A Inteligência Artificial é um dos temas mais comentados atualmente, afinal, é considerada a tecnologia mais disruptiva dos últimos tempos. Muito se tem falado sobre ferramentas como ChatGPT, entre outros recursos que estão despertando a curiosidade dos brasileiros. Pensando nisso, a Hibou – empresa de pesquisa e insights de mercado e consumo – apresenta dados reveladores e inéditos no estudo “Inteligência Artificial”. 

Utilizada para impulsionar, otimizar e dar agilidade em processos de áreas comerciais, marketing, atendimento e até entretenimento, 8 em cada 10 pessoas já ouviram falar sobre Inteligência Artificial (87%). Mais da metade desta população (54%), inclusive, afirma que ferramentas com IA impactam diretamente sua rotina no dia a dia. 

“2023 mal começou e a Inteligência Artificial está entre os assuntos mais comentados das rodas de conversas tanto de ambientes corporativos quanto mesas de bar. A curva de aprendizado é longa e contínua, e cada vez mais vão surgir inúmeras possibilidades e oportunidades”, comenta Ligia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou.

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E o tal ChatGPT?

O ChatGPT é o exemplo de IA mais recente. Chamada de “modelo de linguagem”, ela é capaz de gerar respostas coerentes e naturais a perguntas ou declarações feitas por usuários. Dentro de interações entre consumidores e marcas, pode ser usada para diferentes tarefas, incluindo atendimento ao cliente, assistência virtual, geração de texto e muito mais. 

A novidade já foi testada por 6% dos brasileiros que buscaram conhecer na prática sua utilidade. Entre as pessoas que já utilizaram, 85% pretendem manter o uso do ChatGPT, sendo que 51% usarão apenas se aparecer alguma necessidade; 27%, se for o uso for gratuito; e 7% mesmo que se torne uma ferramenta paga. 8% provavelmente não vão usar e 7% com certeza não irão utilizar. 

O interesse no uso da tecnologia foi conduzido principalmente pela curiosidade (54%) e para testar se a ferramenta mantinha uma conversa (19%). Entre outros interesses, também para tirar dúvidas (48%); fazer buscas (33%) ou corrigir um código de computador (8%). A ferramenta, que promete desenvolver textos, também foi usada com essa finalidade, seja para tradução (21%); melhorar ou corrigir um conteúdo textual (19%); escrever textos maiores (13%) ou para redigir carta ou e-mail (5%). 

“As marcas podem se beneficiar com o ChatGPT ao se relacionar com os consumidores, mas o uso requer cuidados com a linguagem e entendimento. Os brasileiros gostam e aderem às novas tecnologias, mas é essencial que a marca treine seu modelo para que essa interação faça sentido na relação com o seu cliente.”, afirma Ligia. “Inserir a Inteligência Artificial requer manter o aprendizado constante do sistema, uma curadoria qualificada para validar e aprimorar os conteúdos produzidos e uma análise importante dos dados coletados para gerar maior identificação dos consumidores com a marca, mesmo que seja por meio de um robô”.

Cultura de Feedback

Para 52% dos brasileiros, o uso do ChatGPT é aprovado desde que as respostas sejam de fácil entendimento; 43% querem ser entendidos em suas demandas; e 39% desejam ser ouvidos em suas reclamações. Para melhorar o atendimento, 33% querem ser reconhecidos e que seu histórico junto à marca agilize a comunicação. Aqui é claro o gap nas relações que essa tecnologia pode ajudar a reduzir. Além disso, 42% acreditam que as marcas podem usar a ferramenta ajudando e/ou ensinando a usar melhor os produtos ou como um manual de uso, para 31%. 

Quanto à personalização, 31% querem receber indicações de produtos e serviços que combinem com seus interesses, e no momento certo; 30% desejam receber avisos sobre novidades ou promoções dentro de acordo com seus interesses; e 16% que sejam criados novos produtos com os quais se identifiquem. 

“As empresas podem e devem se valer dos avanços e da inovação, sempre tendo as pessoas que buscam solução para uma demanda no centro do processo. Para isso, é importante que o processo de construção seja feita e constantemente aprimorada por uma equipe de supervisão e curadoria capacitada, além de bons profissionais de leitura de dados para aprimorar discursos, aperfeiçoar a interface, além de entender e conhecer o tom da marca”, elucida Ligia.

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Robô x Humano

As empresas sabem que o coração das vendas é o atendimento. O “x” da questão é entender que tipo de atendimento os brasileiros preferem. 7 em cada 10 pessoas afirmam terem sido atendidos por um chatbot ao fazerem contato com uma empresa. 94% identificaram facilmente que se tratava de uma conversa com um robô. 

“Percebemos com o estudo que o chatbot não é um problema desde que a empresa deixe claro que a conversa acontece com uma máquina, na opinião de 76%. Já 33% se sentem mais confortáveis em usar essa tecnologia se o robô fosse capaz de interagir como um ser humano, entendendo as dúvidas e resolvendo problemas de maneira simples”, afirma Ligia.

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Para 50%, algumas vezes o chatbot entrega o que foi solicitado, mas em outros momentos é necessário o atendimento com humano ou por outro canal. 43% nem sempre têm suas solicitações atendidas, sendo também comum continuar o atendimento com um humano ou por outro canal.

“A Inteligência Artificial possibilita o treinamento de máquinas em canais de atendimento, mas possibilitar um meio de conversa com uma pessoa, como a famosa ‘tecla 9’, por exemplo, ainda é primordial.”

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Inteligência Artificial & Vagas de emprego

Para 78%, as pessoas serão substituídas pela tecnologia e as vagas de empregos serão menores. E dentre as soluções para evitar um apagão de oportunidades de trabalho, 51% sugerem a aplicação de leis que limitem o uso da IA de forma comercial. Para 45%, o ideal é que sejam exigidos operadores humanos que façam o uso da tecnologia; e 16% não acreditam que a inteligência artificial será capaz de substituir o ser humano. 

“Mesmo com o uso de IA, máquinas inteligentes e treinadas, o importante é que as empresas e profissionais se adequem à nova realidade o quanto antes. Para que a tecnologia seja aliada em diferentes processos é necessário a atenção humana, além de operadores que estejam atentos aos comportamentos dos consumidores, sempre aperfeiçoando e atualizando a máquina”, diz Ligia.

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Apps geradores de avatares e o “boom” da IA

Os aplicativos geradores de imagens e avatares foram os grandes responsáveis por chamar a atenção das pessoas para a temática da Inteligência Artificial. Mesmo tendo sido uma trend nas redes sociais, 82% dos entrevistados não fizeram uso dessas ferramentas. 

Dentre os 18% que utilizaram, a maior parcela foi para conhecer a novidade, tendo o lazer como finalidade. A curiosidade moveu 51% deles; 31% usaram para testar o resultado; 29% para brincar com estilos diferentes, e 23% para criar imagens engraçadas ou economizar tempo, cada. 18% usaram para gerar imagens que queriam, mas não tinham como fazer, e 7% para criar imagens impossíveis.

Canal de Denúncias

Passado o frenesi das redes sociais, os geradores de imagens caíram nas graças dos brasileiros e 80% acredita que manterá o uso, sendo que será eventualmente e no caso de surgir uma necessidade, para 51%; desde que seja gratuito, para 27%; ou mesmo que se torne pago, para 3%. Dentre os demais, 16% provavelmente não vão usar e 3% com certeza não irão manter o uso.

Por Redação