Antes de iniciar esta leitura, puxe pela memória um acidente ou uma enfermidade que tenha mudado a vida de um colega de trabalho. Lembre-se do quanto este evento foi exaustivamente comentado e comoveu sua equipe.

Pense em quantas vezes você se colocou no lugar deste profissional, buscando mentalmente meios de recuperação e alternativas para retomar uma carreira que, até então, assinalava um caminho linear para conquistas e se construía de maneira sólida.

Mais que oportuna no mês em que o tema “Diversidade” amplia debates em torno de uma realidade transformadora nas empresas, esta reflexão coloca no centro das discussões o profissional que se tornou uma pessoa com deficiência (PCD) e agora se vê diante de uma nova situação em sua jornada.

Quem ingressa no mercado de trabalho como PCD, depara-se com uma série de desafios, desde a falta de conscientização e compreensão das equipes, barreiras físicas e preconceitos inconscientes. Com o profissional já empregado, que se torna uma pessoa com deficiência, as adversidades não são diferentes.

No entanto, tanto para quem se inicia no mercado quanto para quem vinha construindo uma carreira em uma empresa, as dificuldades não definem uma jornada profissional. Seguramente, com determinação e resiliência é possível transpor as barreiras, que não fáceis e são muitas, e prosperar profissionalmente.

Consciente de sua nova realidade, à medida que o profissional PCD decide dar continuidade à sua jornada na organização, algo de extrema relevância começa a aflorar. É neste ponto que as habilidades e os talentos únicos deste profissional são novamente colocados em ação. E com um acréscimo: a condição de PCD traz uma perspectiva singular e valiosa para o trabalho, com experiências de vida que permitem abordar os desafios de forma criativa e inovadora, com ganhos pessoais, para a equipe e a organização como um todo.

Em termos de Diversidade, o profissional PCD, por sua vivência, tem a oportunidade de envolver colegas e empregadores para transformar regras internas, e mesmo contribuir para que legislações mais abrangentes ampliem a inclusão e uma participação cada vez mais diversa nas organizações.

Também é importante dizer que o profissional que se torna PCD, mesmo bem empregado e remunerado, tem a chance de traçar para si mesmo uma nova rota na jornada. Às vezes, as novas experiências, inclusive, pedem mudança de profissão. Em algumas circunstâncias, são oportunidades para ingressar em uma nova empresa, em busca de oportunidades, inclusão ampliada e evolução.

Uma carreira bem-sucedida para o profissional que se torna PCD não se limita a alcançar objetivos e conquistas pessoais. É, sim, uma nova realidade com potencial para impulsionar um futuro inclusivo, transformador e acessível para todos.

Tornei-me PCD. O que será da minha jornada profissional?

Por Maria Emilia Leme, founder da MELL – Recolocação Profissional. Com mais de 25 anos de atuação em RH, tanto em empresas nacionais quanto multinacionais, como IBM (México), IDC, Ericsson, Suzano Papel e Celulose, Itaú e Saint-Gobain, foi responsável por implantações, startups e desenvolvimento de projetos em diferentes culturas e países, além de criar programas de Coaching para executivos na América Latina.

 

 

Ouça o episódio 170 do RH Pra Você Cast, “Funcionários ‘boomerang’: Você contrataria?“. De acordo com um estudo realizado pela Robert Walters, 71% dos profissionais entrevistados estão abertos para voltar a um de seus antigos empregos. Outro levantamento, este realizado pela UKG, identificou que pouco mais de 4 a cada 10 pessoas que se demitiram na pandemia (43%) estavam melhor em seu antigo trabalho do que no atual. O movimento de colaboradores que sai de um emprego para futuramente retornar é chamado de “bumerangue”. Por sinal, é um fenômeno bastante comum em empresas brasileiras. Contudo, o quão bem aceito – ou não – é este movimento pelo mercado? Há prós e contras? As empresas são abertas a esse retorno? Para entender melhor como os empregadores enxergam os funcionários bumerangue e como isso pode impactar a carreira, falamos com Bruno Martins, Senior Manager do escritório de São Paulo da Robert Walters.

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Capa: Depositphotos