Pesquisa inédita revela o perfil do principal líder de Recursos Humanos em organizações voltadas a indústria, serviços, comércio, tecnologia e agronegócio no Brasil. O “Perfil do CHRO brasileiro”, levantamento feito em conjunto pela Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional São Paulo (ABRH-SP) e Saint Paul Escola de Negócios, e apresentado no fórum CHRO (capa), em São Paulo, abrange a atuação de profissionais em empresas de médio e grande portes.

No universo da pesquisa, 30% das corporações em que estes CHRO trabalham, o faturamento passa de R$ 10 bilhões ao ano, e há até 5 mil colaboradores. Entre os executivos de RH, 53% conhecem bem o negócio em que atuam e participam de mais de 80% das decisões estratégicas das companhias. Para os respondentes do estudo, as perspectivas em 2023 são otimistas, com projeção de aumento no número de colaboradores em grandes empresas.

O executivo de RH compõe um grupo heterogêneo que atua em organizações com diversas faixas de faturamento, porte e área de atuação. O levantamento indica, no entanto, que este profissional está prioritariamente em grandes empresas, boa parte multinacionais com sede em outros países. Nestas corporações, o faturamento está acima de R$ 10 bilhões, com postos para até 5 mil funcionários.

Entre as empresas de atuação dos CHROs participantes da pesquisa, 38,7% são do ramo de negócios; indústria aparece com 24,1%, seguida de tecnologia (19,3%), comércio e varejo (14,5%) e agronegócio (3,2%).

“O estudo contribui para conhecermos mais sobre a trajetória e as características de pessoas que ocupam posições de elevada responsabilidade que, desde o início da pandemia, têm tido relevância ampliada nas empresas”, afirma Luiz Drouet, presidente da ABRH-SP. Na pesquisa inédita, esta percepção é expressa em números. Para 58% dos executivos, a maior parte do tempo de atuação é dedicada a temas estratégicos, sobrepondo-se aos assuntos táticos ou operacionais. “É algo realmente positivo, à medida que demonstra que estes profissionais têm, de fato, uma participação estratégica em suas organizações”, ressalta.

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Para André Nardy, head do Saint Paul Empresas e vice-reitor de Educação Corporativa da Saint Paul Escola de Negócios, o RH e as lideranças são corresponsáveis pelas pessoas e, por esta razão, devem ter uma atuação aprimorada nas corporações. “As grandes empresas estão seguindo por esta linha. E este é um bom indicativo para que corporações de médio porte acompanhem este comportamento”, afirma.

O relatório revela que o perfil demográfico do CHRO é predominantemente de mulheres (53%), brancos (92%), heterossexuais (97%), com 48 anos de idade em média. “O estudo vem para demonstrar a necessidade urgente de ampliarmos a diversidade das lideranças de RH do ponto de vista étnico-racial e de pessoas LGBTQIA+”, pondera Drouet.

A diversidade e a inclusão, aliás, figuram como prioridades do ano para os executivos participantes da pesquisa. “Em 2023, estas lideranças de RH consideram que gerenciar pessoas requer um profundo alinhamento com as novas demandas sociais, a busca incessante por novas práticas e um perfil aberto ao novo”, observa Nardy. No levantamento, questões como transformação social, bem-estar, ESG e, sobretudo, cultura empresarial, figuram como temas primordiais.

Sobre as perspectivas para 2023, para 43% dos participantes do levantamento, a percepção é de que o ano será de ampliação no número de colaboradores para atuar nas corporações. “Ou seja, grandes empresas, por meio de seus CHROs, estão sinalizando crescimento, o que é extremamente positivo”, avalia André Nardy.

Quando indagados a respeito dos desafios para este ano, os respondentes da pesquisa “Perfil do CHRO brasileiro” trazem o consenso de que “alinhar e conciliar pessoas, cultura, negócios e resultados”, participando mais efetivamente na agenda estratégica das empresas, é um meio para aprimorar o trabalho que desempenham.

Por Redação