63% das pessoas empregadas estão, hoje, endividadas, segundo levantamento da Pilla. As dívidas por empréstimos lideram a lista com 28,3%, seguido por compras no varejo (27,44%), dívidas de cartão de crédito (21,8%), contas de luz, água, telefone e/ou gás (18,8%) e cheque especial (3,76%). Em relação às renegociação de dívidas, a pesquisa revela que 73% não são quitadas por seus devedores.
O estudo “The Employer’s Guide to Financial Wellbeing”, realizado no Reino Unido, com mais de dez mil trabalhadores, apontou que funcionários endividados ou que têm preocupações com dinheiro produzem, em média, 15% menos do que seus colegas. Os problemas podem levar o colaborador a falta de atenção durante o expediente, produtividade reduzida, riscos de acidentes e pedidos de demissão.
Alex Araujo, CEO da 4Life Prime Saúde, explica que a economia brasileira passa por um momento de instabilidade, o que mexe com a saúde de diversos colaboradores. “Um trabalhador que está passando por um momento de dificuldade financeira busca realizar trabalhos extras para não ficar no vermelho. É uma situação de desgaste, que pode prejudicar tanto o emocional quanto a performance no ambiente de trabalho”, diz.
Outra pesquisa realizada no ano passado pela Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), apontou que 84% dos trabalhadores no Brasil sofrem com algum tipo de problema financeiro.
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Empresas têm o seu papel
Segundo o especialista Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor de novos negócios na Multimarcas Consórcios, a educação financeira deve ser incentivada nas empresas. A falta de consciência sobre os gastos ocasiona no endividamento de muitos colaboradores que não conseguem manter as finanças pela ausência de instrução apropriada.
“As empresas devem se preocupar em implantar ações para reduzir o nível de endividamento, como atividades sobre orçamento familiar, políticas de prevenção e orientação para o uso do cartão de crédito, que auxiliam na consciência de gastos dos funcionários. Esta compreensão beneficia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao redor”, explica Lamounier.
Em 2018, um estudo realizado pelo Isma-BR (International Stress Management Association no Brasil), apontou outros problemas relacionados ao endividamento. Na pesquisa, 56% dos respondentes usavam bebidas alcoólicas para evitar pensar sobre as dívidas; 53% tomavam medicamentos e drogas para fugir do problema e 35% descontaram a tensão em junk food.
As empresas modernas devem se preocupar em implantar ações consistentes para minimizar o nível de endividamento, tais como realizar atividades de orientação sobre orçamento familiar, estabelecer políticas de prevenção, orientar sobre o uso adequado do cartão de crédito, entre outras ações.
Araujo complementa que é dever da área de recursos humanos prover um ambiente saudável, priorizando o bem-estar e a qualidade de vida dos colaboradores. “Se manter atento ao que se passa entre os funcionários é imprescindível para manter a produtividade e a construção de um ambiente de trabalho saudável”.
Por Redação