A partir de demandas de formação e capacitação vindas das empresas, e em levantamentos com associados, a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) percebe que o número de empresas interessadas no assunto metaverso aumentou consideravelmente nos últimos dois anos. 

Mas antes de partir para o universo dos avatares, porém, há muitos fatores que precisam fazer parte da equação dentro da realidade dos negócios, como os custos, a complexidade de implementação e manutenção, o objetivo por trás do uso e também o quanto a cultura organizacional está – ou não – preparada para uma tecnologia, ao menos na teoria, tão avançada. 

De acordo com a Pesquisa de Tendências em Comunicação Interna para 2022, entre as inovações tecnológicas que mais terão investimentos ao longo do ano, a Inteligência Artificial representa apenas 15% das empresas interessadas. Ou seja, por mais que o assunto esteja em discussão e atraia a curiosidade, a prática ainda requer tempo e não é uma prioridade nas organizações. 

Para entender melhor este momento, a Aberje, baseada no último evento realizado com os associados, elenca três indícios que provam que o metaverso ainda está longe de acontecer. Confira:

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República do Meta

Metaverso é um conceito já existente, em que tudo se baseia na ideia da realidade virtual. Entretanto, ainda existem muitas questões a serem desvendadas, principalmente a que envolve uma reflexão direta sobre como questões legais e tributárias serão tratadas nessas novas relações online. Algumas perguntas devem ser feitas referentes a quem vai ditar as regras nesse ambiente, como elas irão funcionar e até mesmo se a internet é um bem público.

O metaverso promete uma mudança profunda no modo como as pessoas vão interagir os conteúdos, pois ele é uma imersão da experiência de conteúdo. “Em 2021, a Aberje fez um levantamento interno com os associados e identificou que as empresas têm direcionado recursos para a produção de conteúdos próprios, visando ampliar sua visibilidade nas redes sociais e conquistar engajamento cada vez mais significativo. A entrada no metaverso somente será possível após uma dominância e entendimento das redes sociais”, explica Hamilton do Santos, diretor executivo da Aberje. 

Extensão da realidade

O metaverso realmente ainda não aconteceu, mas é importante entender por que falar sobre o assunto dentro do universo de comunicação. O digital não é novo, o que acontece é uma nova experiência, dentro de um espaço online compartilhado. 

Embora algumas grandes empresas estejam apostando no mundo virtual, como Facebook, Tinder, Nike, Microsoft entre outras, a dúvida é se isso vale para todas. Acredita-se que o metaverso só irá acontecer, de verdade, quando não existir diferença entre o físico e o real.

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Acessibilidade

Outro ponto que é necessário para que empresas se atentem antes de partirem para o metaverso é em relação a pontos de convergência. Isso significa que três pilares devem estar conectados: cultura, economia e tecnologia. 

No futuro, será possível acessar uma loja virtual 3D de alguma grande marca para passear, realizar compras, além de participar de atividades para conquistar benefícios exclusivos. São as práticas de consumo do usuário que irão definir a forma como a ferramenta será monetizada.

O metaverso tem potencial para se tornar uma ferramenta popular

O metaverso tem potencial para se tornar uma ferramenta popular?

 

Entretanto, para tudo isso acontecer, a tecnologia ainda precisa se desenvolver, inclusive com uma banda melhor que o 5G. Até que o metaverso se popularize e se torne acessível, pode demorar alguns anos, sendo que algumas ferramentas como o Óculos VR do Facebook, permanecerão fora do alcance de boa parte da população. 

“Em pleno século XXI, ainda discutimos sobre acessibilidade. Empresas querem se comunicar com público e isso envolve diversos nichos e classes. Como isso é possível com pessoas sem acesso a internet rápida ou então ferramentas que permitem a inserção no mundo virtual? O metaverso fará sentido somente quando ele estiver popular e acessível”, finaliza Santos.

Por Redação