre e 14,86 sempre).

Veja aqui a pesquisa na íntegra.

“Como anda a Saúde dos profissionais de DE&I?”.