Sustentabilidade emocional: o que os gestores precisam saber sobre a nova cultura de saúde mental?

Cada vez mais ouvimos falar sobre a chamada “quarta onda” da pandemia de COVID-19, referente ao adoecimento mental, que diferente do vírus não será contida com a vacinação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou para o aumento da prevalência de transtornos mentais e como isso pode ter impacto a médio e longo prazo, mesmo após o fim da pandemia.

Isso se agrava ainda mais quando, mesmo antes da crise pandêmica, o Brasil já era o país com mais ansiosos no mundo e com o segundo maior índice de casos de depressão.

Por esse motivo, não é de hoje que as organizações vêm pensando em programas estruturados e ações específicas voltadas para a saúde mental dos trabalhadores. Mas, porque mesmo investindo nesses programas ainda há índices altos de adoecimento mental no trabalho?

Pelo menos é o que dizem os dados. No Brasil, 9,3% das pessoas têm algum transtorno de ansiedade, segundo dados de 2019 da Organização Mundial da Saúde, e ainda, mesmo que as pessoas reconheçam os benefícios do home office, 43,7% que fazem o trabalho remoto relataram aumentos nos problemas psicológicos como depressão, ansiedade e de concentração, de acordo com uma pesquisa da Workana, startup que reúne freelancers.

Essa é uma questão mais complexa do que parece e está relacionada a múltiplos fatores, inclusive alguns de difícil controle, como o ambiente social, a genética e os acontecimentos globais como as pandemias. Apesar disso, existem sim formas de sermos mais efetivos no combate a esse mal que causa impactos negativos tanto para a saúde dos trabalhadores, quanto para os resultados das empresas, como maior absenteísmo, perda de produtividade, taxas elevadas de afastamentos, turnover, sinistralidade.

Pensar em estratégias e políticas de médio e longo prazos, que utilizem a tecnologia para garantir abrangência, escalabilidade e práticas baseadas em evidências para aumentar a efetividade das ações constituem um passo importante rumo à sustentabilidade emocional. Esse é o futuro do trabalho e, começar hoje, é estar um passo à frente, tornando o ambiente de trabalho mais saudável e o negócio mais competitivo.

A pandemia exacerbou a prevalência dos transtornos mentais e os custos com estas doenças podem chegar a 6 trilhões de dólares até 2030. A crise ensinou a todos: sem saúde mental, não há saúde. Mas, acima de tudo, não há desenvolvimento: das pessoas, da economia e das nações como um todo.

Tudo isso requer que os gestores pensem em planos de ação, que possam ir além daqueles que incluem a gestão de riscos identificáveis a “olho nu” como físicos, químicos e biológicos. A avaliação de risco psicológico, que é geralmente “invisível”, deve ser parte integrante de um bom plano de gestão de saúde e de segurança ocupacional.

Esses planos auxiliam a criar consciência dos fatores de riscos e as potenciais consequências, identificar quem pode estar em risco, determinar se as medidas de controle existentes são adequadas ou se algo mais deve ser feito, prevenir outras doenças e a hierarquizar, priorizar riscos e definir medidas de controle.

O objetivo do processo de avaliação de riscos é remover um perigo ou reduzir o seu nível de risco pela adição de precauções ou medidas de controle efetivas. Ao fazer isso, poderá ser – de fato – implementado um ambiente de trabalho psicossocial seguro.

Por isso, as empresas que desejam se manter competitivas e rentáveis, controlando seus custos em saúde e aumentando sua produtividade, devem empregar o poder da tecnologia e dos dados para agir de forma assertiva e inteligente no que tange à saúde mental corporativa. Isso significa pensar em termos de “sustentabilidade emocional”, a qual está atrelada a uma noção sistêmica e de continuidade de cuidados e ações, constituindo a base propulsora para o sucesso de qualquer negócio.

Sustentabilidade emocional: os gestores precisam saber

Por Dra. Ana Carolina Peuker, psicóloga e CEO da BeeTouch, mental healthtech pioneira na mensuração, rastreamento e predição do risco psicossocial e em avaliações psicológicas digitais com tecnologia com algoritmo proprietário. Co-criadora da AVAX PSI. Especialista em Psicologia Clínica e realizou Mestrado, Doutorado e Pós Doutorado no Laboratório de Psicologia *Experimental, Neurociências e Comportamento (LPNeC), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou Pós Doutorado no Grupo de Estudos Avançados em Psicologia da Saúde – GEAPSA (UNISINOS). Foi professora do Instituto de Psicologia da UFRGS, atuou como pesquisadora e professora do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas (CPAD), do Departamento de Psiquiatria (UFRGS) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (RS). É

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

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