Desde 2004, falamos sobre ESG (sigla para Environment, Sustainable and Governance), mas foi só nos últimos anos que o assunto ganhou mais atenção da mídia e das organizações em nível global. Porém, pouco se fala sobre as dificuldades de startups iniciarem suas próprias ações de ESG.

Empresas grandes conseguem criar estruturas e times dedicados para implementar ações de maior impacto social, ambiental e de governança. Mas como começar a trabalhar com ESG em empresas que ainda não se tornaram grandes?

Com passagens em corporações como HSBC, onde tive a chance de ver de perto o desenvolvimento de questões de diversidade e sustentabilidade, e agora dentro de uma fintech, consigo separar de forma clara os desafios que permeiam tirar do papel iniciativas ESGs.

ESG futuro do trabalho

Em 2010, participei de um treinamento de liderança com colegas do mundo inteiro. Para a instituição, já naquela época, era obrigatório incorporar o tema sustentabilidade na busca de soluções para diferentes projetos.

Ao longo do tempo o cenário mudou, mas as lições daquele momento ainda me apoiam nas decisões sobre os caminhos que empresas do setor financeiro podem seguir.

Vale lembrar que o Brasil é um player super importante na questão ambiental. Temos a maior floresta tropical, a maior biodiversidade do mundo. Isto nos traz muita responsabilidade. Nesse sentido, quanto mais pessoas e empresas estiverem envolvidas em ações ESG, não importando seu tamanho, maior o impacto.

Aqui na Franq nós estamos olhando para essa direção com clareza. Para iniciativas de ESG serem bem sucedidas em empresas que ainda não criaram uma estrutura dedicada à sustentabilidade, é preciso focar em duas áreas: comunicação e engajamento interno. Com uma diretoria comprometida em dar voz a essas ações e com o protagonismo de colaboradores em ações individuais, é possível criar uma frente de sustentabilidade desde os primeiros anos de operação de uma startup.

Em nossa empresa, mesmo sem termos uma área exclusiva com pessoas dedicadas à ESG, começamos pensando em ações solidárias que impactam pessoas em bairros de Florianópolis, cidade sede da empresa. Também fomos inspirados pelo nosso CEO, Paulo Silva, a iniciar uma ação ambiental, já que há alguns anos ele atuava como voluntário no Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis (SC).

RH TopTalks 2023

Com uma parceria com o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), fizemos uma força tarefa para retirar mudas Pinus, espécie invasora do ecossistema do Parque, para que plantas nativas voltassem a ocupar os espaços. No primeiro encontro, foram 80 voluntários trabalhando pela manhã na reserva. Hoje, já foram três edições, sendo que a última contou com a participação de voluntários de uma outra instituição.

Os esforços da companhia resultaram na conquista de um selo de reconhecimento do IMA, além da demarcação de uma área de 20 mil ㎡ designada para o cuidado exclusivo da nossa empresa. O trabalho no Parque é importante para preservar os aquíferos das localidades de Rio Vermelho e Ingleses, além da proteção da Restinga.

Não é necessário um budget robusto para impactar positivamente a comunidade. Práticas no local de trabalho — como fazer o descarte correto dos equipamentos obsoletos, elaborar estratégias para contribuir positivamente com a comunidade local, estimular a diversidade, realizar auditorias recorrentes, manter a franqueza e transparência entre colaboradores — representam um bom ponto de partida.

As parcerias também funcionam como um catalisador dessas ações. Junto às instituições mais experientes, é possível garantir a segurança e respeito com as pessoas envolvidas no projeto, unindo esforços com outras iniciativas que já estão em andamento nas comunidades.

Há muito a ser feito e nosso planeta está nos pedindo celeridade.

O ESG é um pilar importante para construirmos uma nova realidade corporativa. Muito mais do que uma sigla, ele ajuda a transformar o mundo e todos podem ser agentes de mudança, não importando se trabalham ou não em empresas, se as empresas são grandes ou pequenas, e independe de em qual área trabalhem. Vamos fazer o que é certo.

O desafio para os próximos anos é ir além, lutando por políticas públicas mais sustentáveis e engajando mais pessoas em projetos que gerem impacto no dia a dia.

Como as startups podem acertar em ESG

Por Daniela Martins, CMO e CHRO da Franq

 

 

 

Ouça o PodCast RHPraVocê Cast, episódio 101, “ESG está na moda, mas como tratá-lo para além do modismo?” com Hugo Bethlem, presidente do conselho do Instituto Capitalismo Consciente Brasil (ICCB). Clique no app abaixo:

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Capa: Depositphotos