Em 18 de agosto é comemorado o Dia do Estagiário, data que levanta uma série de reflexões sobre o perfil e características desse profissional em formação, que busca por oportunidade de aprendizado no início da carreira.

Segundo dados do CIEE, Centro de Integração Empresa-Escola, 54% dos estagiários são efetivados por seus empregadores. Outros números relevantes são da pesquisa Pnad Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles mostram que a taxa de desocupação do país no segundo trimestre de 2023 foi de 8,0%, caindo 9,3% no comparativo com o mesmo trimestre de 2022.

Cláudia Danienne, especialista em gestão de pessoas e palestrante organizacional, que atua em recursos humanos há mais de 25 anos no mercado corporativo, explica que, nas empresas, o estagiário é um estudante que está em período de prática profissional. “Essa modalidade de contrato funciona como uma porta de entrada para os jovens no mercado de trabalho e uma chance de capacitá-los para atenderem as demandas da organização.”

Cláudia Danienne, especialista em gestão de pessoas

Para a especialista, abordar essa fase tão importante para o sucesso de futuros gestores e líderes nas empresas é essencial. “Eu mesma comecei minha carreira como estagiária, abraçando todas as oportunidades de aprendizagem para crescer e chegar um dia à C-Level. Sempre valorizei muito quem está começando”, comenta Cláudia.

Ela ressalta que “no início da trajetória, o estagiário deve ter em mente que precisa demonstrar muita vontade de aprender, se desenvolver e seguir sendo um colaborador percebido com importância nos desafios. Então, é preciso ter atitude e curiosidade no buscar de informação, transformando as ideias ou ações e possibilidades de práticas efetivas”.

Na visão de Cláudia, a atitude reflete na compreensão do profissional sobre como as coisas acontecem na organização, na empresa. “A partir dessa curiosidade, gradativamente, o estagiário vai entender como as coisas funcionam na prática, no jeito de ser, compreendendo a cultura em que está inserido. Deste modo, ele poderá trazer ideias de melhoria contínua, de contribuição até para novos resultados”, complementa Cláudia.

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Sete dicas para o estagiário se destacar e ampliar a possibilidade de efetivação 

A especialista em gestão de pessoas e palestrante organizacional sugere sete atitudes que os estagiários devem incorporar à sua experiência de estágio. São elas:

–  Não ter medo: silenciar ou ter receio de compartilhar sugestões inibe a proatividade, que é tão valorizada no meio corporativo. A dica, aqui, é a humildade, saber ouvir, pedir ajuda a quem o está supervisionando. Ou seja, aos que possuem maior experiência e, seguir acreditando que pode somar.

– Entusiasmo: toda tarefa que receber como demanda, ou por iniciativa, é importante realizar com vontade, sem menos valia. Demonstre interesse. Seja grato pelo desafio.

– Atitude íntegra e ética: não se envolver em fofocas, não ter uma curiosidade invasiva ou com arrogância de um possível saber no aspecto pessoal dos colegas, líderes, equipe etc. Aqui, também é importante exemplificar com a questão da tecnologia, pois as novas gerações tendem a “achar” que dominam mais as ferramentas do que os seniores.

– Ser proativo e não procrastinar: nada de ficar preocupado com os horários de pausas, ir embora mais cedo ou faltar sem o compromisso de informar o motivo. Se responsabilizar a suprir o dia ou tarefa que não conseguiu honrar.

– Evite ficar em um mundo paralelo com fones de ouvido, conectado indiscriminadamente no celular. Nada de selfies que exponham documentos da empresa, redes sociais ininterruptas, sites indevidos por conteúdo impróprio em um ambiente profissional.

– Esteja atento à sua “marca pessoal” (imagem, linguagem, postura, etc.): isto precisa estar em harmonia com a cultura da empresa para felicidade de ambas as partes.

– Siga sempre se qualificando: busque aperfeiçoamento com o saber de outros idiomas, além do seu nativo e o inglês (bem importante), seja tecnológico, empático, visionário, equilibre habilidades técnicas e comportamentais, isso é fundamental. Busque desenvolver Soft Skills.

Cláudia finaliza alertando que é essencial gostar de trabalhar valorizando a diversidade e inclusão, a busca pelo aprendizado constante, estudar, observar, ouvir muito, engajar e, principalmente, interagir com os mais experientes e mais seniores. “Praticar lifelong learning (aprender com todas as experiências e compartilhá-las) o máximo que puder é um diferencial na vida”, acrescenta a especialista em RH.

Para quem busca por oportunidades de estágio, a dica é pesquisar na web, o CIEE é uma referência ou, em outros portais renomados, redes profissionais como o LinkedIn, sites das empresas específicas que disponibilizam vagas e na network. “Estejam atentos para a seriedade da vaga, reputação da empresa/empregador no mercado e confiem na capacidade de desenvolvimento de vocês”, orienta.

Por Redação