O assunto “adiantamento salarial” é um tema que traz boas discussões dentro e fora do departamento de Recursos Humanos há décadas e, por isso, entender como funciona é indispensável.

A relevância deste benefício, que pode ser oferecido pelas empresas de várias maneiras e em épocas diferentes, pode trazer pontos positivos amplos, não apenas para os funcionários, mas, também, à corporação. 

Mas, uma dúvida se os colaboradores sabem realmente o que é este benefício?

E as empresas têm aptidão pela modalidade?

E o departamento de RH, está preparado para fazer a gestão desta demanda?

Para começo de conversa, é importante que ambos os lados saibam que esses benefícios podem estar inclusos: vale-alimentação ou refeição, cartão multibenefícios para compra de medicamentos, adiantamento quinzenal e, até mesmo, o salário sob-demanda — que também é um termo relativamente novo no mercado corporativo.

Após entender brevemente esses tópicos questionados, é preciso que o RH tenha conhecimento da situação e execução de trabalho, para uma análise completa da situação individual de cada colaborador dentro da empresa e, com isso, seguir com a demanda aos superiores.

A solicitação tem que ser feita pensando como um todo, ou seja, colaborador, gestor e departamento geral, porque caso existam diversos pedidos, este benefício não pode prejudicar o ecossistema empresarial externo e interno.

E, é por isso que o departamento de recursos humanos deve assessorar a contabilidade para um “caixa reserva de benefício”, local em que será armazenado este suporte/ socorro para qualquer colaborador.

Atenções 

O adiantamento de salário, como previsto, pode ajudar brevemente aqueles que estão endividados ou em cheque especial, mas a longo prazo pode contribuir para a falta de motivação, além do estresse no trabalho. O ponto de atenção é que a gestão deste benefício merece raciocínio e ação cautelosa sobre o emocional de ambas as partes. 

Independentemente do método de trabalho, é obrigação do empregador fazer o pagamento total do salário. Entretanto, quando se trata do adiantamento do pagamento, algumas empresas podem não oferecer o salário dessa forma e não conseguem enxergar esta prática benefício para o colaborador.

Mas, segundo o art. 462 do Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de 1943: “Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. […]”

Ou seja, os empregadores não têm a obrigação de fornecer o adiantamento de salário parcial ou até mesmo quinzenal, mas é um fato que, com esta prática, a empresa demonstra mais empatia e preocupação com seus funcionários, prezando pela qualidade de vida e o bem-estar de cada um deles. 

Há alguns impactos deste adiantamento para o empregador e para os colaboradores que valem ser explorados. Por exemplo, ao funcionário, há o pagamento de parcelas do banco em empréstimos; acesso ferramenta-convênio, podendo realizar compras domésticas e de medicamentos; salário quinzenal e sob demanda, recebendo o embolso de acordo com as horas trabalhadas naquele dia, sem precisar esperar até o final do mês. Agora, para as companhias, há a melhoria na relação empresa x colaborador; aumento da produtividade, bom posicionamento interno e externo. 

O RH como mediador 

Para que o adiantamento salarial ocorra de forma correta, os funcionários precisam se dirigir diretamente ao setor de Recursos Humanos (RH) de sua empresa. É lá dentro que devem ser analisadas todas as questões primordiais. É importante que tanto a empresa, quanto o colaborador, estejam cientes de que este é um benefício opcional.

Além disso, existem descontos no adiantamento de salário como de INSS e de Vale-Transporte que já são feitos naturalmente pelo RH e devem constar no holerite. E mais, é preciso estar ciente que, embora não haja uma lei específica sobre o assunto, é comumente acordado no mundo corporativo que o adiantamento salarial não deve exceder 40% do salário do funcionário.

É preciso ter em mente que, durante o período pandêmico que o país enfrentou nos últimos anos, muitos brasileiros foram desligados de seus trabalhos ou tiveram seus salários reduzidos. O aumento no valor de mantimentos básicos também foi um fator pelo qual muitos brasileiros encontram-se endividados atualmente.

Portanto, as empresas devem ter a ciência de que, provavelmente, uma grande parte de seus colaboradores também sofreu com estes impactos.

Desta forma, será possível entender suas dores e aproximá-los da organização, oferecendo adiantamento salarial ou benefícios que podem fazer toda a diferença.

Por Gisele Zacharias, Gerente de Recursos Humanos da RB Serviços, especializada em soluções em gestão de benefícios para empresas, proporcionando resultados positivos para seus clientes e respectivos funcionários.

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