Nós que trabalhamos com gestão de pessoas estamos sempre de olho nos movimentos e tendências de mercado para aplicar em nossas empresas, mas o ano mal começou e a tendência dos layoffs que deixou todo o mercado em alerta em 2022 segue em alta para 2023.

Somente em dezembro foram ao menos quatro entre as empresas de maior destaque, há de se considerar que é um mês atípico para que isso ocorra, mas em 2022, de acordo com um levantamento do Layos.fyi. foram mais de 150 mil pessoas afetadas por essa prática globalmente.

Como vejo diariamente o processo de onboarding – e mais recentemente de offboarding – acontecendo em empresas de diferentes tamanhos, reuni algumas considerações sobre esse fenômeno que podem traduzir essa tendência que começou no universo das startups e agora chegou em big techs.

O ponto mais comentado de todos, e que mais merece atenção mesmo, é o ponto de vista empático. Ninguém, absolutamente ninguém, gosta de ser demitido por e-mail ou por uma videochamada com mais outras 100, 200 ou 300 pessoas.

A demissão em massa surgiu em um cenário específico em que startups precisam enxugar os custos para continuar existindo, a falta de investimento fez esse modelo de negócio enfrentar um ano sofrido e em 2023 a melhora vislumbrada ainda é tímida se comparada com os anos em que o mercado estava cheio de dinheiro sendo investido, como foi em 2021.

Mas, o ponto é que os layoffs já não estão mais restritos a esse universo e as grandes empresas de tecnologia, como o caso da Meta, também fizeram o mesmo movimento em uma escala global.

O que está por trás desse processo são estruturas extremamente infladas resultantes do excesso de capital no mercado que precisaram reduzir operações.

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Mas por que não fazer isso de maneira mais organizada e usando tecnologias como ponte?

O grande problema é a maneira como essas demissões ocorrem, que deixam o viés empático bem distante e viram manchetes que causam danos à reputação da marca, os dois lados perdem.

Fazer isso em escala é mesmo desafiador, e eu estou bem longe de discordar desse ponto, porém, são marcas que inovam, disruptaram seus mercados e captaram bilhões em investimentos e pessoalmente que acredito que devem encontrar maneiras melhores e mais eficazes de fazer desligamentos em massa sem que haja um rastro de destruição ao olhar pra trás. Com tantas tecnologias, as empresas ainda escolhem fazer onboardings e offboardings de maneira analógica.

Demissões em massa não precisam incluir todos os afetados num mesmo reduto de comunicação, seja uma sala ou uma constrangedora chamada de videoconferência fria onde todos os participantes mal conseguem se olhar. Ignorar as individualidades e a jornada de cada um na empresa só piora e dá mais peso a esse momento tão frágil.

Há soluções completamente eficientes para impedir os layoffs?

Provavelmente não, a maior parte tem como causa débitos financeiros de planejamento que retrocedem trimestres.

Há margem para as empresas lidarem melhor com os afetados quando precisam fazer layoffs? Afirmo com toda certeza que sim.

O caminho é não ignorar as individualidades e investir em jornadas de desligamento ou offboarding que consideram as particularidades de cada colaborador e o caminho que ele irá percorrer nos próximos dias para encerrar o seu ciclo na empresa. Passando por uma trilha que envolve não só comunicações mas também, entrevista de desligamento, instruções sobre a restituição de equipamentos e acessos, a coleta de feedbacks sobre sua experiência na empresa, etc.

Feedback gera resultados1

Ou seja, com o uso da tecnologia para guiar os colaboradores nessa jornada, as lideranças conseguem investir mais tempo e energia para ter um olhar mais humanizado para esses colaboradores e além disso, reduzir o impacto negativo que uma ação como essa têm para aqueles colaboradores que permanecem na empresa.

E o que esperar de 2023?

Infelizmente, temos mais layoffs, mas dessa vez, esperamos que as lideranças tenham aprendido como lidar, de maneira adequadamente empática e humanizada, seja por meio de tecnologias e um olhar mais humano de um problema que não é de uma única empresa.

Onde foi parar o aviso prévio?

Por Hugo Soares, CEO e cofundador da Eva People, plataforma no-code para o time de People digitalizar e automatizar as jornadas de seus colaboradores.

 

 

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