A retenção de talentos da Geração Z (nascidos a partir do final da década de 90 e até 2010), considerados a primeira geração verdadeiramente digital, tem sido um grande desafio para as empresas em todo o mundo.

É a geração dos jovens que cresceram em um ambiente de rápida mudança e estão acostumados a ter acesso instantâneo a informações, mídias sociais e tecnologia móvel, o que gera um conjunto de valores e expectativas diferentes das gerações anteriores, influenciando a forma como eles encaram o trabalho e a relação entre a vida profissional e pessoal.

RH TopTalks 2023

Essa situação não é diferente no Brasil, e, atualmente, é  cada vez mais difícil encontrar jovens desta geração que tenham permanecido e/ou tenham planos de permanecer na mesma empresa por um longo período de tempo.

No mercado jurídico, essa tendência não é diferente. A dificuldade de reter talentos é bastante alta, com uma grande parcela dos escritórios relatando dificuldades em manter bons profissionais. No entanto, existem algumas diferenças entre os escritórios de advocacia de grande e pequeno porte.

Se prestarmos atenção nas entrevistas de emprego e nas pesquisas de mercado, os escritórios menores têm dificuldade em oferecer salários mais competitivos e benefícios diferenciados, enquanto os escritórios maiores enfrentam desafios em criar uma cultura organizacional que atraia e retenha talentos.

Apesar desses desafios, existem alguns escritórios de advocacia no país que têm práticas de retenção de talentos da Geração Z, ou seja têm investido em práticas que valorizam seus funcionários e promovem um ambiente de trabalho saudável e colaborativo.

Algumas das principais ações adotadas pelos escritórios incluem a criação de programas de mentoria, incentivos à educação e à formação continuada, flexibilidade no horário de trabalho, promoção da diversidade e inclusão, além de oferecer benefícios como seguro saúde, auxílio-creche e licença-paternidade estendida.

A transformação da cultura organizacional é um processo que exige comprometimento e vontade da gestão em sair da zona de conforto e adotar práticas mais modernas e flexíveis. É comum escritórios que adotam um estilo de modelo de gestão tradicional, sem tanta autonomia e muitas vezes com a péssima “gestão pelo pânico”.

No entanto, essa abordagem pode levar a altas taxas de rotatividade na equipe, especialmente quando se trata de colaboradores da Geração Z. 

É de suma importância que os escritórios estejam dispostos a ouvir e atender às necessidades e expectativas dos jovens talentos, oferecendo um ambiente de trabalho que proporcione autonomia, flexibilidade, transparência e oportunidades de desenvolvimento. Dessa forma, é possível atrair e reter os melhores profissionais e alcançar um desempenho superior e sustentável a longo prazo.

Não tenho dúvidas que é possível criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo sem comprometer a qualidade e a entrega da equipe. Um ambiente de trabalho positivo, onde os colaboradores se sintam pertencentes e valorizados, vai motivá-los a entregar seu melhor desempenho e fazer a diferença. 

A construção de um ambiente colaborativo envolve a participação ativa de todos os membros da equipe, incluindo a alta gestão, permitindo que todos tenham a oportunidade de contribuir com ideias e sugestões. Quando as opiniões e ideias dos colaboradores são valorizadas, gera uma cultura de confiança e respeito mútuo, fortalecendo a equipe e aumentando a produtividade. 

Para 2023, o olhar para a retenção de talentos da Geração Z continuará sendo um desafio para as empresas em todo o mundo, incluindo no mercado jurídico. À medida que essa geração se torna cada vez mais importante para a força de trabalho, os escritórios precisarão se adaptar às suas demandas e expectativas para atrair e reter talentos. 

A retenção da Geração Z no mercado jurídico

Por Carolina Perroni Sanvicente, co-fundadora do Perroni Sanvicente & Schirmer Advogados, especialista em Direito Empresarial (com foco em consultivo) e tem ampla experiência nas áreas de Direito Civil, Societário e Governança Corporativa. 

 

Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast, “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)“. Como você se enxerga daqui a cinco ou dez anos? O questionamento, que já deve ter sido feito a muitos de vocês durante algum processo seletivo ao longo da carreira, nem sempre traz consigo uma resposta fácil. Especialmente para um público que, diante de tantos estereótipos e preconceitos, sequer sabe como será o dia de amanhã em sua vida profissional. A cada nova geração que entra no mercado, uma anterior se vê diante do dilema de ficar para trás e ver cada vez menos portas se abrirem.

O panorama, todavia, não só precisa como deve ser mudado. Pesquisas revelam que o tão falado “choque geracional” é extremamente benéfico não só a profissionais de todas as idades, mas também às empresas. E, afinal, se não olharmos para o público 50+ com atenção, como será quando chegar a nossa vez de lutar por espaço com os mais jovens? Para falar sobre as vantagens de mesclar gerações e como desenvolver mecanismos de inclusão, o RH Pra Você Cast traz Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Confira o papo clicando no app abaixo:

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Capa: Depositphotos