Sala de descompressão. Comidinhas. Horários flexíveis. Videogames.

Esse tipo de benefício pode ter seu “sex appeal” para algumas pessoas, mas não por muito tempo. A questão é que eles devem ser uma parte de algo muito maior, a cultura organizacional.

Ou você nunca ouviu falar de um colega que trabalha em um lugar assim, mas que tem metas tão agressivas, prazos tão apertados ou líderes tão despreparados que nem é possível aproveitar a estrutura da empresa?

Pois bem.

A pandemia evidenciou ainda mais a necessidade de termos políticas consistentes de bem-estar, tema especialmente relevante e que recebe apoio com ações como o Setembro Amarelo, focado em conscientizar a sociedade sobre os cuidados com a saúde mental.

Já estão claras as vantagens que funcionários felizes podem trazer para os negócios. Para ficar em alguns dados: 31% mais produtividade e 66% menos absenteísmo por doenças são dois dos muitos números citados no livro “Como ter um dia ideal”, de Caroline Webb.

Mas como ser consistente e ter uma ações de bem-estar que façam sentido (e diferença) para os colaboradores?

A autora cita, por exemplo, como as pessoas podem se tornar reativas e, consequentemente, menos produtivas quando algo na rotina do trabalho passa a não fluir. Isso porque a cultura organizacional, para realmente gerar bem-estar, está ligada à forma como a empresa incentiva seus líderes a gerenciarem suas equipes e a como os próprios colaboradores, de um modo geral, se sentem dentro daquele ambiente.

Podemos citar alguns exemplos.

Questões relacionadas ao âmbito social:

Inclusão: a cultura da sua empresa pede para manter todos de um projeto copiados em um looping de e-mail ou são criadas conversas paralelas em que decisões importantes são tomadas sem conhecimento de toda a equipe? Isso deve ser constantemente desestimulado, assim como qualquer tipo de favoritismo e “panelinha”.

Respeito: há um mindset estruturado sobre feedbacks e reconhecimentos? Os colaboradores podem expressar suas opiniões? Muitas vezes, as boas ideias vêm de onde menos esperamos e a pluralidade pode ser uma grande vantagem competitiva. Por isso, respeitar todos os perfis e todas as histórias de vida dos profissionais é algo muito relevante para a manutenção do bem-estar das pessoas e para a sustentabilidade dos negócios.

Questões mais ligadas ao âmbito pessoal:

Autonomia: sua empresa ainda vive o modelo “top/down” ou os colaboradores têm algum poder de decisão sobre as atividades do dia a dia? Se o resultado final for o esperado, dentro do prazo combinado, a cultura de liberdade e responsabilidade pode trazer muitos benefícios para todos os lados.

Competência e confiança: Os líderes são incentivadores do crescimento profissional das equipes ou focam em reforçar com mais frequência os pontos negativos? Você sente que colaboradores em áreas estratégicas estão desmotivados por acreditarem ser menos competentes do que de fato mostra a realidade? Empresas com metas muito agressivas, ou com quadros mais enxutos do que a demanda real, tendem a perder a mão e valorizar apenas o esforço muito acima do saudável.

Percebe o quanto o bem-estar está muito mais intrínseco ao trabalho em si do que imaginamos? Se você quer funcionários felizes e produtivos, treine os seus líderes para se tornarem pessoas melhores, aprimore os processos internos para respeitar as pessoas, as boas práticas de convívio e as expectativas de um modo geral.

Assim, a sala de descompressão será apenas a cereja do bolo – não o bolo inteiro.

A cultura de bem-estar da sua empresa é consistente?Por Maria Eduarda Silveira, sócia fundadora e CEO da Bold HR.

 

 

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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