Férias são sagradas. Por trás de um “qualquer coisa pode me chamar, estarei disponível”, o desejo natural é que ninguém incomode o tão esperado período de descanso profissional. Mas nem sempre é tão simples se desconectar do trabalho, especialmente para quem ocupa algum cargo de liderança.

Pensando nisso, a Dream11, empresa indiana que desenvolve jogos eletrônicos, encontrou uma solução que promete fazer com que cada colaborador pense duas vezes antes de perturbar as férias alheias. Seja qual for o nível hierárquico, quem entrar em contato com um colega de férias para tratar de assuntos relacionados à rotina de trabalho pode ser multado em até nada singelas 100 mil rúpias (equivalente, hoje, a pouco mais de R$ 6,2 mil).

Para aumentar ainda mais a “paz”, a companhia bloqueia o funcionário em descanso do sistema, além de proibir que ele possa acessar e-mail e telefone corporativos. De tal modo, os “workaholics” em descanso têm maior facilidade para, de fato, se desconectarem do trabalho.

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Saúde mental

Em comunicado enviado à CNN, a empresa justificou que “esse tempo sem intromissões possibilita que os ‘Dreamsters’ – apelido dos colaboradores do negócio – possam relaxar, recarregar suas baterias e voltar ao trabalho prontos para dar o seu melhor”.

A organização justificou, ainda, que a nova política faz parte de um conjunto de ações para oferecer ao time maiores cuidados em relação à saúde mental e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, principalmente porque a Índia é um dos países com maior incidência de Burnout no mundo. Segundo o Microsoft’s Work Trend Index Report, de 2020, 41% dos profissionais indianos enfrentam a síndrome.

Segundo Bhavit Sheth, cofundador da Dream11, a medida vem funcionando. Em entrevista ao canal CNBC, o executivo revelou que a iniciativa tem resultados satisfatórios.

Harsh Jain e Bhavit Sheth, cofundadores da Dream11

Harsh Jain e Bhavit Sheth, cofundadores da Dream11

Em meio ao Janeiro Branco, campanha de conscientização sobre saúde mental, será que a ação poderia ser uma boa ideia também para empresas brasileiras?

Por Bruno Piai