Mulheres em TI: Conscientizar é bom, mas pôr em prática é melhor. Passadas as comemorações e homenagens relacionadas ao Dia Internacional da Mulher, fica uma sensação de que o ciclo será repetido.

Todos os temas levantados durante a semana que antecede à data voltarão a ter a importância de coadjuvantes após o breve momento de protagonismo do período.

No que se refere ao ambiente de trabalho para mulheres em tecnologia, isso é um risco já que, segundo uma pesquisa publicada pela Catho, o público feminino teria alcançado a duras penas o patamar de apenas 23% dos postos de trabalho do setor nos dois primeiros meses de 2022.

O patamar foi até comemorado pois representa uma evolução em relação aos cenários bem piores registrados em anos anteriores, mas desviando o olhar para o presente e considerando as conquistas obtidas pelas mulheres em todos os setores da sociedade, fica evidente que qualquer percentual distante de 50% é inferior ao ideal.

Mas para chegar a este equilíbrio, é fundamental que os esforços de conscientização que todos fazem questão de exaltar durante o mês de março saiam efetivamente do campo do conceito e se revertam em atitudes práticas.

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Neste sentido, a experiência da Neurotech apresenta alguns atalhos que permitiram à empresa que atualmente faz parte do grupo B3, e é especializada na criação de soluções avançadas de Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data, a superar neste ano a marca de 33% de mulheres trabalhando com tecnologia em seu time de colaboradores.

Apesar de ainda não ter chegado à igualdade com os homens, o percentual significa um patamar 50% superior à média registrada pela Catho. Entre 2018 e 2023, o número de mulheres contratadas cresceu 136%. Em áreas técnicas como analistas, os percentuais variam entre 31% e 38%. Já nos cargos de liderança, o percentual de mulheres supera os 35%, outro número maior que a média brasileira.

Esse resultado se deve a um amplo trabalho de conscientização que permeia todas as esferas da empresa, desde a diretoria até os estagiários, combinado com a decisão estratégica de ser uma empresa cidadã e com a adoção de processos pontuais estruturantes, como o estabelecimento de uma meta de 40% de candidatas mulheres presentes durante o início dos processos seletivos e o fortalecimento da representatividade dentro da empresa.

Isso possibilitou as mesmas oportunidades para os públicos feminino e masculino, aumentando a probabilidade de mais mulheres serem selecionadas para o time.

Todo o trabalho foi feito com base no cenário encontrado após a realização do Censo de Diversidade, um mapeamento cujo objetivo era entender melhor a composição do time e aprimorar as ações voltadas à diversidade, equidade e inclusão.

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Após esse diagnóstico, foram desenvolvidas iniciativas como o uso de linguagem neutra para comunicar a existência de vagas, a construção do 1º Guia de Diversidade, rodas de conversas com mulheres referências no ecossistema, patrocínio e participação em eventos específicos como o Tech Woman 2023 entre outros.

Todo este esforço fez com que os índices de participação das mulheres no conjunto de profissionais da Neurotech saltassem de 30% para os atuais 33% em apenas um ano. Nos quadros de liderança o percentual passou de 24% em 2022 para os atuais 35%. Desde 2018, o número de contratadas para a liderança cresceu 155%.

Resumindo, a superação dos 30% de participação feminina não é uma conquista apenas para as mulheres, mas sim para toda a companhia. Apesar disso, se trata de uma jornada de crescimento que ainda está apenas no começo.

A ampliação da participação feminina e de toda a diversidade não só atende a todos os preceitos de justiça social, mas também acrescenta uma riqueza de pontos de vista e criatividade fundamentais para o desenvolvimento saudável das empresas e a busca dos objetivos estratégicos estabelecidos nos planos de crescimento.

Enquanto isso, a conscientização sem prática permite apenas o reabastecimento do ciclo de falar do tema às vésperas do Dia das Mulheres como uma infrutífera estratégia de marketing.

Mulheres em TI: é preciso crescer

Por Ketty Sanches, diretora de gente e cultura da Neurotech.

 

 

 

Ouça o RHPraVocê Cast, episódio 138, “O poder das ações em prol do protagonismo feminino” com Edna Vasselo Goldoni, presidente do Instituto Vasselo Goldoni (IVG). Fala sobre difundir o o protagonismo feminino, a sororidade, a equidade de gênero, a diversidade e a reintegração. Criado em 2017, esses são os principais pilares da organização sem fins lucrativos. Durante a pandemia, e com o forte impacto que ela teve na carreira da mulher, nasceu o Programa de Mentoria Para Mulheres “Nós por Elas”. Já em sua 15ª edição, mais de quatro mil mulheres foram beneficiadas no mundo todo. Clique no app abaixo:

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