O título deste texto é um trecho da música Cabaré, de João Bosco e Aldir Blanc e reflete, com propriedade, uma situação muito comum e extremamente danosa para o equilíbrio emocional em geral.

O sentimento de ser ignorado e, ainda pior, rejeitado, sempre transitou entre algumas das mazelas mais frequentes dos relacionamentos.
Paralelamente comenta-se sobre o fato de que a Depressão é o Mal do Século.

Sem dúvida a Depressão é uma enfermidade complexa, multicausal e que apresenta sintomas abrangentes, tanto comportamentais como fisiológicos que acomete uma significativa quantidade de seres humanos, infelizmente em manifestação crescente.

A sensação de ser ignorado é, também, um mal disseminado que atinge pessoas em diversas faixas etárias, interferindo no seu comportamento e equilíbrio mental, por vezes marcando suas posturas frente a vida e seus desafios. Importante frisar que a rejeição é, inclusive, uma causa muito frequente nos traumas de infância ocasionando sérios comprometimentos na idade adulta.

Este ponto tem mais importância porque os traumas de infância acompanham as pessoas pela vida toda.


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Há sempre uma enorme expectativa das pessoas em serem reconhecidas e apreciadas pelos outros. Este ponto ganha destaque quando nos referimos a figuras marcantes da nossa vida.

A palavra Prezar, derivado do Latim “pretiare” significa: dar valor, apreciar, considerar. Portanto os prefixos de diminuição ou negação formam as palavras: desprezar e menosprezar que refletem a ausência do apreciar.

Interessante notar que até podemos viver (não muito bem, é verdade) sem elogios, mas é significativamente mais sério quando não recebemos nenhuma atenção, ou seja, nem elogios e nem críticas. É como se não existíssemos (por isso o título)

Como já comentei em outros textos alguns funcionários até se sentem bem quando recebem bronca de seus chefes. Algo como “puxa ele falou comigo”, ou seja, “ele está preocupado comigo”. Veja, não é uma questão de masoquismo, é uma questão de receber atenção. É impressionante o que pessoas perfeitamente normais fazem para recuperar um equilíbrio emocional. A rejeição é um ato implacável para qualquer pessoa.

Defender-se dessa situação é perfeitamente normal, mesmo que seja por meio de algo que não nos parece, e com razão, agradável como uma bronca. Mas pelo menos existo. Mas meu objetivo é ressaltar a importância desse fato nas organizações. Afinal, é muito clara a expectativa das pessoas e dos profissionais nas empresas em serem desafiadas, responsabilizadas e redirecionadas para seu crescimento.

Principalmente por isso surgiu a minha paixão pelo conceito do Feedback que culminou com o lançamento do livro Dicas de Feedback.

Sempre enfatizo: “qual a nossa expectativa após a prova? ”.

A nota, sem dúvida, ou seja, o feedback. Isto é, não há desenvolvimento sem feedback. É fundamental sermos acompanhados e orientados, sempre.

Você não recebe feedback?

Não tenha dúvida, peça, não fique sem. Explique a importância que tem para você. É o seu direcionamento, é o seu futuro.

Algumas vezes se pode imaginar que se a liderança não está acompanhando é porque tudo está indo bem. Mas esta é uma situação complicada e uma das razões desse comportamento pode ser a dificuldade da liderança em dar o feedback. A outra razão é quando o líder considera que fazer bem feito o trabalho é responsabilidade e obrigação. Não é, portanto, necessário qualquer comentário.

As duas razões apresentadas demonstram que há dificuldades por parte da liderança nesse procedimento. Aconselho mudar o foco e colocar a dificuldade em si próprio. Isto é, colocar para o líder que sente necessidade de um direcionamento porque às vezes não sabe como fazer melhor o seu trabalho. Isto é, pedir ajuda.

Evidentemente essa alternativa não é garantia de solução. Há um risco de o líder considerar que o subordinado está demonstrando alguma insegurança e ele também pode voltar a dizer que irá orientar quando for necessário. Mas, algumas vezes percebi que nessas situações é necessário utilizar o sistema de “aproximações sucessivas”, que é ir falando aos poucos. Na minha carreira executiva tive que utilizar essa estratégia algumas vezes.

Demorava um pouco mais, mas chegava a solução com mais consistência porque o líder, a cada aproximação, voltava a pensar sobre o assunto. Interessante é que algumas vezes ao apresentar a solução o líder colocava a questão como se a ideia e iniciativa fosse dele. Em minha opinião tudo bem. O importante é chegar a solução.

Precisamos muito do retorno da informação. Isso explica também aquele sentimento, que já comentamos, da ausência de resposta ás nossas solicitações. Não é bom o sentimento que temos quando as pessoas não respondem ao seu e-mail. Como já disse, até desculpas encontramos (o outlook dele está com problema). E como não ficamos sem respostas, criamos uma.

Lembram-se disso? Então mais um exemplo.

Afinal, o que é o telefonema ás 3 h da madrugada? Pois é, pode ser engano? Então, mas sempre pensamos no pior.

As pessoas querem ser acompanhadas e redirecionadas no seu processo de desenvolvimento.

Para o enfrentamento das condições projetadas para os ambientes organizacionais no futuro precisaremos reforçar a qualidade do relacionamento e, principalmente, o reconhecimento. O reconhecimento será a “pedra de toque” dos aspectos motivacionais e de engajamento dos profissionais. A própria questão da retenção de talentos será profundamente sensibilizada pelo reconhecimento.

As questões comportamentais irão aflorar como fatores determinantes da melhor condução dos negócios para o resultado.

Nem aplausos nem vaias um silêncio de morte

Por Bernardo LeiteConsultor Organizacional, longa experiência executiva em nível gerencial e diretivo. (Volkswagen / Bayer / Calfat / Enterpa / Confab / Brastemp /  Morita / Abaeté). Psicólogo especializado em Comportamento Organizacional. Atua em consultoria desde 1980. Forte participação no mercado com palestras, artigos, pesquisas e estudos sobre comportamento organizacional e gestão. Palestrante, escritor, coaching personalizado para executivos. Um dos maiores especialistas em Avaliação de Desempenho, em todos os segmentos, incluindo Empresas Públicas. Professor em nível de Pós Graduação em diversas instituições de ensino. Coordenou o MBA de Administração para Engenheiros do IMT e, atualmente, é professor convidado da FGV-SP. Autor dos livros: Ciclo de Vida das Empresas e Dicas de Feedback, além de participação em mais outros cinco livros. Lança, em 2021 seu mais recente livro “Será que minha empresa é assim?”.

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