Você é a favor do monitoramento de colaboradores a distância? Um caso ocorrido na Austrália, divulgado na última semana, vem dividindo opiniões após uma colaboradora perder o seu emprego por não “teclar o suficiente” durante o seu expediente em home office.

Suzie Cheikho (capa), de 38 anos, foi demitida em fevereiro deste ano após 18 anos de trabalho na empresa de seguros Insurance Australia Group (IAG). Um software de monitoramento identificou que, entre outubro e dezembro do ano passado, seu registro de atividades foi muito aquém do esperado.

Por meio da tecnologia, que conseguia realizar a contagem do pressionamento das teclas do computador, foi calculado que ela não trabalhou por quatro dias, além de ter atrasado o expediente em 47 oportunidades e ter encerrado mais cedo 29 vezes. Além disso, o software mostrou um total de zero cliques em 117 horas logadas no mês de outubro, 143 horas em novembro e 60 no último mês de 2022.

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Causa perdida

A australiana levou o caso para Australia Fair Work Commission (FWC), alegando no tribunal que a demissão foi injusta. Ela se manifestou “confusa e chocada” com os dados apresentados e admitiu que em alguns dias o seu desempenho de trabalho não foi o melhor, por conta de sua saúde mental, mas também não foi o que o software apresentou.

Fato é que o FWC não seguiu com sua alegação e determinou legalidade na demissão, justificando que a perda de prazos e não conclusão de tarefas levou o IAG a ser multado. Segundo o tribunal, a ex-funcionária agiu “de má conduta” com a empresa.

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Repercussão

Suzia revelou que a repercussão do caso se tornou uma genuína preocupação, uma vez que ela acredita que isso reduzirá suas chances de recolocação no mercado. Para profissionais brasileiros, a situação pode ser interpretada de diferentes maneiras. Enquanto alguns defendem o monitoramento e a demissão, outros acreditam que a postura poderia ter sido diferente. Separamos algumas opiniões compartilhadas nas redes sociais:

Tudo começa pela confiança

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Até porque nem todo mundo acha que o problema está só no home office

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Ela pode ter errado, mas será que foi a única?

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É preciso cuidar, não vilanizar

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Vou deixar o questionamento no ar

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Tecnologia pode criar dependência?

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Porque o olhar humano não pode ser perder

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Chegou o momento do mercado repensar algumas práticas?

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Por Bruno Piai