O posicionamento das mulheres no mercado de trabalho é um assunto amplo que exige debate no Brasil. Nesta temática da atualidade, o empoderamento feminino, que já esteve no topo das discussões, cede a vez às competências das profissionais e de como suas atuações trazem desenvolvimento e resultados positivos para os negócios. Esta e outras vertentes tiveram lugar na edição recente do congresso Life – Liderança Feminina em Movimento. Realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional São Paulo (ABRH-SP), no dia 5 de agosto, na capital paulista, o evento reuniu cerca de 500 participantes das principais corporações brasileiras.
Liderança feminina, equidade e inclusão. No Life, este tripé ordenou discussões que envolveram c-levels e executivos de Recursos Humanos. Na visão de Luiz Drouet, presidente da ABRH-SP, a atualidade de temas trazida pelo congresso sinaliza uma mobilização por ações concretas nas organizações. “É preciso que haja uma aceleração rumo a mudanças de cenário, não apenas no mercado corporativo, como também na sociedade”, afirma.
Representatividade das mulheres
As mulheres são mais de 50% da população mundial. Entre os insights sobre a situação econômica feminina, a Frost & Sullivan, empresa americana de consultoria e negócios, identificou que mais de 100 milhões de mulheres devem compor a força de trabalho global até 2030.
Com embasamento em estudos realizados pelas principais universidades norte-americanas e também pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), da ONU, discussões trazidas pela ABRH-SP associam diversidade à melhora do desempenho das corporações.
Neste contexto, Janine Goulart, vice-presidente da ABRH-SP, destaca a importância da atuação das lideranças quando o tema é equidade de gênero. “É necessário que haja suporte em relação ao desenvolvimento das mulheres nas empresas, para que elas tenham as mesmas oportunidades, carreira de sucesso e treinamento”, afirma.
Competências
A partir das competências femininas, um destaque nas temáticas da atualidade envolve a área de Tecnologia da Informação (TI). Em 2021, segundo levantamento da Catho, a presença feminina em cargos de TI representava 21,5%. No início deste ano, a ocupação avançou para 23,6%. Apesar do crescimento gradativo, há muito a conquistar nas posições de liderança. Pesquisa CIO Survey 2020 da KPMG, em parceria com a Harvey Nash, apontou que apenas 11% das lideranças globais de TI são mulheres.
Muitas ações vêm se efetivando para transformar as realidades globais. Considerado a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, o Pacto Global da ONU agrega 164 países e mais de 20 mil empresas.
O Pacto Global da ONU-Brasil, como terceira maior rede mundial, tem mais de 1.600 membros e reúne o setor empresarial para atuar com impacto mensurável nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tanto na evolução dos modelos de negócios como na implementação de projetos de parceria. Até 2030, a meta brasileira é agregar mais de 1.500 empresas e ter 11 mil mulheres em cargos de alta liderança.
Foto de capa: Luiz Eduardo Drouet (Share People Hub/ ABRH-SP); Viviane Mansi (Toyota do Brasil); Ana Paula Prado (Infojobs) e Charles Krieck (KPMG) – divulgação ABRH-SP