Além dos Algoritmos: O papel do RH na era da Inteligência Artificial. No mundo corporativo contemporâneo, a Inteligência Artificial emerge como uma ferramenta essencial para o setor de Recursos Humanos, revolucionando processos e promovendo eficiência em diversas áreas.

Contudo, é imperativo compreender que, apesar de suas capacidades avançadas, a IA nunca substituirá integralmente o papel humano no RH.

Ao olharmos para trás, podemos observar a trajetória histórica da integração entre tecnologia e RH. Desde os primórdios da computação, o recrutamento já contava com ferramentas tecnológicas rudimentares.

No entanto, foi com a ascensão da internet e das redes sociais que as plataformas de recrutamento online se consolidaram, inaugurando uma nova era na busca por talentos. A chegada da Inteligência Artificial nesse cenário representou um marco, impulsionando a eficiência e a precisão das práticas de RH.

Uma pesquisa da PwC revela que aproximadamente 55% dos profissionais de RH estão atualmente utilizando ou planejando implementar soluções baseadas em IA em suas operações. Essa estatística reflete os benefícios concretos que a IA oferece, desde a automação da triagem de currículos até a análise preditiva do desempenho dos funcionários.

A capacidade da IA de processar grandes volumes de dados rapidamente, identificando padrões e tendências, proporciona insights valiosos para a tomada de decisões estratégicas.

Entretanto, é fundamental reconhecer que a IA não veio para substituir o papel do profissional de RH, mas para complementá-lo. Enquanto a Inteligência lida com tarefas operacionais e analíticas, os profissionais de RH podem se dedicar a atividades que demandam empatia, criatividade e julgamento humano.

Essa divisão de tarefas possibilita uma atuação mais estratégica, contribuindo para o desenvolvimento de uma cultura organizacional mais inclusiva e voltada para o crescimento.

A Inteligência Artificial pode otimizar os processos de RH, mas nunca poderá replicar a empatia, intuição e discernimento humano necessários para lidar com as complexidades das relações interpessoais no ambiente de trabalho. Isso destaca a importância insubstituível do lado humano no RH.

Enquanto a IA pode auxiliar na triagem inicial de currículos e no desenvolvimento de talentos, é o mentor humano que oferece orientação individualizada, feedback construtivo e apoio emocional para o crescimento profissional e pessoal dos colaboradores.

Portanto, é essencial que os profissionais de RH adotem a IA como uma aliada poderosa. A integração eficaz da tecnologia e da humanidade é crucial para que o RH alcance seu verdadeiro potencial e agregue valor significativo às organizações e aos colaboradores.

O verdadeiro sucesso do RH reside na capacidade de equilibrar a eficiência da tecnologia com a sensibilidade humana, criando assim um ambiente de trabalho que valorize e promova o melhor de ambos os mundos.

Em síntese, a jornada da Inteligência Artificial no RH deve ser pautada por uma abordagem que reconheça e valorize tanto a eficiência da tecnologia quanto a sensibilidade humana.

Somente através desse equilíbrio podemos construir um futuro do trabalho que promova o desenvolvimento humano e organizacional de maneira equânime e sustentável.

Por Gabriel Gatto, consultor em RH há mais de 15 anos e especialista em psicologia organizacional e foi reconhecido como o melhor tech recruiter em 2023..

Ouça o episódio 158 do RH Pra Você Cast, “IA: a preocupação deve mesmo existir?“. Em março de 2023, veio a público a informação que cerca de 2.600 líderes e pesquisadores do setor de tecnologia assinaram uma carta aberta solicitando uma pausa temporária no desenvolvimento das inteligências artificiais. Sob o argumento de que elas podem ser um “risco para a sociedade e a humanidade”, até mesmo Elon Musk, um dos maiores entusiastas quando o assunto é tecnologia, assinou o documento.

Por sua vez, Jhonata Emerick, CEO da Datarisk, não faria parte do movimento que busca frear as IAs. Para o doutor em Inteligência Artificial, a evolução das IAs é tão natural quanto o crescimento que ela pode ajudar a impulsionar. Mas será que, mesmo com o olhar otimista, as preocupações em torno das IAs (como a perda de empregos ao redor do mundo) são legítimas? O que elas podem fazer por nós que ainda não compreendemos tão bem?

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Capa: Depositphotos