Iniciativa da companhia prepara seus colaboradores voluntários para apoiar colegas que sofrem algum tipo de violência. As fadas madrinhas dos contos infantis são entidades mágicas que sempre aparecem em momentos de perigo e intervêm para impedir que seus protegidos sejam vítimas de algo ruim.

Em nossa empresa as nossas fadas são de carne e osso e já salvaram cinco mulheres que estavam em risco real e iminente de morte e se depararam com mais de 100 histórias – nada encantadoras – de mulheres que sofrem ou sofreram violência física, psicológica, sexual, moral e/ou patrimonial.

Essas histórias são reflexo da triste realidade que enfrentamos no Brasil, que está em 5º lugar no ranking global de feminicídio, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

No primeiro semestre deste ano, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio, uma média de 4 mulheres por dia, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que só considera os casos registrados em boletins de ocorrência.

Para preparar colaboradores voluntários sobre as formas de violência e auxiliar no acolhimento e suporte às nossas pessoas que sofrem ou sofreram algum tipo de abuso, criamos o programa Fadas Madrinhas em 2020, período de pandemia em que o número de casos de violência aumentou, já que muitas mulheres ficaram isoladas com seus agressores.

Como referência, apenas entre março de 2020 e dezembro de 2021, foram contabilizados 2.451 feminicídios e mais de 100 mil casos de estupro e estupro de vulnerável de vítimas do gênero feminino, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Os dados apontam para a urgência de desenvolver e debater propostas de acolhimento, prevenção e enfrentamento à violência no Brasil, como o programa Fadas Madrinhas, que oferece treinamento com advogada especialista em violência contra a mulher e uma psicóloga forense, para que as “fadas” possam acompanhar, conversar e dar orientações psicológicas e jurídicas para as vítimas.

No primeiro momento, o atendimento ocorre após a mulher enviar uma mensagem comentando genericamente de um benefício que não é oferecido pela empresa, de forma a não chamar a atenção do agressor de que aquele contato, na verdade, é um pedido de ajuda.

A iniciativa idealizada pelos próprios profissionais da companhia nasceu a partir dos encontros SoTogether, um conselho consultivo da empresa que se propõe a pensar e discutir mensalmente ações e iniciativas em prol da equidade de gênero na Sodexo. Além disso, tem sido amplamente reconhecida, dentro e fora do Brasil.

O programa Fadas Madrinhas já recebeu o Prêmio HRS do Brasil 2022 na categoria Diversidade, Equidade & Inclusão, o Selo de Direitos Humanos e Diversidade na categoria “Mulheres” – premiação promovida pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), que destaca as ações mais representativas adotadas por diferentes tipos de organizações da cidade de São Paulo.

Recebeu também o Troféu GEEIS-SDG (Gender Equality European & International Standard, Sustainable Development Goals), em uma premiação que aconteceu na França, no dia 25 de novembro deste ano, data em que é comemorado o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.

Essas premiações nos enchem de orgulho, pois reconhecem o trabalho e a dedicação de nossas equipes com o compromisso de promover a equidade de gênero, mas o que considero mais bacana é saber que as nossas mulheres podem contar com uma rede de apoio, preparada para ajudá-las.

Nosso grupo já possui 61 colaboradores voluntários, sendo 60 mulheres e 1 homem, que fazem o primeiro atendimento. As nossas fadas madrinhas têm a chance de mostrar à colaboradora em situação de risco que ela não está sozinha.

Contudo, precisamos entender que a sociedade como um todo exerce um papel fundamental na luta em prol do fim da violência contra a mulher. Somente por meio da conscientização das pessoas hoje é que vamos conseguir mudar o futuro.

Por Lilian Rauld, Gerente de Diversidade, Equidade & Inclusão da Sodexo On-site Brasil.

Desejando conhecer práticas corporativas em Equidade, ouça o PodCast do RHPraVocê, episódio 53, “Equidade de gênero na Bristol Myers Squibb” com Anna Carolina Frazão, gerente de employee relations da Bristol Myers Squibb, e líder do B-NOW (Business Network of Women), grupo de colaboradores com foco em diversidade de gênero, clicando diretamente no app abaixo:

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Capa: Deposithphotos