A pandemia do novo coronavírus revolucionou a forma como o trabalho vinha sendo realizado nas empresas e impôs adaptações urgentes para garantir a continuidade dos negócios e o distanciamento social necessário para evitar o contágio.

O mês de março de 2020, já considerado um divisor de águas do século XXI, acelerou a modernização de muitas empresas, tornou o home office obrigatório na maioria dos segmentos e mudou completamente as relações no trabalho, exigindo novos modelos de negócios e novos desafios aos gestores de recursos humanos.

A comunicação remota passou a fazer parte do cotidiano das empresas e a tecnologia foi fundamental em todo o processo de adaptação que parecia provisório e já dá sinais de que veio para ficar. Mas gerir pessoas envolve muito mais do que colocar a tecnologia para funcionar e conectar equipes para uma reunião on-line. Manter funcionários engajados, produtivos e motivados à distância parece ser o grande desafio deste século.

O trabalho ocupa a maior parte do tempo diário de uma pessoa, existe uma rotina e uma relação psicológica com o ambiente do escritório e tudo isso foi quebrado do dia para a noite, quando a casa virou o novo escritório. Filhos, pets, televisão, as preocupações do cotidiano, as demandas do escritório, tudo se misturou.

Fora esses fatores, a insegurança do momento vivido – o medo do contágio e a crise econômica – passaram a interferir diretamente no desempenho dos colaboradores, dificultando a realização de tarefas simples do dia a dia.

Neste cenário, mais do que nunca, se faz necessário um olhar atento para as pessoas, que passam a ter produtividade e saúde afetadas, e já dão sinais de tristeza, ansiedade e depressão.

Do lado das empresas, as mudanças também foram significativas. As grandes estruturas se tornaram dispensáveis e muitos escritórios já foram remodelados. O trabalho 100% presencial não faz mais sentido em alguns segmentos. E embora os parques fabris, a tecnologia de ponta e os equipamentos sejam engrenagens importantes, o capital humano, este sim, se confirmou como o diferencial das empresas e precisa de especial atenção.

A boa notícia é que com empatia, transparência e a ajuda da tecnologia é possível acompanhar de perto a situação dos colaboradores. As pesquisas de clima organizacional, por exemplo, que são fundamentais para medir o nível motivacional dos colaboradores e apontar se há necessidade de mudança de rota, podem acontecer agora de forma on-line.

Outros recursos que podem e devem ser adotados são videoconferências periódicas para esclarecer situações variadas, reuniões one-on-one que além de indispensáveis para estreitar a relação com o gestor, permitem entender as dificuldades do colaborador e fazem ele se sentir ouvido.

A comunicação interna também ganha um lugar de destaque. É por meio da informação que o colaborador se sente parte da corporação, uma vez que os eventos de integração presenciais estão vetados. E são várias as ferramentas que podem ser adotadas institucionalmente, como newsletters eletrônicas, redes sociais internas, informações no e-mail corporativo e grupos de WhatsApp.

O importante aqui é avaliar o melhor canal para cada segmento e não abusar. Vale ficar atento aos horários de agendamentos de reuniões e envios de informações que deve sempre ser dentro do horário comercial.

Nesse contexto precisamos estar ainda mais orientados à conectividade. É ela quem vai garantir a eficiência de todas essas ações, para as equipes continuarem alinhadas e integradas e as empresas seguirem seu caminho de desenvolvimento.

Mais do que adotar todas as ferramentas digitais disponíveis, o que precisamos de forma contundente é nos adaptar à mudança de mentalidade, aprimorando nossa capacidade de entregar valor e experiências a partir de todas as mudanças vividas, lançando mão das melhores formas de conexão para cada necessidade.

Em suma, manter os colaboradores informados sobre tudo que está ocorrendo na empresa diminui um pouco a ansiedade neste momento difícil que vive o Brasil e o mundo. Também é fundamental que os líderes de equipe abram espaço para ouvir os colaboradores sobre as percepções de cada um em relação à pandemia.

Muitos perderam familiares ou estão com algum parente ou amigo em situação difícil. Uma relação mais humanizada entre colaboradores e empresa deve nortear o momento e se perpetuar no pós-pandemia. A comunicação empática veio para ficar.

Comunicação empática se torna obrigatória em tempos de pandemiaPor Marcos Baptistucci, diretor de Recursos Humanos da Owens Illinois, líder mundial na fabricação de embalagens de vidro. É Mestre em Administração de Empresas / Tecnologia & Inovação pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), formado em Engenharia Química e Engenharia em Segurança e Saúde pela FEI, com MBA em Recursos Humanos pela FEA-USP e em Gestão do Conhecimento pelo CEFET do Paraná.

 

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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