O último ano foi desafiador em diversos sentidos, e o setor de RH foi um dos mais afetados pelas transformações ocorridas na sociedade e no mercado. Isso porque passamos por muitas oscilações de comportamento da população, assim como nos processos internos e modelos de trabalho, que fizeram com que os líderes e gestores se reinventassem e aprendessem na marra a importância de conseguir responder rapidamente às mudanças corporativas – algo que já venho alertando há um bom tempo.

Nesse cenário, ficou evidente que as organizações que souberam se adaptar velozmente e adotaram uma mentalidade mais flexível se destacaram e foram capazes de prosperar mesmo em um ano política e economicamente conturbado. Portanto, uma das principais lições que 2023 nos ensinou está relacionada à importância de cultivar uma liderança dinâmica, capaz de abraçar verdadeiramente a mudança, e manter equipes motivadas em momentos de incertezas.

A busca por uma comunicação mais empática e transparente foi outro aprendizado para a gestão, que resultou em times mais engajados, integrados e motivados. Também foi possível observar um reconhecimento maior do impacto das questões pessoais no ambiente de trabalho.

De acordo com um estudo da Conexa realizado com gestores e profissionais de RH de 767 empresas do país, 87% revelaram que houve afastamentos do ofício por saúde mental apenas em 2023.

O levantamento também mostrou que aproximadamente 80% dos entrevistados creem que oferecer acesso a médicos e psicólogos é de extrema importância para a organização e os colaboradores. Esse cenário fez com que as iniciativas voltadas ao bem-estar e saúde mental marcassem presença dentro das companhias e aumentasse o número de debates sobre como manter um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

Além disso, também aprendemos que adotar a tecnologia de maneira estratégica é fundamental, tanto na busca por novos talentos, quanto para a qualificação das equipes. Segundo o relatório Talent Trends, da Randstad, que entrevistou mais de 900 líderes de recursos humanos e diretores de 18 países, incluindo Brasil, 72% das corporações afirmaram tomar decisões a partir de análise de dados, e 50% estão investindo mais em análise preditiva e inteligência de mercado.

A luta por mais diversidade e inclusão também foi pautada pelas lideranças, visto que empresas que priorizam a divergência de pensamentos, experiências e origens são mais abertas à criatividade e inovação, além de serem mais resilientes e adaptáveis aos desafios inerentes do mercado.

O fato é que o setor de RH evoluiu muito nos últimos anos, e graças a isso temos cada vez mais líderes excepcionais que ajudam a moldar a gestão do futuro. Começar 2024 com esses aprendizados já coloca as companhias à frente da concorrência e abre caminho para que prosperem mesmo em meio às crises e adversidades. E para quem exerce um cargo de gestão e quer evoluir, fica a dica: seja o exemplo de liderança que você queria ter tido quando começou sua jornada no mundo corporativo.

Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech, embaixador da Reserva e autor do best-seller “Pense Simples”. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.