O setor de fraudes no Brasil pode não apenas se adaptar às mudanças, mas deve liderar o caminho em direção a um ambiente digital mais seguro e confiável.
O Instituto do Desenvolvimento do Varejo estima que, até 2024, a totalidade de fraudes no varejo brasileiro ultrapasse os R$ 87 bilhões, uma alta de 13% em relação a 2023. Para 2025, o número pode superar os R$ 99 bilhões.
Os números alarmantes mostram que o cenário das fraudes está em constante evolução, impulsionado pela inovação tecnológica e pela crescente demanda dos consumidores por soluções seguras e confiáveis.
No Brasil, um mercado dinâmico e em expansão, as tendências para o setor de fraudes no curto prazo (2024) e no longo prazo (2030) prometem desafios e oportunidades únicas. Vamos explorar alguns dos principais temas que moldarão esse panorama.
Tecnologia sempre vem acompanhada de segurança
De acordo com o Banco Central, o Mecanismo Especial de Devolução (ou MED) – recurso que ajuda a reaver dinheiro de consumidores vítimas de fraudes e golpes em transações via Pix, reembolsou mais de R$ 3,1 bilhões aos consumidores brasileiros só em 2022. Mais de 97% das solicitações de devolução da ferramenta, criada em 2021, são suspeitas de fraude.
Isso mostra que o avanço tecnológico é um motor poderoso para a economia brasileira, mas também traz consigo desafios na segurança. Com a ampla adoção de soluções como pagamento digital, IoT e inteligência artificial, a proteção de dados e transações torna-se uma prioridade crucial.
Em 2024, espera-se que o Brasil continue a adotar tecnologias de ponta, exigindo um aprimoramento constante das medidas de segurança. Investir em soluções avançadas de detecção de fraudes e autenticação multifatorial será fundamental para manter a integridade dos sistemas.
Atendimento à demanda do consumidor
No último ano, as compras online no Brasil atingiram um marco de quase R$ 170 bilhões. Com um crescimento notável ano a ano, a expectativa é que 2023 encerre com mais de R$ R$ 186 bilhões transacionados no e-commerce. A crescente demanda dos consumidores por experiências online fluidas e seguras está redefinindo o cenário dos negócios digitais no Brasil.
Em 2024, as empresas que investirem em sistemas de segurança robustos ganharão a confiança dos clientes e se destacarão ainda mais no mercado. Atender às expectativas dos consumidores não apenas aumenta a fidelidade, mas também fortalece a reputação da marca e a competitividade no setor.
Proteção de dados: uma prioridade inabalável
A entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 2020 é um marco importante na proteção da privacidade dos dados no Brasil. Em meados de 2024, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) vai regular a implantação de padrões técnicos mínimos de segurança para empresas.
O “Item-18” da Agenda Regulatória 2023/2024 do órgão prevê a regulamentação de medidas e boas práticas técnicas e administrativas para proteger dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração ou qualquer forma de tratamento inadequado de dados de terceiros.
Até 2030, a conformidade com regulamentações de proteção de dados se tornará ainda mais essencial para todas as empresas que lidam com informações pessoais. A implementação de políticas de privacidade transparentes e a utilização de tecnologias de criptografia são apenas algumas das medidas necessárias para garantir a segurança dos dados dos clientes.
Monitoramento de transações e o futuro do mercado financeiro
Com essa nova geração de inovações que embasarão o futuro do mercado financeiro brasileiro, como Open Finance, Drex (a moeda digital brasileira), tokenização e uma adoção cada vez maior de IA, no futuro próximo o setor financeiro continuará a se transformar. Com essa evolução, a necessidade de um monitoramento de transações em tempo real será mais premente do que nunca.
Embora o Brasil seja referência global em tecnologia financeira, as fraudes também acompanham essa tendência. A capacidade de detectar padrões de comportamento suspeito e agir rapidamente para mitigar possíveis fraudes será cada vez mais um diferencial competitivo vital para as instituições.
O cenário de fraudes no Brasil está em constante evolução, impulsionado pela inovação tecnológica e pela demanda dos consumidores por segurança. Ao adotar medidas proativas, como investir em tecnologias avançadas, priorizar a proteção de dados e promover a educação sobre fraudes, as empresas estarão bem posicionadas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que os próximos anos trarão.
Com dedicação e preparo, o setor de fraudes no Brasil pode não apenas se adaptar às mudanças, mas também liderar o caminho em direção a um ambiente digital mais seguro e confiável para todos os envolvidos.
Por Thiago Bertacchini, Desenvolvimento de Negócios Sênior da Nethone.
Ouça o episódio 158 do RH Pra Você Cast, “IA: a preocupação deve mesmo existir?“. Em março de 2023, veio a público a informação que cerca de 2.600 líderes e pesquisadores do setor de tecnologia assinaram uma carta aberta solicitando uma pausa temporária no desenvolvimento das inteligências artificiais. Sob o argumento de que elas podem ser um “risco para a sociedade e a humanidade”, até mesmo Elon Musk, um dos maiores entusiastas quando o assunto é tecnologia, assinou o documento.
Por sua vez, Jhonata Emerick, CEO da Datarisk, não faria parte do movimento que busca frear as IAs. Para o doutor em Inteligência Artificial, a evolução das IAs é tão natural quanto o crescimento que ela pode ajudar a impulsionar. Mas será que, mesmo com o olhar otimista, as preocupações em torno das IAs (como a perda de empregos ao redor do mundo) são legítimas? O que elas podem fazer por nós que ainda não compreendemos tão bem?
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