Nesse artigo vamos explorar um pouco um conceito que tem ganhado cada vez mais a atenção em diversos setores da economia: a inovação aberta. Em linhas gerais, a inovação aberta tem o papel de facilitar e acelerar o processo de inovação dentro das organizações, expandido os limites da inovação e tornando seu processo mais acessível.
Boas práticas de inovação aberta têm mostrado resultados positivos cada vez mais frequentes. Nesta direção, é notório o crescimento de startups sendo desenvolvidas a partir de oportunidades geradas em grandes empresas e, algumas vezes, gerando as chamadas spin offs.
Há também o movimento de renomadas companhias se conectando com startups para que elas auxiliem nos problemas internos. De uma forma ou de outra, o propósito destas iniciativas é gerar soluções que impactem positivamente as grandes organizações solucionando desafios internos e gerando novos negócios.
Ou seja, são mecanismos que estão sendo explorados e que trazem resultados efetivos para a escalada de negócios que dificilmente seriam estimulados sem a participação de parceiros externos à companhia.
Grandes corporações já entenderam a importância e os benefícios de apostar nesse tipo de estratégia. No entanto, nota-se que um obstáculo comum atualmente é a necessidade de investir tempo e saber priorizar as ações necessárias na implantação das práticas de inovação aberta.
Os programas de aceleração são um dos caminhos mais utilizados atualmente por meio da conexão entre startups e desafios identificados no dia a dia das empresas. O trabalho é complexo, pois é necessário filtrar quais startups têm mais fit com cada tipo de negócio e área da empresa
Em 2022, com o tão desejado controle da pandemia, o principal foco deve ser no retorno dos eventos presenciais de conexões, atualmente executados no modelo online.
Atualmente, podemos dizer que todas as regiões usufruem de inovação aberta, inclusive o fato de ser aberta faz com que qualquer lugar do Brasil possa se conectar com diversos programas. O distanciamento dificulta, mas a inovação aberta facilita esse processo, como por exemplo o Manaus Tech Hub, espaço com o objetivo de promover o desenvolvimento e o crescimento de startups na Amazônia, que realiza programas com startups de todo o país para resolver problemas de empresas de Manaus.
Todos os setores que apostam em inovação aberta têm investido nesse tipo de estratégia e em programas semelhantes. Algumas verticais têm se destacado neste tema,, tais como: mineração, eletroeletrônicos, saúde e logística.
Por outro lado, podemos dizer que alguns segmentos ainda estão caminhando a passos mais lentos. Um dos benefícios desse modelo de gestão é o custo relativamente baixo, pois é possível redirecionar suas ações. Já que não se trata de um modelo engessado, as empresas podem estudar a melhor estratégia no contexto que elas se encontram.
A tendência nos próximos cinco anos é fundir cada vez mais os setores, e diversas barreiras se tornaram praticamente inexistentes. Programas de inovação são compostos por um banco e um plano de saúde, por exemplo, são parceiros de setores diferentes, mas que buscam sinergia por conseguirem atender essas pessoas, em suas diferentes áreas de interesse.
Algo que vemos pouco no Brasil, mas que acontece muito no exterior, é o chamado venture builder, ou seja, criar algo do zero, a partir de uma demanda que foi identificada no mercado e, ao invés da grande corporação investir na startup depois que ela teve resultados, investem nessa ideia e criam um novo negócio juntos.
Por fim, dados do principal índice internacional de inovação, o Global Innovation Index 2021, mostram que o Brasil ocupa a posição 57 entre 132 países, o que representa um avanço de cinco colocações em relação à edição anterior.
Na avaliação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, o Brasil ainda tem muito a avançar no ranking, tendo em vista o tamanho e potencial da economia do país. Em minha modesta opinião, acho que estamos no caminho certo e poderemos surpreender o mundo com nossas ideias e propostas.
Por Paulo Melo, psicólogo, com mestrado em psicologia cognitiva e doutorado em desenho industrial pela TU/e. Atualmente, ele é gerente sênior do Sidia, que trabalha com tecnologias emergentes para clientes globais.
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